Ansiedade

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Caitlyn permanecia sentada ao lado de Vi, ela tinha tirado o curativo do pescoço em uma tentativa desesperada de tentar sentir melhor a companheira. Talvez estivesse ficando louca, mas aparentemente estava funcionando. Felizmente isto ajudou consideravelmente a mulher a se acalmar um pouco.
De repente ouviu passos no corredor, então levantou a arma e ficou apontando, somente no aguardo para explodir os miolos de quem ultrapassasse o batente da porta e pudesse ser uma ameaça a mulher deitada ao seu lado.
- Cait??
- Jayce??
Por alguns segundos a detetive achou que estava alucinando, o que diabos o conselheiro Talis estaria fazendo ali em Zaun? Mas logo conseguiu ver a cabeleireira castanha entrando na sala em que estavam.
- Jayce, é  você mesmo?? – Em um movimento rápido ficou em pé e se jogou nos braços do seu irmão postiço.
- Sim, sou eu, como você está pequena?
- Eu estou bem. Mas a Vi precisa de ajuda, na verdade tem um monte de gente precisando de ajuda espalhada pelo prédio.
- Eu sei, já temos uma equipe fazendo isso, temos homens recolhendo os corpos e outros estão escoltando os detidos para Piltover... Eu vim para recolher todas as provas nos dois prédios.
- A Orianna?
- Ela estava sendo levada para o hospital quando atravessei a ponte, ela já deve estar sendo avaliada.
A mulher de cabelos azuis olhou para a outra no chão, ela estava se segundo para não surtar com o medo do que iria acontecer com a zaunita.
- Hey, o que é isso? – Jayce estava esticando a mão em direção do pescoço da detetive quando ela deu um tapa afastando a mão dele.
- Por favor não toque... Eu quero evitar qualquer coisa que possa causar desconforto para a Vi neste momento.
- Você foi marcada!? – O conselheiro iria continuar a falar quando foi interrompido por duas pessoas com uma maca.
Mas devido ao escombros um dos recém-chegados saiu novamente da sala retornando somente cerca de cinco minutos depois com mais dois homens e uma maleta de primeiro socorros.
A detetive se afastou um pouco, ficando observando de longe enquanto os homens iniciavam o resgate. Felizmente o grande pedaço do teto não havia causado nenhum ferimento esterno, então rapidamente passaram o corpo da zaunita para a maca a cobrindo com o lençol térmico. Em seguida foram se encaminhando com muito cuidado para a saída do prédio.
- Você vai com ela...
- E os outros?
- Todos os envolvidos estão dispensados por hoje.
- Certo, obrigada... Tome cuidado Jay, o Silco deve estar louco de raiva.
- Pode deixar, agora vai.

(=^.^=)

Caitlyn estava sentada na recepção do hospital sozinha, bom na verdade haviam outras pessoas, mas ninguém estava realmente junto dela. Azir, Darius e Katarina até tinham estado lá mais cedo, mas ela os dispensou para que fossem para o dormitório , eles inicialmente não queriam a deixar sozinha, mas ela pediu para que eles fossem descansar para amanhã estarem na delegacia, então os três concordaram.
Fortune também esteve mais cedo na recepção porém tinha ido ficar no quarto com Orianna, felizmente o sangramento parou sem precisar de mais intervenções, então ela iria descansar por hoje e amanhã passaria por mais exames para avaliar o estrago que a bala poderia ter causado.
Ekko tinha tido uma fratura em duas costelas e uma luxação na perna, felizmente receberia alta no dia seguinte, Ezreal também já estava bem melhor, porém seus ferimentos eram um pouco piores do que do outro homem, então provavelmente passaria mais alguns dias internado.
Os dois homens de Ekko e o defensor que Caitlyn decididamente não conseguia guardar o nome estavam em cirurgia, o estado deles era extremamente delicado e ainda havia chance de que eles não resistissem ao procedimento.
Vi também estava em cirurgia, na queda o escombro havia fraturado sua pelve o que levou a um sangramento interno muito intenso, então seu estado também era bem delicado, Caitlyn estava desesperada e não queria admitir, mas sua companheira também estava correndo risco de vida.
Somente em pensar nisto a mulher de cabelos azuis sentiu suas entranhas se contorcendo, já tinha vomitado algumas vezes de nervoso desde o momento que a pedra foi retirada de cima da zaunita.
