Agora Vai...

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Depois de comer qualquer besteira, Vi e Caitlyn saíram de casa, mais uma vez estavam usando roupas escuras e compridas, que cobriam quase todo o corpo, logo que passaram pela ponte puxaram o lenço que repousava em seus pescoços para cobrir a boca e o nariz.
- Hey, você se lembra das minhas recomendações da outra vez? – A mais velha somente concordou com a cabeça – Ótimo, elas estão valendo pra hoje também. Qualquer coisa você vai correr e pedir ajuda para o conselho. Você é a melhor pessoa para conseguir essa ajuda o mais rápido possível.
Desta vez a detetive nem perdeu tempo em discutir, ela sabia que a última frase da namorada era verdade, ela seria a melhor pessoa para conseguir algo rápido do conselho. A única coisa que a deixava mais tranquila era ligação que as duas estavam compartilhando, se algo acontecesse com a zaunita ela saberia no mesmo instante.
Logo chegaram ao elevador, desta vez o aparelho estava bem mais lotado, haviam quatro homens, Vi torceu o nariz ao perceber isso, mas chamariam muita atenção se simplesmente não entrassem no aparelho junto com eles.
Encarou por alguns segundos a namorada que desabotoou o coldre, deixando o acesso à arma bem facilitado. A mais velha se encostou em uma das laterais do elevador e ficou olhando para fora como se encarasse a cidade abaixo de si, porém com a visão periférica não perdia uma movimentação de nenhum dos desconhecidos.
A mulher de cabelos rosados ficou um pouco aliviada ao notar que dois estavam realmente alheios à presença das duas mulheres, mas os outros dois cochichavam entre si enquanto olhavam as duas.
- Eu não estou gostando desses caras... – Vi falou bem baixo.
- Nem eu.
Da última vez tinha tomado uma postura mais agressiva e encarado o cara, mas agora não era mais um homem sozinho, o melhor seria esperar e torcer para que tudo desse certo. E ela odiava esperar quando não tinha nenhum tipo de controle sobre a situação. Contrariando qualquer atitude sensata a mulher de cabelos rosados resolveu que seria melhor agir logo de uma vez.
- Cê tá me tirando, mano? – A zaunita usou seu sotaque da forma mais carregada possível, Caitlyn a olhou horrorizada – É melhor cê dá a linha logo ou o bagulho vai ficar louco pro seu lado...
- Ih veio, moiô... Cê deixou a mina pistola – O homem que mais encarava falou para o outro arrancando um olhar de ódio do companheiro que o empurrou e foi andando até a porta do elevador, saltando antes mesmo dele parar – Foi mal aê Tia... Nois não sabia que cê era da quebrada... – Ele falou mais uma vez antes de virar as costa e seguir o mesmo caminho do amigo. Os dois outros homens também desceram do aparelho e tomaram o caminho da rua principal.
A mais velha olhou para outra e falou indignada – O que foi isso??
- Hey, o que eu disse sobre você falar? – Vi falou de uma forma ríspida, levando uma trombada da outra que saiu do aparelho e começou a tomar o mesmo caminho que os homens haviam feito – Hey, desculpa... Eu só... Evita falar, por favor...
Vendo que a outra iria a ignorar e voltar a andar a puxou por uma viela, as duas Continuaram andando, foram dobrando algumas ruas até chegarem em uma escada de incêndio que subia na lateral de um prédio de quatro andares.
Vi apontou para a escada – Damas primeiro...
Caitlyn bufou e revirou os olhos, mas começou a subir logo em seguida. Assim que ela chegou no terraço, olhou em volta para localizar o prédio de telhado verde por onde haviam descido da última vez, foi para a beirada que ficava mais perto e analisou um pouco os telhados em volta.
Já estava subindo no beiral quando a mais forte a puxou de volta.
- Hey, é sério isso?? Você tá brava comigo??
- Eu tenho permissão para falar agora?
- Cupcake...
