Corte de viagens entre mundos. Rhysand x Feyre x OC.

Capítulo 3

Fomos dormir pouco tempo depois que terminamos de comer, enquanto eu trocava de roupa, - Lua me emprestou as suas, elas ficaram grandes em mim já que ela era uns cinco ou seis centímetros mais alta- contei a ela um pouco de minha história.

A garota ficou maravilhada com o meu mundo "mágico", mas a avisei que não era tudo mil maravilhas com a magia, como deixei claro ao contar a minha história.

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No dia seguinte, Lua me disse que teria de voltar para a cidade, pois ela dava aula em uma universidade - seja lá o que isso for - e que as suas férias acabariam hoje. Aceitei o convite de acompanhá-la para morar em seu apartamento até encontrar um modo de voltar para meu mundo.

Não sabia qual o motivo de confiarmos tão rapidamente uma na outra, mas simplesmente me sentia conectada a ela, e tenho certeza de que era recíproco. Era a mesma forma que me sentia com Rhys. Isso me deixou intrigada.

Caminhamos durante meia hora até encontrar uma caixa de metal gigante que Lua nomeou de carro. Levei um susto quando aquela coisa começou a se movimentar.

Observava a paisagem diferente daquele mundo, haviam árvores que nunca via antes em meu mundo. Era tudo muito lindo, mas faltava algo, um que de magia que aperfeiçoaria ainda mais tudo isso.

Lua me contou que morava em Zermatt, na Suíça, mas que nasceu em outro país e sua família ainda morava lá.

- Bom, pelo menos você não precisa encontrá-los tão cedo.

Ela ri e concorda. Um silêncio confortável se instala entre nós e ficamos assim por um tempo, estávamos entrando na cidade quando Lua resolve quebra-lo.

- Sabe Feyre, nos conhecemos há pouco mais de um dia, mas sinto como se fossem anos.

Encaro Lua por um tempo, sem saber o que dizer pois sentia o mesmo. Isso era muito estranho, pois nunca havíamos nos visto, éramos de mundos completamente diferentes também. Quando tento responde-la, mudo meu foco para a parte de vidro do tal carro, arfo.

A cidade, essa cidade.

Era idêntica a Velaris.

Isso não pode ser possível, não tinha como ser. Lua parece perceber minha surpresa pois franze o cenho e me encara por alguns segundos.

- Feyre? Está tudo bem?

Não respondo, estava chocada de mais para isso. Não podia ser verdade, como raios as duas cidades eram tão parecidas? Até mesmo a ponte por sob o Sidra em que passamos para poder chegar na casa de Lua era igual. Cada mísero detalhe era idêntico. 

Um aperto se alastrou em meu interior, senti meus pulmões apertarem e meu coração disparar. Não podia ser real, isso não podia estar acontecendo. Tudo era apenas parte de um maldito sonho que estou protagonizando. Me belisco, peço a Mãe para que realmente não seja verdade, para que eu acorde e fique com os meus meninos, mas então a dor vem e com ela a confirmação de que tudo é real.

Justo quando nossas vidas finalmente entraram nos eixos isso acontece, só podia ser uma maldição imposta sobre minha família e eu. Não havia outra explicação a não ser essa. Meus pensamentos borbulham em minha mente, estava tendo o início de uma crise de ansiedade dentro de uma carruagem de metal com uma completa desconhecida ao meu lado, correndo o risco de ela ser uma louco querendo me matar.

Mas eu sou Feyre Archeron, a Grã-Senhora da Corte Noturna, e não terei medo. 

Enxugo a lágrima solitária que escorre por minha bochecha direita e ajeito minha postura. Pouco tempo depois chegamos no final do que no meu mundo seria o quarteirão dos artistas, Lua aponta com o indicador para uma casa muito bonita no final da rua. Ela estaciona na entrada da casa e diz:

- Minha humilde casa. Venha, vamos entrar, está um gelo aqui fora.

Assinto e a sigo em silêncio enquanto observava tudo, não havia percebido o quão frio estava do lado de fora até sair de dentro do carro. Uso meus poderes para me aquecer e vou até a entrada da casa onde Lua já me esperava. 

Deixamos nossos casacos no aparador de entrada e seguimos para a sala. O local era amplo e arejado, havia um espelho preto retangular pendurado na parede, na frente dele um sofá cinza escuro decorava o ambiente combinando perfeitamente com as duas poltronas de cada lado e com a parede cor pérola. 

Havia um belo tapete de pelos e uma mesinha de centro de vidro em frente ao sofá, nas paredes haviam quadros com uma personalidade diferente de qualquer outra que eu já tenha visto. Eram lindos. Lua havia um ótimo gosto, tenho que admitir.

A sala ficava separada por uma ilha da cozinha, era de mármore branco com detalhes pretos. A cozinha toda era equipada por instrumentos diferenciados e aparentemente novos, algumas coisas ali eu não conhecia, como por exemplo uma caixa enorme em um canto, ela era preta e tinha uma partezinha de vidro? Acho que era uma vidro mesmo. Enfim, Lua parece perceber minha atenção naquela coisa e explica que era uma geladeira, ela servia para guardar alimentos de forma refrigerada para não estragarem.

Isso era genial.

- Vem, vou leva-la ao quarto em que ficará.- ela aponta para um corredor que ficava atrás do sofá e caminhamos para lá- Tem toalhas no armário de baixo da pia e roupas na cômoda no quarto.

- Ok, consigo me virar. Só preciso de um bom banho. - Lua assente e aponta para uma porta.

- Este é o seu quarto, vou fazer o almoço.

Agradeço e fecho a porta do quarto, finalmente a sós.