A detetive estava sentada com a cabeça abaixada, ainda estava com os cabelos amarrados, já tinha tirado o casaco e o lenço, mas mesmo assim seria difícil reconhecer a jovem Kiramman por causa da sujeira que a cobria.
- Caitlyn!!
Ela levantou o rosto tendo uma surpresa enorme ao ver seus pais vindo pela porta de entrada do hospital, então todo o choro que ela estava, até então, tentando segurar saiu de uma vez, lágrimas grossas rolavam por seu rosto. Levantou de uma vez e se jogou nos braços da mais velha – Mamãe... Como vocês??
- Eu ainda sou uma conselheira, se você não se lembra! Então imagine a minha cara quando fui informada de uma incursão da defensoria em Zaun... E para piorar que vocês se machucaram gravemente.
- Me desculpe...
- Você não precisa se desculpar filha, vocês estavam cumprindo com seus deveres...
- Tobias, não a encoraje... – Sua mãe a abraçava de modo firme, mas a afastou levemente para analisar como ela estava – O que aconteceu?
- Eu não sei ao certo, quando nos estamos na segunda fábrica eles derrubaram um saco com algo que formou uma poeira muito densa, então eu me separei de todos, acabei encontrando a Orianna em um canto e estava a acompanhando até o elevador, foi quando eu ouvi a explosão... Eu acho que Vi detonou a bomba enquanto ela ainda estava na sala, um escombro enorme caiu encima dela... E eu não quero nem pensar no estrago que isso causou no corpo dela.
- Ela está em cirurgia agora?
- Foi a última coisa que me informaram...
- Como assim, minha filha? – Tobias perguntou sem acreditar que Caitlyn estava esse tempo todo na recepção sem notícias.
A mulher de cabelos azuis então se afastou lentamente e abriu os braços dando uma pequena volta – Pelo visto eu sou só uma Ômega zaunita que está aqui enchendo o saco, desesperada para saber notícias de seus amigos baderneiros que causaram alguma confusão sem tamanho em Zaun...
E para comprovar esta frase as pessoas em volta olhavam toda a cena como se desaprovassem sua presença ali, principalmente as que pareciam mais abastadas, mal sabiam elas que somente o dinheiro nas contas pessoais da jovem Kiramman era muito maior de que elas poderiam sequer imaginar.
- O QUE? ELES TE TRATARAM MAL?
- Mamãe, não faz escândalo, eu realmente só gostaria de notícias dos meus companheiros, eu prefiro esperar por isso do que ir até em casa buscar meus documentos para dar uma carteirada... De qualquer forma, eu já estou acostumada a ser colocada no meu lugar de Ômega.
Tobias suspirou pesadamente e se afastou em direção do balcão da recepção, logo foi liberado para entrar pelas portas de vai e vem.
Cassandra por alguns minutos observou o esposo se afastando, mas depois puxou a filha para uma cadeira e se sentou ao seu lado – Eu sinto muito, você não imagina o quanto me fere o fato de saber que as pessoas tratam você mal...
- As pessoas costumam tratar todos os Ômegas como lixo mamãe...
- Mas não deveriam... – Ficaram algum tempo em silêncio – Quando foi isso?
- O quê? – A detetive olhou para a mãe sem entender nada, então a mais velha apontou para o próprio pescoço – Ahn, isso, sim... Foi hoje, mais cedo.
- Isso foi... Inusitado!!
- Nós já havíamos conversado sobre isso, na verdade a Vi disse que já vinha sentindo vontade de me marcar desde a nossa primeira vez, mas ela estava se segurando todo esse tenpo... Eu estou no cio, então hoje eu pedi pra ela me marcar.
- E como é isso?
- É como se ela fosse uma extensão de mim, sabe? Eu sinto alguma coisa diferente, e imediatamente eu sei que está vindo dela... Por exemplo: Agora neste exato momento eu sei que o coração dela está batendo, meu lado emocional fica extremamente feliz com isso, mas aí meu lado racional me diz que ela está ligada a aparelhos que estão mantendo ela respirando e então eu entro em desespero... Mas aí eu lembro que de alguma forma ela sente o meu desperto, então eu tento me acalmar.
A mãe alcançou a mão da filha e apertou levemente – Então você precisa ficar calma, vamos acreditar que vai dar tudo certo.
Ficaram mais um tempo em silêncio até que a detetive resolveu continuar a conversa mais ou menos no mesmo rumo – Nós decidimos que vamos parar com os inibidores no próximo cio dela.
- O quê? Isso não é um pouco precipitado?
Caitlyn franziu as sobrancelhas e semicerrou os olhos – Você está de brincadeira, né?? Só pode... Desde os meus dezenove anos a senhora vem pegando no meu pé para que eu arranjasse um Alfa.
- Sim... Porque assim a chance de que vocês tivesses filhotes Ômegas seria bem menor... Agora você já arranjou, está ligada a ela para o resto de seus dias, o próximo passo é um casamento!! Imagine você entrando na igreja com véu e grinalda?!
A detetive deu uma risadinha – Véu e grinalda mamãe? Deuses... Eu não sou mais virgem há muito tempo!! Não teria nem graça isso. E outra, eu não quero um casamento grande, só uma confraternização com os mais chegados...
- Isso é um sim para o casamento?
- É lógico... Eu quero me casar com a Vi, depois de hoje mais que nunca!
- Então eu posso começar os preparativos?
- Mamãe, não começa... Quando a Vi acordar e estiver bem eu posso abordar isso com ela e nós duas podemos organizar isto...
- Caitlyn, você não imagina o quanto isso me faz feliz!
A detetive sorriu um pouco, não estava falando essas coisas só da boca pra fora ou para fazer a mãe feliz. Realmente queria se casar com Vi e faria de tudo para que pudessem ter uma família maravilhosa, assim como seus pais.
Mas ainda tinha uma coisa martelando em sua cabeça – Mamãe, eu posso lhe fazer uma pergunta?
- É claro.
- Em uma escala de 0 a 10, o quanto a senhora se sentiu decepcionada quando descobriu que eu era uma Ômega?
- Decepcionada? Com você, minha filha? Nunca... Você sempre me encheu de orgulho, até quando você fez aquela tatuagem medonha.
- Mas...
- Nada de mas, você sabe muito bem que eu não minto... Eu tive muito medo, medo de como seria a vida para você, medo de não conseguir te proteger mesmo com o meu sobrenome. Eu sei o quanto você já foi humilhada por ser uma Ômega. Mas também sei o quanto você foi corajosa enfrentando tudo isso.
- Isso é sério??
- Mas é claro... Você é meu bebê, sempre foi e sempre vai ser... Bom, você vai ver como é isso quando você tiver seus próprios filhotes. Eu só não gostaria que eles fossem Ômegas para que nenhum de vocês sofresse!
- Como assim??
- Você já sofreu demais, não merece ter que ver seus filhos passando pelas mesmas coisas que você. Não merece que as pessoas apontem para sua cara dizendo que provavelmente a culpa seja toda sua...
A matriarca dos Kirammans estava chorando, podia ver algumas lágrimas escorrendo pelo rosto dela, a filha a olhava boquiaberta, nunca em sã consciência poderia imaginar que sua mãe tinha estas questões.
- Você sabe que não existe culpados neste caso, isso é somente uma questão genética. Como se fosse uma loteria: o espermatozoide “errado” se juntou ao óvulo “errado” e o resultado foi um feto Ômega – Fez questão de usar os dedos para demonstrar as aspas – Nós deveríamos ter conversado sobre isso antes, eu por muitos anos achei que vocês talvez não gostasse de mim por eu ser quem eu sou...
- Nós sempre te amamos minha criança, a cada segundo mais... Depois que você tiver seus filhotes então... Não vejo a hora de ser avó para poder mimar meus netinhos...
- Será que você pode se decidir, o que quer da vida, mulher! Por favor!?
- Eu quero que você seja feliz, no seu ritmo, nunca mais deixe que alguém diga que vocês estão erradas ou que não merecem algo. Você está me entendendo??
- Sim, pode deixar... Eu já não venho deixando isso acontecer há um bom tempo... E eu acho que de alguma forma está dando certo, mesmo sem a indicação do conselho eles me querem como Xerife...
A mais velha iria começar a falar, mas Tobias retornou – Felizmente consegui notícias, dois rapazes já saíram da sala de cirurgia e não correm mais perigo, o terceiro infelizmente ainda está sendo operado, estão fazendo de tudo para salvá-lo, mas possivelmente não irão conseguir... Sobre a Vi, a cirurgia dela também já terminou, mas ela perdeu muito sangue, minha filha. Ela está na UTI, essa noite é primordial, se ela sobreviver as chances de recuperação são altas...
Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, ninguém tinha coragem de falar nada. Cait estava com muito medo por sua companheira – Eu posso vê-la?
- Você sabe como é uma UTI filha, tem certeza que você gostaria de ir lá?
Ela deu de ombros – Acho que sim – Sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto.
- Só se você me prometer que depois vai pra casa com a gente descansar...
- Eu não posso pai, se eu for pra casa eu não vou conseguir desligar daqui por nenhum segundo, e se o telefone tocar... Eu não quero nem pensar nisto, vou morrer antes de conseguir atender... Eu, eu, eu...
- E o que você me diz de ir para casa, tomar um banho, trocar de roupa e comer algo – Sua mãe perguntou com um sorriso terno, fazendo um carinho em seu rosto  – Nós iremos lhe trazer de volta.
A mulher de cabelos azuis concordou lentamente, seu pai sorriu e se afastou mais uma vez. Menos de cinco minutos depois ele voltou e a chamou. Ela foi seguindo o homem de perto, todos que cruzavam com eles faziam questão de cumprimentar o mais velho e torcer o nariz para ela.
Caitlyn não podia se importar menos com isso, mas percebeu que precisava de um apoio quando sentiu o braço de seu pai a envolvendo pelos ombros, sorriu apesar de toda a situação. Adentraram o setor e foram até o posto de enfermagem, lá um dos médicos levantou os olhos e sorriu para o mais velho.
Os dois se cumprimentaram enquanto ela observava um pouco afastada, a detetive sentia o coração de Vi ligeiramente mais acelerado do que alguns momentos atrás – Caitlyn... Que imenso prazer revê-la.
- Boa noite professor – Ela deu um sorriso fraco – Gostaria muito de dizer que tenho um imenso prazer de estar hoje aqui, mas isso seria mentira, infelizmente minha companheira está aqui em estado crítico. Eu estou sentindo a pulsação dela acelerada, papai... Isso deve ser um bom sinal, não é?
- Oh, você se ligou a alguém? Sinto muito gosto em ouvir isso – Os três começaram a ir andando em direção do leito da zaunita – A ligação é um elo realmente muito forte, mesmo ela estando levemente sedada, só o suficiente para não brigar com o tubo, realmente existe uma boa chance dela ter sentido sua presença. Fiquem à vontade eu vou voltar aos meus afazeres.
O médico se afastou mas Caitlyn não se moveu, estava olhando Vi ligada a vários aparelhos, sentiu um nó na garganta e logo em seguida puderam ouvir o monitor cardíaco mostrar batimentos cardíacos mais acelerados.
Tobias tocou seu ombro – Ela sabe que você está aqui, isso é uma boa notícia... Fique a vontade para falar com ela, eu te espero perto da porta em seguida foi se afastando lentamente.
A detetives suspirou profundamente e se aproximou do leito, pegou a mão gelada de Vi e franziu as sobrancelhas – Acho que pela primeira vez eu estou mais quente que você – Em seguida fez um barulho imitando uma rosnada charmosa e deu uma risadinha. Ouviu mais uma vez o coração alheio disparar – Eu preciso te contar algo... Eu consegui sentir sua pulsação e praticamente todo mundo sabe da nossa ligação! Eu tinha razão, minha mãe amou a notícia, mas de uma forma estranha ela nos achou precipitadas por querer parar os inibidores – Deu de ombros.
- Eu não me importo com o que os outros pensam, não vejo a hora de estar trancada na cabana com cheiro de cedro, só nos duas sem nada para nos impedir ou nos frear – Desta vez sentiu algo diferente, foi como um calor no peito – Ahn, então você também?? – Deu uma risadinha no meio do choro, limpou o rosto antes de continuar.
- Hey, eu preciso ir embora agora... Você está na UTI, mas amanhã espero que pelo menos te tirem da sedação, sua voz rouca com toda certeza vai estar uma delícia depois dessa sua soneca prolongada.
- Eu te amo muito – Deu alguns beijos na testa e bochecha da amada – Descansa bastante, amanhã vou querer um abraço, Ok?!
A mulher de cabelos azuis suspirou profundamente e foi se afastando, ver a zaunita deitada naquele estado não foi nada fácil, mas com toda certeza isso era melhor do que receber a notícia de que a cirurgia dela não tinha dado certo, então foi decidida até seu pai – Vamos indo??
- Sim minha filha...
Os dois iam andando pelo corredor em silêncio até que a detetive tomou coragem e perguntou – Me diz, qual deles não vai resistir?
- O defensor...
- Certo.
Chegaram na recepção e logo se encontraram com Cassandra e em seguida caminharam até o carro, entraram e foram seguindo o caminho até a Praça principal mas Caitlyn resolveu falar – Hey, papai... Será que nós podemos dar uma passada na delegacia primeiro?
- Minha filha, esse não é o momento...
- Eu sei mamãe, mas eu preciso pegar o contato de algum parente do defensor que está morrendo sozinho no hospital, eu nem ao menos sei o nome dele... Isso é tão errado – Mais uma vez lágrimas escorreram por seu rosto.
- Claro filha.
Rapidamente ela chegou na delegacia e foi até a recepção, chamou a atenção do defensor que estava ali, ele a tratou de uma forma muito seca, franzindo a sobrancelha ela abriu a boca e fechou algumas vezes antes de falar – Ahn, detetive Kiramman??
O rapaz primeiramente achou que era uma mulher que gostaria de falar com a detetive, mas logo em seguida ele a reconheceu e gaguejando fez uma continência – Perdão senhora, eu não a reconheci... Estamos tendo uma madrugada bem caótica...
- Eu imagino... Você saberia dizer o nome do defensor que estava na batida comigo? O que está internado também...
- O Olaf??
- Isso, ele não é daqui né??
- Não, ele é de Freldjord.
- Ele tem algum parente aqui??
- Eu não sei se é parente, mas o Braun também é de lá...
- E o Braun está aqui??
- Não senhora...
- Certo, por favor deixe um recado para assim que ele chegar aqui vá me encontrar no hospital, sim??
- Pode deixar senhora, eu aviso ele pessoalmente, obrigada.
A detetive virou as costas e foi até o carro dos pais, cerca de dez minutos estavam na porta de sua casa, seus pais entraram com ela e foram direto para a cozinha, dizendo que iriam preparar algo para comer assim que ela se banhasse.
Então ela foi subindo a escada lentamente, o aroma de Vi estava tão forte ainda, isso era maravilhoso – Espero que você venha para casa logo, amor...
Retirou suas roupas e entrou embaixo do chuveiro, esfregou todo o corpo, a água que escorria estava preta de tanta fuligem. Tentou ser o mais rápida possível, mas ela precisava da água quente caindo sobre seu corpo.
Depois de alguma tempo se enrolou na toalha e foi até o quanto, olhou a cama e se jogou nela abraçando possessivamente o travesseiro de Vi, precisava desesperadamente se sentir com o cheiro dela. Chorou um pouco, mas logo se lembrou que ela poderia sentir também então foi se acalmando lentamente.
Colocou um lingerie qualquer, depois vestiu a blusa que a amada tinha usado para dormir na noite anterior, então não conseguiu deixar de sorrir – Agora sim... Até que você esteja bem pra me deixar com seus feromônios de novo, eu não tiro essa blusa...
Vestiu uma calça e uma jaqueta qualquer, passou a mão nas carteiras das duas, pegou seu celular verificando que ainda estava com bateria suficiente, então foi descendo os degraus lentamente.
- Como você está, princesinha??
- Doeu um pouquinho estar lá encima, mas eu resolvi esse problema com o cheiro dela – Ofereceu o colarinho e seu pai deu uma gargalhada leve antes de se aproximar e dar um fungada.
- Aroma interessante...
- O que vocês dois estão falando aí??
- Nada, meu bem, estou só sentindo o aroma dos feromônios da minha nora...
- Vocês as vezes agem de modo muito estranho, é melhor que vocês venham comer logo de uma vez, que logo mais o dia vai amanhecer!
- Me desculpem por vocês terem perdido essa noite de sono...
- Não diga isso minha filha, sempre que você precisar pode contar conosco – Sua mãe falou com um sorriso no rosto.
Logo os três estavam sentados comendo um belo café da manhã reforçado, a detetive não tinha percebido o quanto precisava disso até estar tendo esses momentos com os pais, apesar dos pesares havia sido uma madrugada interessante.
Logo depois cuidaram da louça e saíram, o casal Kiramman deixou a filha no hospital antes de partirem para seus afazeres. Antes de entrar no prédio a mulher de cabelos azuis suspirou profundamente olhando em volta, o céu estava começando a clarear. Esperava que este fosse um bom dia.
Foi em direção do balcão da recepção – Bom dia, ontem uma defensora deu entrada aqui, ela foi operada e se encontra na UTI, eu vim trazer os documentos dela para fazer o cadastro adequado – Passou o documento para a mulher, ela logo perguntou o endereço, que foi passado em seguida e ficou digitando por alguns segundos.
- Certo, senhora... Agora eu preciso dos dados do acompanhante e também como vai ser feito o pagamento da internação...
Caitlyn abriu a própria carteira e em seguida passou seu documento e seu cartão de crédito. A mulher a encarou por alguns segundos, mas não disse mais nada – Além dela tiveram mais dois defensores e três zaunitas que se internaram aqui ontem, você pode colocar as contas deles nesse cartão também, por favor...
- Certo senhora, eles não foram registrados e um deles está quase para receber na alta na verdade...
- Eu posso conseguir o documento dos dois defensores, mas dos outros eu temo que não poderia te ajudar com isso...
- Certo senhora, eu só gostaria de avisar que sem cadastro eles serão tratados como indigentes. Mas de qualquer forma, a senhora já está ajudando bastante pagando as contas deles.
- Tecnicamente eu estou de acompanhante de todos, poderia ir visitar os dois que estão em estado melhor?
A mulher a analisou e olhou para trás por alguns segundos, depois a entregou om crachá junto aos documentos e ao cartão – Se lhe perguntarem diga que esteve lá dentro a noite toda, e por favor, não demore muito...
- Pode deixar... Muito obrigada.
Caitlyn entrou rapidamente e foi andando pelos corredores, depois de um tempo encontrou o quarto e qual foi sua surpresa ao ver que os dois homens estavam conversando animadamente – É bom ver que uma situação de quase morte te fez perceber que nós também somos humanos, Ekko.
- Hey, Cait graças aos deuses você está bem – Ezreal falou, sua voz ainda estava um pouco fraca – Ninguém nos diz nada...
- Orianna está bem, só precisa de mais exames para verem a extensão dos danos, seus dois homens estão bem e fora de perigo. Até onde eu sei o Olaf provavelmente não vai resistir aos ferimentos e a Vi está na UTI se recuperando da cirurgia, o coração dela ainda está batendo forte...
- Deuses...
- É... A delegacia está um caos, mas até que você esteja em pé e a Vi no quarto, eu não arredo meu pé daqui, nem que isso me custe o cargo de Xerife... Você vai receber alta hoje Ekko, cuidado no caminho para casa...
- Eu posso usar seu celular para avisar minha esposa?
A mulher esticou a mão entregando o objeto para o outro detetive.
- Como eu vou sair daqui?? Nem se eu trabalhar mil anos vou ter o dinheiro para pagar essa conta...
- Já está paga, não se preocupe... Eu preciso que você tente resgatar a irmã da Vi, isso vai ser provavelmente a primeira coisa que ela vai me perguntar quando acordar e eu quero pelo menos poder dizer que você está vendo isso.
- Pode deixar, eu vou fazer de tudo para terminar o que a gente começou essa madrugada e levar a Jinx para um lugar seguro, pode dizer isso para sua namorada.
- Seria melhor você retirar todos seus homens que ainda estão trabalhando disfarçados na última refinaria, não vale a pena manter o plano, daqui pra frente vamos ter que agir de uma forma mais cautelosa.
- Eu concordo, assim que eu chegar em Zaun vou dar um jeito de retirar todos de dentro das refinarias pelo menos.
- Certo rapazes, eu preciso descer para tentar resolver alguns pepinos e saber notícias mais recentes dos outros.

Seu aroma me enlouque ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora