O cômodo envelhecido pelo tempo tinha apenas duas cadeiras dispostas uma frente a outra, e a fraca luz de algumas velas que possibilitava eu vê-lo.
- Sente-se - ele apontou com a mão para a cadeira do lado direito da sala.
Eu ja estava ali, e não tinha muitas opções, não poderia voltar atrás nem mata-lo antes de saber a verdade, então entraria em seu jogo, e me sentei na cadeira, dispondo a kunai sobre meu colo, deixando claro que não abaixaria minha guarda.
- Diga de uma vez, ou mudou de ideia quanto a me dizer a verdade? - eu estava impaciente e nervosa.
- Não estou com pressa gracinha, se eu falar de uma vez, e lhe matar logo, minha vingança terminará rapidamente, e quero que ela dure, quero apreciar.
Ele então foi até a outra cadeira, a virou de costas para mim e se sentou de pernas abertas colocando os braços cruzados sobre o seu encosto e me encarou com um meio sorriso.
- Que seja, mas eu quero saber de uma vez, o que Kakashi fez para você, para que você esteja fazendo tudo isso, e mais, não acho que você teria idade para ter feito aqueles massacres a tantos anos atrás, você é apenas um imitador.
- Eu não sou um imitador - seu rosto se contraiu, numa expressão seria, embora ódio perfurace seu olhar.
- Está usando algum jutsu de rejuvenescimento então? Por que você nao parece ser muito mais velho do que eu, e logo seria muito novo para ter matado todas aquelas pessoas.
- Eu apenas continuei com o trabalho de outra pessoa.
- Então o verdadeiro assassino ainda está solto por aí.
- Não está - ele apertou seu maxilar, evidentemente irritado - Ele está morto, e foi Hatake quem o matou, e assim que eu tive idade para compreender, eu jurei que me vingaria.
- Quem era o verdadeiro assassino então? Você o conhecia? - me parecia estranho todo esse zelo pelo "trabalho" de outra pessoa.
- Não pude o conhecer tanto quanto gostaria, pois ele foi morto quando eu era muito novo, ele era meu pai.
Neste momento senti um gelo sobre o peito, e quase senti empatia pela sua dor, pois seus olhos entregavam tanto a ira quanto o sofrimento, seja o que fosse, era um garoto que perdeu o pai.
- Mas ele era um assassino, Kakashi apenas estava fazendo seu trabalho.
- Não interessa - ele se pós de pé de uma vez e jogou a cadeira contra uma das paredes que foi atravessada rasgando a divisória da casa clássica e antiga fazendo barulho ao atingir o chão do outro lado.
Ele então se aproximou de mim, e eu tentei me mexer para evitar sua aproximação, mas apenas neste momento que percebi que estava presa a cadeira, por algo que meus olhos não eram capazes de ver.
Ele então aproximou seu rosto do meu, fazendo eu sentir seu hálito quente e raivoso, ele apertou forte os braços da cadeira.
- Nada justifica a morte de meu pai.
- Lamento, só que justifica sim - eu estava começando a me encher de raiva, e sua dor já não me afligia - eu teria feito o mesmo.
Ele apertou tanto os braços da cadeira que eles se estilhaçaram sob suas mãos, mas nossos olhos continuaram conectados.
- Está tentando adiantar sua morte garota?
- Nem um pouco, apenas estou dizendo o que você precisa ouvir, seu pai era apenas um assassino de merda, e teve exatamente o que mereceu.
Seu olhar se encheu ainda mais de ódio, e ele desferiu um forte tapa sobre o meu rosto, o jogando para o lado, senti a ardência sobre minha pele, e o gosto do sangue em minha boca, e com o rosto ainda virado respirei fundo, sentindo o ódio queimar dentro de mim.
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Sempre Será Você, Kakashi Sensei
FanficNunca imaginei sentir algo assim, perdoe-me por não ter te notado antes.