- Não vem com essa – A mulher de cabelos azuis foi com tudo para frente ficando a centímetros da outra que arregalou os olhos e deu um passo para trás – Nem tenta, tá ok?? Eu não posso abrir minha boca, mas você fica de conversinha?
- Eu não fiquei de conversinha... Você viu, esses caras estavam olhando pra gente como se fossemos presas, aqui é dessa forma, a melhor defesa é o ataque...
A detetive mais uma vez bufou e suspirou alto, ela fez uma sinal de negativo com a cabeça algumas vezes enquanto olhava os telhados em volta.
- Olha pra mim...
A mulher de cabelos azulados revirou os olhos, mas mesmo assim voltou o rosto em direção da namorada.
- Me desculpa eu juro que eu não queria que fosse assim... Eu não queria ter falado de uma forma tão ríspida contigo – Suspirou mais uma vez – Além do que você pode ter certeza que eu preferiria muito ter ficado o restante da noite na nossa cama aproveitando melhor essa nossa nova fase...
- Tá bom, vamos indo – A mais velha foi se virando para seguir o caminho mas foi impedida pela outra.
- Não até  a gente conversar direito.
- Está tudo bem é sério, vamos logo.
- Agora tá mesmo, eu consigo sentir que você bem...
A mais velha revirou os olhos mais uma vez, mas desta vez ela sorria, as duas se aproximaram da beirada e foram seguindo o caminho em direção da praça central, esta noite iam pelo lado contrário do que dá última vez.
Caitlyn ficou feliz em perceber que era bem mais fácil, pelo menos os prédios eram quase todos da mesma altura.
Quando chegaram no prédio verde, Vi apontou para o prédio ao lado, que era significativamente mais baixo, onde estavam quatro figuras encapuzadas, elas se esconderam para avaliar melhor e depois de um tempo conseguiram notar que não era desconhecidos, então deram um salto até lá assustando aos presentes.
- Porra, vocês duas querem matar a gente de susto??
- É claro Azir,  a gente combinou isso tudo pra poder matar vocês todos,  na verdade não  tem plano nenhum...
- Haha,  engraçadinha...
Vi foi se sentar juntamente a Azir,  Swain, Ezreal e um outro defensor que ela não  sabia o nome e ficaram aguardando, ainda faltava mais de 20 minutos para o horário combinado.  Conforme o tempo foi passando as pessoas foram chegando,  já tinha passado alguns minutos depois da meia noite quando estavam finalmente todos os 11 defensores aguardando os próximos acontecimentos.
- Alguém parou para pensar que isso poderia ser uma armadilha? E na verdade todo mundo caiu direitinho??
- Eu não acho que esse é um bom momento para você instaurar o pânico entre nós -  Swain falou calmamente.
- Mas se ele não fizesse isso, não seria o Azir, não é mesmo? – Ezreal falou.
- Heeeeeey....
Todos deram um risadinha contida mas logo em seguida foram interrompidos por um barulho de assobio, vindo de um prédio em frente.
Vi ficou em pé rapidamente e acenou para a pessoa – Vamos até lá.
Todos seguiram a zaunita, dando a volta enquanto iam passando por quatro telhados diferentes até chegar no prédio onde se encontravam três homens mascarados. O mais baixo entre eles bufou, mas deu um passo a frente, retirou a máscara por uns segundos analisando cada um dos presentes.
- Nós vamos por este lado, meus homens estão neste mesmo instante entrando no prédio, assim que eles estiverem posicionados nós descemos e entramos.
Estavam bem de frente para uma das refinarias, essa era mais difícil de ser distinguida, parecia ser somente um pequeno galpão de três andares abandonado, mas logo de cara já poderiam imaginar que algo estava errado, porque haviam pelo menos cinco homens visíveis carregando fuzis. Dois no topo e um em cada andar.
Continuaram observando por mais alguns segundos até que um dos homens do telhado se voltou para o outro atirando em sua cabeça enquanto o homem que estava no segundo andar logo sumiu.
- Está começando, logo alguém vai abrir o portão – Porém logo em seguida Ekko levou a mão  ao ouvido – O quê? Como assim? Estou vendo... Nós vamos dar um jeito...
- Aconteceu alguma coisa? – Fortune perguntou.
- Esses dois homens que estão armados fazendo a ronda não deveriam estar ali, hoje, por algum motivo, eles resolveram intensificar a segurança.
- Será que eles desconfiam de algo? Devemos abortar o ataque? – Fortune mais uma vez se adiantou.
- Se for isso mesmo, eu não posso simplesmente virar as costa e ir, meus homens já estão lá dentro...
Caitlyn se adiantou até a beirada – Nós só precisamos eliminar esses dois homens? – Se ajoelhou enquanto ia puxando o rifle dobrável de suas costas. Apoiou o braço na beirada e em seguida falou – Considere feito.
- Espera você vai chamar muita atenção com o barulho.
E seguida ouviu um estampido seco, parecido com um peteleco em uma folha de papel e em seguida o homem do primeiro andar caiu, ela puxou o ferrolho e o homem do terceiro andar caiu também.
Mas logo em seguida Orianna se abaixou ao seu lado – Caitlyn , no primeiro andar... Às três horas.
Todos notaram que havia um homem vindo pelo corredor, ele logo veria o corpo – Ekko é um dos seus?
- Eu não  sei...
- Você tem dois segundos pra se decidir...
- Não é um dos meus...
Ele mal havia terminado a frase e o homem caiu, foi bem a tempo, ele já estava quase dobrando o corredor, mas infelizmente o corpo caiu sobre um placa de metal fazendo um barulho enorme que pôde ser ouvido até de onde eles estavam.
Caitlyn puxou o ferrolho mais uma vez e se preparou – Hey, Ekko, eu sinto muito dizer isso, mas eu vou ser obrigada em atirar em qualquer um que aparecer neste andar... Não  vou poder esperar você confirmar.
- Depois desse barulho se algum dos meus aparecer aí merece ficar com um rombo na testa, na verdade.
- Às 10 horas, Caitlyn – Logo o cara estava ao chão – Agora tem dois vindo no corredor oposto, um deles está ligeiramente atrás do outro – A detetive primeiro pegou o homem que estava atrás, o outro só teve tempo de levantar a arma e olhar em volta e logo ele já estava no chão ao lado de seu companheiro de ronda.
Esperaram por mais alguns minutos e mais ninguém apareceu no andar. Logo em seguida Ekko levou a mão até sua orelha – Certo, nós vamos descer.
O homem foi até  a lateral do prédio e pulou para o telhado abaixo, e depois para um outro mais abaixo e em seguida para o chão da viela. Todos o seguiram logo após.
Vi era a última da fila indo logo atrás de sua namorada, esta se virou antes de chegar na beirada – Hey, você tá legal?
- Acho que eu nunca mais vou poder esconder nada de você, né?
- Ainda bem que não...
- É só um ciúme bobo, tá tudo bem...
- Ciúmes?
- Você faz ideia de como isso foi foda? Vocês  estavam sincronizadas.
Caitlyn deu uma risadinha nasal – É você faz ideia de quantas vezes nós duas fizemos esse tipo de treinamento?
- Eu imagino, mas tem um monstrinho dentro de mim que me faz ter esses sentimentos idiotas.
- Tá certo, isso é  natural, eu fico feliz em saber que você não  desconfia de mim – Caitlyn tinha finalmente chegado na beirada, a legista estava logo na frente delas então ela provavelmente ouviu tudo, a loira olhava para baixo sem pular – Hey, você precisa de ajuda?
- Eu só  estou tentando criar coragem – Então finalmente pulou.
Assim que todos estavam no chão Ekko disse – Vocês podem entrar atirando, só cuidado que meus homens vão  estar usando mascaram como essa daqui – O homem mais uma vez vestiu a máscara que usa antes – Vamos!!
Foram se aproximando da usina, mas começaram a ouvir barulhos de tiros. Então invadiram com tudo já atirando.
O Barracão era pequeno, apesar de ter três andares, os dois andares de cima eram somente mezaninos, então serviam somente de estoque, o forte da operação  ficava no térreo. Como o prédio estava parcialmente vazio, não  demorou muito para que os bandidos estivessem caídos ou rendidos. Rapidamente prenderam os homens em uma casa vazia próxima, iriam levá-los para a delegacia depois de destruir os últimos prédios. Um mascarado ficou para destruir a máquina sem fazer muito alarde.
Em menos de meia hora já estavam em frente à a segunda refinaria que iriam destruir nesta noite. Este prédio era bem maior e estava bem mais fortalecido. Ekko apertou a orelha e se comunicou com o seu contato lá de dentro.
- Certo, mais uma vez a segurança foi reforçada do dia pra noite, nossos homens já estão posicionados lá dentro, mas tem algumas pessoas que nós precisamos derrubar antes dos aproximar mais... E antes que você pergunte, os meus já estão mascarados então pode sentar o dedo...
A detetive mais uma vez puxou o rifle e subiu na laje de uma lojinha em frente, ficou deitada, com a arma apoiada em um pezinho e rapidamente derrubou quatro homens. A legista se posicionou ao seu lado usando uma espécie de binóculo, deu mais algumas instruções, que nenhum dos outros ouviu e mais três tiros foram dados, mais três pessoas no chão.
- Aparentemente, eu derrubei todos...
- Esse lugar é bem maior do que o anterior, só o terceiro andar é mezanino, os dois primeiros contem várias salas... Tem mais um vindo no fim do corredor Cait – O homem caiu logo em seguida.
- O segundo andar é uma espécie de mezanino menor, tem algumas salas sendo utilizadas sim, mas nada de muito preocupante. Vai ser bom pra investigação que vocês vão fazer depois, mas por hora, precisamos nos preocupar mais com o térreo – Ekko falou – A planta é parecida com o do outro prédio, só que maior.
Logo em seguida um homem mascarado abriu a porta e todos foram entrando, Inicialmente juntos, mas em seguida se separaram em trios, Caitlyn ia com Vi e Swain. Por sorte o mais velho ia andando por trás das pilastra quando de repente um tiro acertou está parte do prédio ao invés do peito certeiro do defensor.
Foi o momento que vários disparos puderam ser ouvidos, e um saco enorme caiu lá de cima. Era difícil saber o que havia dentro dele, somente que logo que o saco bateu no chão, ele explodiu espalhando um pó que tornou muito difícil poder enxergar um palmo a frente de seus rostos.
A detetive se arremessou para a sala ao seu lado esquerdo a fim de fugir da nuvem, mas não  adiantou. Ouviu uma saraivada de tiros na direção oposta de onde havia vindo, então foi seguindo naquela direção.
Ela não conseguia encontrar mais ninguém, mas se mantinha quieta avançando com a pistola em punhos pronta para derrubar qualquer inimigo que cruzasse o seu caminho. Saiu em uma outra sala, ainda não conseguia enxergar direito, então, resolveu se agachar atrás de uma pilastra, olhando em volta viu um pé  atrás de um armário, que estava encostado enviesado em uma parede próxima.
Era uma bota, nem precisava olhar mais de perto para notar que se tratava de um dos defensores. Sentiu um pouco de medo, imaginando que um de seus homens poderia estar gravemente ferido.
- Pss, hey, quem é??
- É você Cait?
A detetive sentiu uma descarga de adrenalina em constatar que realmente era um dos defensores, mas mais ainda em notar um tom de dor na voz da legista. Então rapidamente se levantou e foi até a outra mulher.
Ela estava com a mão esquerda no ombro, que sangrava abundantemente.
- O que aconteceu?
- Eu levei um tiro...
Na mesma hora a mulher de cabelos azuis se sentou ao lado da outra e a desencostou do armário, levou a mão as costas da outra e notou presença  de sangue na região, respirou aliviada ao sentir o buraco de saída.
- A bala atravessou e não está sangrando muito atrás...
- Mas na frente eu não tive essa mesma sorte! – A loira falava com um tom de agonia enorme ajeitando melhor a sua posição – Não me olhe com essa cara... Não se esqueça que eu entendo tanto disso quanto você...
- Então você sabe muito bem que só da bala não ter ficado alojada já é uma ótima notícia, imagina o dano que esse projétil poderia causar no seu ombro – Caitlyn retirou o lenço de seu rosto e começou a enrolar no ombro da mais velha.
- Eu estou só imaginando o dano que ele já causou – Ela mordeu os lábios evitando choramingar muito alto – Ahn, isso dói demais – A loira no mesmo instante percebeu o curativo no pescoço da outra mulher – O que é isso no seu pescoço? Hoje a tarde você não estava com esse negócio enorme grudado aí...
- Ahn, então... Nós duas meio que...
- Você foi marcada...
Não era uma pergunta e mesmo que fosse a detetive já tinha tomado a decisão  de não mentir sobre o assunto – Sim, antes de vir para cá nós... Ahn... Acabou acontecendo – Ela falou enquanto continuava fazendo o curativo improvisado.
- Ela te faz realmente feliz, não é?? Eu quero dizer... Eu sinceramente espero que isto não seja você saindo de casa e pintando o cabelo de rosa mais uma vez...
- Não Orianna, ela realmente me faz feliz!
- Que bom.
- Prontinho – Caitlyn disse terminando de amarrar o lenço – Eu preciso te tirar daqui.
- Meu braço está amortecido, eu... E se...
- Hey, fica calma, seria muito difícil que a bala não lesasse alguma coisa aí dentro. Mas vamos pensar positivo, isso não é permanente... – A detetive puxou o braço machucado delicadamente amarrando a manga para improvisar uma tipoia – Pronto, pronto... Agora vamos logo.
Caitlyn pegou a pistola e as duas foram se esgueirando pelas paredes, por sorte a poeira ainda estava densa no ambiente então conseguiram passar despercebidas, não cruzando com ninguém e em menos de cinco minutos estavam na rua. Ela ainda olhou para trás, mas continuou acompanhando a loira em direção do elevador.
Mal tinham andado 100 metros e a mulher de cabelos azulados sentiu uma angústia enorme, em seguida ouviram um barulho de explosão, muito maior do que tinha sido nas últimas vezes que haviam destruído as outras refinarias.
E para piorar a situação a angústia sumiu imediatamente, Caitlyn estancou, ela não conseguia sentir mais a presença de Vi.
- Eles conseguiram... Agora só falta mais uma...
- Certo, você precisa ir... Corre e avisa o conselho.
- O QUE? NÃO, VOCÊ VEM COMIGO!!
A mulher de cabelos azuis olhou para a outra com lágrimas nos olhos – Você  não tá  entendendo, eu não estou sentindo a Vi. Eu preciso ir e você precisa buscar ajuda, eles podem estar machucados...
- Tá certo, só toma cuidado.
Caitlyn deu as costas e voltou correndo para a fábrica, assim q chegou na esquina notou algumas pessoas armadas se aproximando, não deu nem tempo deles se aproximarem muito e já atirou os derrubando.
Quando entrou no barracão deu de cara com Fortune e Azir saindo.
- De onde você está vindo? – A ruiva perguntou.
- A Orianna tomou um tiro, ela está voltando para Piltover, Sarah corre, você ainda consegue alcançar ela.
- Certo, obrigada... – A ruiva saiu correndo em seguida.
- Agora me fala o que aconteceu...
- Foi uma confusão  enorme, eles estavam preparados para nossa chegada... Mas conseguimos destruir o destilador.
- Onde está o resto do pessoal?
- Não faço ideia, ainda está muito escuro lá dentro. Eu não consigo imaginar o que é esse pó que eles jogaram, mas serviu direitinho para nos espalhar...
- Fica aqui e se esconde – Entregou o rifle para o homem – Contanto que não seja um dos nossos ou do Ekko, ninguém entra e ninguém sai...
- Você não  pode entrar ali de novo... Eu vou contigo...
- NÃO, VOCÊ VAI FICAR AQUI ME COBRINDO, VOCÊ ENTENDEU??
- Sim, senhora.
- Ninguém entra e ninguém sai...
- Certo, certo... Eu já entendi...
A mulher de cabelos azulados pegou a máscara do corpo mais próximo, colocando em seu rosto, não  ligou nem por um segundo que essa não era uma atitude higiênica e entrou com a pistola em mãos, verificando o pente, o encaixando em erguida mais uma vez. Foi se esgueirando cada vez mais, de onde estava conseguiu ver dois homens do Ekko saindo juntamente a quatro dos seus. Respirou mais aliviada, só mais três tirando ela e a zaunita ainda estavam lá dentro.
Continuou seguindo um pouco mais a dentro, se deparou com os corpos de dois homens mascarados junto ao defensor mais novo que havia vindo com eles. Ela checou a pulsação e sorriu ao sentir um pulso leve vindo dos três.
Perto havia um homem desconhecido que não  usava máscara se mexendo desacordado, chutou a arma dele para longe e foi seguindo o caminho. Encontrou vários corpos de zaunitas na sala seguinte, a grande maioria não estava usando máscaras. Infelizmente a segunda incursão deles nesta noite acabou se tornando o banho de sangue que eles tanto queriam evitar.
No corredor a seguir encontrou Ekko junto a Ezreal, os dois estavam sentados escorados na parede, ambos estavam sujos de fuligem e sangue, estavam com os olhos abertos, porém o defensor tossiu um pouco de sangue.
- Fiquem aqui, mas prestem atenção com qualquer aproximação inóspita.
- Sai logo daqui, nós já estamos mortos – O zaunita falou.
- Não, sete dos nossos estão  lá fora, eles vão eliminar qualquer um que chegue perto do barracão. A Orianna foi junto da Sarah buscar ajuda.
- Graças a Deus – Ezreal tossiu mais um pouco – Eu achei que não fosse sobreviver pra te ver virar Xerife.
- Fica quieto, você precisa poupar suas energias.
Falando isso a detetive se levantou e foi seguindo o corredor, chutou as portas das salas atrás de inimigos, mas não havia mais ninguém se escondendo. Ou todos estavam mortos, ou haviam fugido, desta vez não teriam muitas pessoas ocupando as celas.
Quanto mais se aproximava da sala ao fundo, mais o ar ia ficando denso, era possível até notar partículas rosadas no ambiente. Ao mesmo tempo ia sentindo o coração tão disparado que se ele parasse a qualquer momento não seria nada estranho.
Passou por cima de mais alguns corpos enquanto ia cruzando o batente, a porta estava caída no chão, o destilador estava despedaçado em um canto, o teto desta sala havia sofrido bastante com a explosão e vários pedaços faltavam, assim como haviam destroços espalhados por todo canto.
A Detetive sentiu o coração disparar ainda mais, se é  que isso ainda era possível, quando finalmente conseguiu ver os cabelos rosados, a dona deles estava caída no chão deitada ligeiramente de lado, havia um pedaço do teto muito grande cobrindo da cintura para baixo de Vi, seus braços e rosto estava ensanguentados e para piorar perto dela havia uma mão  segurando uma arma, o restante do corpo da pessoa, seja lá quem for, estava embaixo de um outro destroço enorme.
Caitlyn respirou profundamente algumas vezes e foi se aproximando lentamente de sua namorada, ainda estava alerta olhando sempre em volta, com medo de que surgisse alguém atirando.
Se abaixou próximo a mulher e levou a mão trêmula até o pescoço dela. A detetive soltou a respiração que nem havia notado que estava prendendo quando sentiu um pulsar forte – Deuses Vi... Você  ainda me mata assim...

Seu aroma me enlouque ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora