A Xerife De Piltover

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Caitlyn permaneceu até tarde trabalhando por causa desse interrogatório, o homem acabou contando tudo o que faltava para se saber de todo esquema, então ela o transferiu para uma das salas de cima onde ele ficaria separado dos outros.
Depois foi até o conselho onde atualizou as informações e solicitou a transferência imediata do rapaz zaunita. Foi informada que os agentes de lá já estavam se preparando para fazer a última incursão para derrubar a última destilaria nos próximos dias.
Apesar de tudo, as coisas estavam se encaminhando para se acertar, ainda estava com muito medo de como as coisas seriam daqui pra frente, mas tinha muita esperança que tudo daria certo no final.
Ela olhou a tela do celular dela várias vezes durante aquele dia, não tinha recebido nenhuma mensagem do pai o que era frustrante, mas ao mesmo tempo a deixava mais tranquila, o estado de Vi não deveria ter se alterado.
Já passavam das 21 horas quando ela finalmente adentrou no hospital, perguntou na recepção sobre o estado dos pacientes internados da batida de Zaun e a moça pediu que ela aguardasse alguns momentos até que um médico viesse conversar sobre isso.
Ela esperava que fosse seu pai, enviou um recado avisando que estava na recepção, depois de alguns minutos ela respirou aliviada ao ver Tobias passando pelas portas de vai e vem, ela se levantou e se aproximou rapidamente.
- Me de boas notícias...
O homem começou a andar lentamente sendo seguido de perto – O Ezreal recebeu alta agora a tarde, vai permanecer alguns dias de repouso em casa para curar as costelas quebradas. Os rapazes não identificados do quarto andar mantém a melhora constante. O Olaf está muito melhor, eu arrisco dizer que ele está fora de perigo.
Vi respirou aliviada, estava feliz em saber que o jovem defensor iria sobreviver – Ele ainda vai ficar muito tempo na UTI?
- Bom, talvez amanhã tentem tirar a sedação dele, dependendo de como for a reação do corpo, talvez ele vá para o quarto no dia seguinte ou até amanhã mesmo, no melhor dos cenários é lógico.
- Isso é maravilhoso papai... E quanto a Violet??
O homem abriu um sorriso grande, Caitlyn sentiu vontade de chorar de alívio ao ver isso, mas se conteve era melhor esperar para ouvir primeiro.
- Ela está estável, nós acabamos de voltar da ressonância... Você sabe que o nosso maior medo era encontrar um trombo impedindo alguma veia ou artéria importante, ou então notar alguma isquemia em algum dos órgão principais...
- Sim, eu sei...
- Não encontramos nada disso... A perfusão dela está ótima.
A detetive respirou aliviada – Certo, e como vai ser agora?
Os dois estavam parados na porta da UTI – Bom, o protocolo é manter ela em sedação pelo menos por 24 horas depois da parada. Mas eu já dei ordens para retirar as drogas vasoativas e ver como o corpo dela vai começar a responder. Talvez eu tente retirar a sedação dela de manhã...
- No final do plantão??
- Se ela estiver bem. Seria bom que ela acordasse e visse um rosto conhecido. Ela vai estar bem confusa.
- Vai sim...
Os dois finalmente foram entrando no setor. Caitlyn logo entrou e foi indo em direção ao leito de Vi. Lá havia uma enfermeira retirando a bomba de infusão que mantinha a medicação para evitar mais problemas cardíacos, ela a cumprimentou e se afastou.
- Boa noite meu amor – Se aproximou e pegou a mão da amada, também deu um beijo no rosto dela – Hey, eu tenho certeza que você notou que foi passear agora de pouco... Fizeram a sua ressonância e não encontraram nenhuma isquemia, isso quer dizer que nenhum dos seus órgãos principais teve falta de oxigenação durante a parada, é bem possível que não tenha nenhuma sequela nos seus órgãos, também não localizaram nenhum trombo que pudesse levar a alguma trombose agora ou até futuramente...
- Meu pai me disse que você está mais estável, então estão retirando as medicações para evitar um ataque cardíaco, melhorar a circulação sanguínea no seu coração, essas coisas, isso é uma ótima notícia... Ótima mesmo...
- Se você responder bem nas próximas horas essa deve ser a última vez que iremos conversar desta forma. Eu não quero ficar tão esperançosa assim, mas o Dr Tobias disse que vai tentar retirar sua sedação no final do plantão.
Ela ouviu o coração de Vi dar uma disparada rápida logo voltando ao ritmo normal – Por favor, não me assuste mais... Você precisa descansar direitinho essa noite e amanhã despertar sem nenhuma intercorrência.
- Amanhã meu pai vai sair do plantão às sete horas, então eu só vou conseguir vir no horário de visitas às 14 horas... Mas saiba que eu vou contar os segundos até poder estar do seu lado... Caramba, não vejo a hora disso acontecer!
Sem querer abusar muito, Caitlyn se debruçou dando mais um beijo na testa da namorada – Eu preciso ir agora, as coisas foram bem puxadas na delegacia hoje, então eu estou realmente bem cansada, preciso relaxar e dormir uma noite toda e você mocinha, descanse bem também... Até amanhã.
Depois disso ela foi até o leito de Olaf e mais uma vez fez uma continência – Boa noite, aqui é a Detetive Kiramman novamente, você me deve mais uma continência – Deu uma risada – Você falei com o médico e ele disse que você está bem melhor, fico muito feliz em saber disso... Continue assim que mais uns dois dias vão retirar sua sedação... Eu preciso ir, mas amanhã eu venho checar como você está.
Em seguida a detetive foi até seu pai – Eu vou indo agora, mas não se esqueça que eu quero ser informada se alguma coisa acontecesse, qualquer coisa mesmo...
- Eu sei Caitlyn, pode ir para sua casa descansar. Eu prometo que qualquer novidade eu te aviso...
- Certo, boa noite.
A detetive antes de ir subiu no quarto andar para ver como estavam os dois zaunitas, ficou feliz em ver que havia um defensor na porta, os dois rapazes ficaram felizes com a presença dela mesmo que por poucos minutos. Ela assegurou que logo eles estariam de alta e neste momento ela faria questão que eles fossem escoltados até Zaun.
Depois foi caminhando até sua casa, chegando lá fez a rotina que já estava acostumada, colocou as roupas na máquina, depois fez algo para comer, aproveitando para separar alguma comida para levar para seu almoço, comeu com vontade, apesar de não ter percebido estava faminta, depois recolheu sua roupa e foi subindo.
Assim que chegou ao quarto teve que se segurar para não chorar – Deuses parece que fazem anos que eu não tinha que fazer todas essas coisas estando sozinha em casa. Vi você não faz ideia de como a sua presença faz falta... – Falou sozinha enquanto ia pendurando o uniforme limpo no armário.
Foi até o banheiro arrancando a lingerie pelo caminho e tomou uma chuveirada bem quente, sentiu vontade de ligar a banheira e tentar relaxar um pouco com os fortes jatos de água, mas iria demorar demais e tudo o que ela mais precisava agora era na verdade deitar e tentar descansar.
Depois se se enxugar colocou, mais uma vez, a camiseta de dormir que Violet estava usando nos últimos dias, cheirou um pouco e se sentiu levemente frustrada porque não estava mais exalando o aroma de sua amada tanto assim.
Se deitou de lado e pegou o celular, procurou em sua galeria as poucas fotos que tinha com a namorada – Precisamos tirar mais fotos... – Disse para si mesma em voz alta. E assim abraçada no travesseiro da zaunita, olhando as fotos acabou caindo no sono mais rápido do que imaginava antes de deitar.

(=^.^=)

Um barulho infernal acordou a mulher de cabelos azulados, quando ela se deu conta que vinha do celular, pegou o aparelho assustada para checar quem estava a ligando, mas respirou aliviada ao perceber que era somente o alarme matinal.
Checou rapidamente se havia recebido alguma ligação ou mensagem de seu pai, mas não havia nada, somente algumas pessoas próximas perguntando como estavam as coisas, rapidamente ela respondeu todo mundo e depois mandou uma mensagem para Tobias querendo saber novidades.
Então se levantou e fez sua higiene matinal, vestiu o uniforme e foi descendo, parou por alguns instantes pensando se iria fazer algo para comer, mas decidiu que não estava com muita vontade de preparar nada na cozinha, então pegou sua marmita na geladeira e saiu de casa.
Parou por alguns instantes na padaria da esquina para comprar somente um café e foi em direção do hospital, passaria lá primeiro antes de ir para o trabalho.
Rapidamente adentrou pelas portas de entrada do hospital e foi falar com o rapaz que estava na recepção, perguntou sobre os pacientes do quarto andar e os da UTI, ele disse que não tinha nenhuma alteração dos quadros e passou o horário de visitas para que ela voltasse mais tarde.
Então ela mandou mais uma vez uma mensagem para o pai e resolveu esperar por um tempo, pelo menos para saber se haviam novidades.
Depois do que pareceram horas, mas na verdade foram menos de 15 minutos seu pai estava saindo pela porta e a chamou, os dois foram caminhando para fora do hospital em direção do carro do mais velho no estacionamento, ele parecia exausto o que deixou a mulher bem apreensiva.
- Noite difícil??
- Um pouco, mas acho que o pior é que a idade está chegando... Estou me sentindo completamente moído.
- Você deveria parar com os plantões, é muito exaustivo.
- Eu não quero parar de trabalhar, veja bem, eu amo dar aulas, ajudar na formação de novos médicos é muito gratificante, mas não é a minha paixão. É você sabe muito bem que eu não sou nenhum herdeiro de uma fortuna...
- Mas é casado com uma... – Revirou os olhos e sorriu ao ouvir a gargalhada vinda de seu pai – Por que você não abre uma clínica? Assim pode continuar exercendo a medicina...
- É uma opção, vou pensar nisto.
Chegaram no automóvel e o homem foi entrando – Vem, eu te levo na delegacia, assim você pode me perguntar o que você está doidinha para perguntar!
- Você é malvado, sabia disso??
- Eu estava esperando você perguntar – Deu uma risadinha – Mas respondendo a pergunta que você não fez, eu tive algumas intercorrências praticamente a madrugada toda com uma paciente que passou por uma cirurgia bem complicada, então não tive como tirar a Vi da sedação.
Caitlyn deu um suspiro alto – Eu estou começando a ficar com medo disso, ela já está tanto tempo sedada...
- Ela vai despertar bem, não existe impedimento nenhum para isso, você vai ver...
- Será que vão fazer isso agora de manhã?? Seria perfeito se ela estivesse acordada quando eu fosse no horário de visitas. Eu estou com tanta saudades dela, deuses papai, parece que nós duas já estamos casadas há anos.
O homem sorriu enquanto ia parando na porta da delegacia – Eu sei como é isso, eu só posso imaginar como eu me sentiria se estivesse no seu lugar, com toda certeza enlouqueceria. Mas de qualquer forma fico muito feliz em saber que você encontrou alguém para amar, alguém que te ama também com a mesma intensidade.
- Eu pretendia a retirar da sedação, então deixei no prontuário dela anotado que pretendia fazer isso. Então eu sinceramente espero que façam isso logo de uma vez.
- Eu também, até mais papai. Vai descansar que você merece.

(=^.^=)

A detetive mal tinha entrado na delegacia e já recebeu um bombardeio de informações, a maioria para que ela resolvesse um problema ou outro, falta de pessoal, problemas com as escalas de trabalho, autorização para liberar algumas das testemunhas e alguns problemas burocráticos, como sempre.
Felizmente a academia liberou mais quatro novatos, sorrindo ela chamou Hailey e Tom, assim que os dois se aproximaram a detetive foi falando – Se vocês estiverem em alguma escala nos próximos dias eu preciso que vocês troquem... Preciso que vocês se responsabilizem por esses novatos.
- Mas Detetive, nós não estamos prontos para uma atividade dessas...
- Sim vocês estão... Nós não temos mais muitas opções e vocês dois se destacam entre boa parte da corporação.
Hailey arregalou os olhos e suspirou profundamente, em seguida olhou para o companheiro – Tá certo... Mas o que devemos fazer??
- Fiquem tranquilos, é só fazer praticamente tudo que eu fiz com vocês, sorriam, fiquem felizes... Vocês não são mais os novatos!
Então os dois foram até os novatos e rapidamente se apresentaram e começaram a andar pela delegacia para fazer o tour inicial. Caitlyn estava entretida observando a interação entre os mais novos quando foi interrompida por uma pessoa a chamando pelo nome completo. Olhou em volta e viu um rapaz se aproximando.
Era um mensageiro do conselho, ele trazia na mão uma carta a convocando para ir imediatamente ao prédio do conselho, ela agradeceu ao rapaz e subiu correndo as escadas, deixou seu almoço no frigobar e foi até a sala ao lado, teve que segurar uma risada ao ver o detetive atolado de trabalho.
- E aí, Azir??
- Cait  graças aos bons deuses... Você pode...
- Na verdade não posso não – Interrompeu o homem que franziu as sobrancelhas sem entender – Eu fui convocada para ir ao conselho imediatamente – Mostrou a carta – Assim que me liberarem eu volto, ou não...
- Nem brinca com isso!!
- O horário de visitas na UTI é as 14 horas, se me liberarem bem antes disso eu volto, senão eu vou direto para o hospital.
A fisionomia dele se abrandou – Tá certo... Boa sorte lá.
A detetive foi caminhando até o prédio do conselho, lá mostrou a convocação e foi escoltada até o último andar, ficou aguardando em frente a uma porta dupla enorme.
Sentou em uma cadeira que havia ali, tinham mais duas pessoas, logo uma delas foi chamada pelo nome e entrou, ficou lá por cerca de cinco minutos e depois a segunda pessoa foi chamada, esta em compensação ficou um bom tempo lá dentro, pelo menos meia hora, saiu em seguida em prantos.
Caitlyn se levantou e ficou aguardando por mais um tempo, mas nada de chamarem seu nome – Que diabos!! Como se eu já não tivesse um monte de coisas para fazer – Checou o relógio e Suspirou frustrada ao ver que já passava das nove da manhã.
- Caitlyn Kiramman!!
A mulher de cabelos azulados deu uma passada de mãos na roupa em uma tentativa de se ajeitar um pouco antes de entrar. A sala era enorme, caberia toda uma plateia, quase como um tribunal, no fundo tinham oito cadeiras dispostas em um círculo onde os oito conselheiros estavam sentados.
A Detetive inspirou profundamente e foi andando em direção do conselho, seus passos ecoavam no grande salão vazio enquanto oito pares de olhos a analisavam, cada um de uma forma diferente, mesmo Jayce estava super sério.
Ela chegou em uma espécie de púlpito e deu uma tossezinha para limpar a garganta – Bom dia a todos.
Ninguém a respondeu, sentiu como se um cubo de gelo descesse por suas costas – Ahn, eu recebi uma convocação – Mostrou a carta.
- Detetive, nós estivemos nos últimos dias discutindo sobre os ocorridos da defensoria – Helmendinger falou primeiro – Você poderia, por favor, nos esclarecer sobre tudo com as suas palavras??
- Descobrimos sobre uma grande milícia dentro da corporação, em vários níveis na verdade. E isso não começou há um ano ou dois. Esse acordo entre Marcus e Silco vem desde a morte da Grayson e do Vander também...
- Então foi tudo um ataque coordenado para chegar no poder tanto em Piltover como em Zaun?? – Um homem que Caitlyn não se recordava do nome perguntou – Mas como eles poderiam saber que ele seria o novo Xerife?
- Ele não precisava ser o Xerife na verdade, já era um dos detetives de mais prestígio, a promoção para delegado com certeza já estava com a bala na agulha. Ele provavelmente conseguiria seus intentos mesmo não sendo o chefão.
- Ele com certeza colocaria o Xerife dentro do esquema, como vários defensores entraram nesse meio tempo – Medarda falou – Ou pelo menos ele tentaria...
- É o que eu imagino... Ontem mesmo conseguimos uma testemunha nova, ele era o chefe da refinaria menor que destruímos no começo da semana, ele entregou tudo, o esquema completo.
- Deuses isso é ótimo – Cassandra falou – Onde ele está??
- Com os federais, eles estavam montando uma força tarefa para invadir a última refinaria e dizimar de vez com esses traficantes e com a Cintila.
- Oh, então eles vão acabar com tudo? Você não tem medo de que toda a glória por ter derrubado o esquema de Cintila vá para eles, ao invés de vocês?? Afinal de contas praticamente 90% foram ações da sua equipe!
Todos os olhares da sala se voltaram para a detetive, ela franziu a sobrancelha – Com todo respeito, conselheiro Helmendinger, nem se eu fizesse questão absoluta de participar dessa investida eu conseguiria, entre mortos, feridos e detidos a defensoria perdeu metade do número de pessoal. Nós somente conseguimos fazer o último ataque porque tivemos ajuda de alguns cidadãos zaunitas que estavam infiltrados nas usinas.
Todos a olhavam sem mostrar nenhum tipo de reação, ela engoliu em seco.
- E outra, eu não estou em busca de glórias, meu único intuito é acabar de vez com a droga. Nós aprendemos na escola sobre como foi a primeira vez em que a Cintila circulou pelas ruas, como ela deformava as pessoas, na minha primeira vez em Zaun eu vi com os próprios olhos como as pessoas já estão muito afetadas, o quão perto nós estamos daquela situação horrenda voltar a acontecer.
- Vamos conversar sobre essas últimas incursões de vocês na Subferia – O mesmo conselheiro de antes falou – Com a ordem de quem foram feitas essas ações?
Caitlyn novamente fez uma careta – Eu fui a responsável senhor... Eu vi a oportunidade de poder agir logo de uma vez e eu não deixei a oportunidade passar.
- Muitas pessoas morreram lá...
- Assim como muitas vidas inocentes foram poupadas, as ruas de Zaun estão lotadas de pessoas de fora, acreditamos que a ideia era levar a droga para fora e ampliar ainda mais o mercado consumidor.
- Deuses, era só o que faltava – Uma outra mulher que até então estava quieta falou – E que tipo de medidas vocês tomaram sobre isso??
- Todas as pessoas que voltam de Zaun estão sendo revistadas na ponte além de uma força tarefa no porto e as docas também. Vamos continuar com essa medida até ter certeza de que não há nenhuma possibilidade de haver qualquer resquício de Cintila.
Os conselheiros se encararam por alguns instantes até que Medarda resolveu falar – Por mim mantemos a mesma decisão de antes...
- Eu não sei se eu concordo com isso, ela mesma assumiu que ela foi a responsável por uma incursão não autorizada que acarretou na morte de vários civis.
- Civis estes que trabalhavam nesta indústria das drogas, homens de gangues – Jayce falou pela primeira vez – Eu também mantenho minha decisão... Os agentes federais só tem elogios sobre todas as ações que ela vem tomando.
A detetive não estava entendendo mais nada, ela estava sendo julgada aqui? E se era isso o que diabos podia acontecer? Sentiu o coração disparar e pela primeira vez desde que tinha chegado sentiu medo, muito medo.
- Eu também mantenho minha decisão – Cassandra falou.
- Que surpresa, não é mesmo?? - O mesmo homem de antes falou
- Hoskel! – Cassandra falou exatamente da mesma forma que fazia quando ia dar uma bronca em Caitlyn quando era criança, ela chegou a dar uma encolhida involuntária – Eu sinceramente espero que você não esteja sugerindo que eu estou apoiando a detetive por algum motivo além da competência dela... Ou eu estou enganada??
O velho que agora Caitlyn sabia se chamar Hoskel deu um sorrisinho amarelo, como ela poderia ter esquecido o nome dele? Sua mãe sempre reclamou desde homem detestável, agora ela imaginava um dos motivos.
Um dos outros homens que estava a direita da detetive deu uma risadinha atraindo o olhar de todos – Oh, você foi marcada? Agora me sinto mais tentado em concordar com os outros conselheiros e manter a decisão anterior.
- E por que o fato dela ter sido marcada ou não interfere na sua decisão, Salo?? – Medarda perguntou.
- Um Ômega marcado tem, vamos dizer, certas responsabilidades de senso que os não marcados não têm...
Merdada ia começar a falar mas Heimedinger foi mais rápido – Obrigado, conselheiro Salo por sua... Consideração... Vamos continuar com a deliberação, eu também mantenho minha decisão anterior.
Os três últimos conselheiros se encararam de cara fechada, mas acabaram concordando com um aceno de cabeça.
- Com licença – Caitlyn falou – Eu não quero interromper, mas o que está acontecendo?? Eu estou sendo julgada por alguma coisa??
- Julgada? – Helmedinger disse em um tom de riso – Não minha criança, nos acabamos de votar e decidimos por unanimidade que você é a nova Xerife de Piltover.
Ela ficou completamente boquiaberta – EU O QUÊ??
- Isso mesmo que você ouviu – Jayce completou – Você pode ir até a corregedoria pegar seu novo distintivo. Depois de lá passe na minha sala, eu gostaria muito de discutir um assunto importante.
- Certo... Ahn eu estou dispensada??
- Sim, você pode ir...

(=^.^=)

Mais do que rápido ela saiu andando daquela sala enorme, olhou o relógio de pulso e se assustou ao ver que já passava das 11 horas... Como ela poderia ter passado tanto tempo naquela reunião? Desceu as escadas correndo ao invés de pegar o elevador, não tinha muita paciência para ficar esperando o aparelho, assim ela ainda teria tempo de ir até a delegacia antes de ir ao hospital.
Foi até a corregedoria procurando o setor correto para fazer a troca do seu distintivo, porém acabou levando um chá de cadeira maior do que esperava por lá, quase uma hora até ser liberada.
Já estava para sair do prédio do conselho quando se lembrou que Jayce havia pedido que ela passasse na sala dele antes de ir embora, ponderou por um tempo se ignoraria este pedido ou não.
Afinal das contas não deveria ser algo muito urgente ou importante, ou seria? Geralmente nada de muito importante vinha do homem que considerava como um irmão, mas por via das dúvidas suspirou frustrada e mais uma vez subiu as escadas rapidamente até o terceiro andar, acabou cruzando com Helmendinger que conversava com a conselheira que Caitlyn não tinha conseguido descobrir o nome, os cumprimentou com um aceno, desta vez sendo correspondida, e em seguida foi andando  um pouco mais até encontrar a porta de seu destino.
Bateu na porta e entrou após uma confirmação que poderia prosseguir. Dentro estavam Jayce e sua mãe tomando uma xícara de algo quente.
- O senhor me chamou, Conselheiro Talis??
O homem no mesmo instante ficou em pé e veio andando em sua direção – Deixa eu ver, deixa eu ver...
- Você só pode estar de brincadeira... Me pediu pra vir aqui só pra olhar o distintivo?? Você faz ideia da confusão que está naquela delegacia?
- Cait, não seja ranzinza... Você sabe que ele foi seu maior apoiador para que você conseguisse essa promoção – Sua mãe falou enquanto agitava levemente a xícara – Deixe o rapaz ter alguns minutos de felicidade.
A nova Xerife revirou os olhos, mas pegou o distintivo e entregou para o irmão postiço – Poxa, então ele – Apontou para o rapaz com uma voz fingida de escárnio – Foi o meu maior apoiador? Eu achei que essa função seria sua, mamãe...
- Sente-se aqui e tome um chá – Cassandra mais uma vez falou – Com toda certeza no mundo eu sou a pessoa que mais torço por sua vitória, mas por motivos óbvios eu não podia ser a interlocutora dessa proposta, então o Jayce aqui foi gentil o suficiente para tomar a dianteira nessa empreitada, mas eu fiz questão de ser a primeira a apoiar.
Caitlyn deu de ombros, não teria mesmo mais tempo de ir a pé até a delegacia e depois voltar a praça central antes das 14 horas, então se serviu do chá e pegou alguns biscoitos.
- Onde mesmo vocês fazer o curso para parecerem tão malvados?? A cara seria de vocês lá dentro me assustou um bocado... Fiquei morrendo de medo...
- São anos de prática, infelizmente lá dentro precisamos vestir uma máscara para separar nossa imagem pública da pessoal.
- É Cait, vai por mim... Você não conseguiria, maninha.
- É vocês não poderiam tem me avisado pra eu me preparar melhor?
- É perder a sua cara de pavor? – Sua mãe disse – Sem chances!
Caitlyn fez uma careta de indignação, mas em seguida passou a dar risada juntamente aos mais velhos.
O homem se sentou a sua frente ainda analisando o novo distintivo – Bonito, meus parabéns Cait, você merece... – Passou para que a mais velha pudesse ver também e voltou a tomar seu chá – Como você está?
- Eu diria que bem até, na medida do possível... Estou preocupada e exausta, cheia de coisas na cabeça, mas com esperanças de que tudo vai dar certo.
- Vai sim minha filha – Falou a mais velha enquanto devolvia a identificação da mais nova.
Então Caitlyn sentiu um calafrio, todos seus pelos do braço ficaram em pé e seu coração passou a disparar sem nenhum motivo. No mesmo instante ela não pode deixar de sorrir enquanto seu olhar foi em direção ao prédio oposto na praça central.
- Aconteceu alguma coisa?
O sorriso da defensora aumento ainda mais, ela tomou uma bela golada do seu chá e deu de ombros – A Vi acabou de acordar...
- O quê? Como você pode saber disso?? – Jayce franziu as sobrancelhas sem entender como ela poderia saber de uma coisa dessas.
Ela apontou para o próprio pescoço – Eu não sei bem como funciona isso, mas eu consigo a sentir. É insano, incomparável...
- Como ela está, minha filha?
- Eu preciso refinar melhor esse... Sentimento, mas acredito que ela esteja bem, só um pouco assustada.
- Você vai lá agora?
- Só vão me deixar subir as 14 horas...
- Não se você usar seu novo distintivo.
- JAYCE...
- O que é?? Vai dizer que você não está completamente louca para fazer isso?? Vamos dizer que você ficou sabendo que a defensora que explodiu a última refinaria de Cintila acabou de sair do coma... Você tem obrigação moral e cívica de saber como ela está e pegar o depoimento dela...
- Primeiro que ela não estava em coma – Levantou um dedo – Segundo que se você está dizendo que é pra eu usar a desculpa do trabalho então não é cívico – Levantou o segundo dedo sorrindo, após uma pause levantou o terceiro dedo e continuou – E terceiro: Mesmo que essa desculpa colasse, no instante que eu a visse acordada iria me debulhar em lágrimas e praticamente me jogar sobre ela.
- Você sabe que eu sou uma das primeiras a querer acabar com os despautérios do Jayce, mas eu acho que ele tem razão, desta vez...
Caitlyn deu risada da cara que o homem fez, mas nem mesmo ele aguantou não rir do comentário da mais velha. Então a mais nova se levantou da cadeira e resolveu seguir o conselho de ambos – Tá certo, eu vou... Falo com vocês mais tarde, ok?!

Seu aroma me enlouque ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora