- Tudo bem.- suspiro irritada e solto os livros em cima da grande mesa redonda no centro da biblioteca principal- Eu desisto, não aguento mais!- Paciência é uma virtude menina.- Amren resmunga ao passar por mim com tantos livros que quase tampava sua visão.
- Eu sei.- reviro os olhos- Mas estamos aqui há horas e não achamos nada plausível, e o mesmo aconteceu nas outras doze bibliotecas que fomos. Poderíamos, pelo menos, fazer uma pausa, não?
Mor murmura em concordância, a fêmea também não aguentava mais. Ela estava esparramada em um sofá com livros por todo lado. Morrigan era extremamente bela, como uma rainha.
Amren me analisa por alguns segundos, até que finalmente concorda com um leve gesto. Sabia que a pequena anciã estava tão frustrada quanto eu. Estávamos há duas semanas na Corte Diurna, passamos por doze bibliotecas enormes e não achamos nada. Minhas esperanças estavam quase acabando, mas todas as vezes que pensava em desistir, lembrava-me de Feyre e quando aqueles homens invadiram minha casa.
Nunca me senti tão impotente como naquele dia, nem mesmo quando meu pai praticamente me espancou ao saber que eu não seguiria os passos da família. Não quero ser fraca. Então, se para poder protejer minha carranam eu deveria descobrir algum lado sombrio, eu abraçaria minha escuridão com prazer.
Ao sairmos da biblioteca, cada uma foi para um local diferente. Mor foi beber e dançar em alguma boate, Amren provavelmente foi aterrorizar alguém, já que a pequena criatura sádica fazia disso sua especialidade. E eu, bem, não tinha um lugar em especial para ir, então fique vagando pelos enormes corredores do palácio de Helion.
Falando nele, o Grão-Senhor apareceu em um dos corredores que havia parado para admirar a paisagem. Estava debruçada sobre o parapeito em silêncio, e assim ficamos por bons minutos. Não me sentia mais tão incomodada com sua presença, Helion apesar de ser um galanteador barato era um bom macho.
- Então... - ele quebrou o silêncio- Soube que vocês não tiveram muito sucesso nas suas pesquisas.
Dou de ombros.
- É a vida, não é? - olho de soslaio para ele- Não conseguimos tudo que queremos sempre.
- Mas desistir também não é a resposta.
Ele tinha um ponto, um bom ponto.
- Vem comigo.- Ele desencostou do parapeito e indicou o corredor com a cabeça- Quero te mostrar algo.
Curiosa, sigo-o em silêncio.
Observo os corredores idênticos e perfeitamente construídos conforme passávamos pelo interior do castelo até a parte traseira dele. Andamos mais um pouco até chegarmos em um enorme estábulo.
Cavalos relincharam com a chegada de seu dono. Já havia andado a cavalo antes, quando era criança fiz aula de equitação por longos anos. Era divertido, mas fazia por imposição de meus pais. Pelo menos será útil agora.
O que não esperava, era que os cavalos, não eram cavalos comuns. Mas sim pégasos. Por Deus, nunca tinha visto criatura tão majestosa como essa antes.
- Uau!
Helion ri de minha expressão espantada e maravilhada. Para ele era fácil não se impressionar, mas para alguém como eu eles eram incríveis.
Haviam cinco pégasos, um em cada baia. Suas cores eram variadas, três brancos, um preto e um marrom. As asas enormes dobradas em seus flancos de forma confortável. Faço uma careta ao olhar suas crinas sedosas, eram mais hidratadas e bem cuidadas que meu cabelo. Hélion se aproximou da fêmea de pelos pretos e fez carinho em seu focinho. A placa na porta de sua baia indicava o nome Heaven, nome bonito. Helion faz um gesto com a cabeça para que eu me aproximasse, o que fiz com cuidado para não assustar aqueles pégasos.
- Eles são lindos.- arrisco fazer carinho na égua, que de modo hesitante aproxima seu focinho da minha mão.- Estou encantada!
- É normal, sua reação, quero dizer- ele ri novamente- Não são muitos que trago para conhece-los, sabe.
Franzo o cenho. Animais como esses são esplêndidos, com certeza fariam sucesso com as pessoas, além de que é um tanto cruel mantê-los em baias ao invés dos céus. Parecendo entender minha expressão, Hélion se apressa em explicar.
- Eles eram livres e de uma quantidade assustadora, mas com o tempo começaram a ser caçados.- ele suspira tristemente- Tudo piorou na época de Amarantha.
A vadia ruiva, desgraçada. Feyre me contou sobre ela, nunca senti tanto ódio por alguém que ao menos conheci como dessa vez.
- Ela mandou prender alguns dos pégasos, que acabaram morrendo de tristeza e solidão, outros ela simplesmente matou por diversão, para poder me punir.- o olhar do Grão-Senhor era vazio- Estes foram os únicos que sobraram em todo o mundo.
Ofego, meus olhos arregalando. Como poderia uma espécie tão vasta e próspera ser dizimada de maneira tão rápida e brutal. Realmente, a devassidão no coração das pessoas pode ser extremamente contagiante e cruel.
-Bom, ainda bem que Feyre salvou Prythian.- falo sorrindo, uma tentativa de dissipar o clima triste que se instalou entre nós.
- Isso é verdade.- ele sorri, e que sorriso, devo dizer.- E então, quer dar uma volta?
- E-eu?- puta merda, ele não podia estar falando sério- Dar uma volta com eles?
- Mas é claro- um sorriso brincalhão se instala em seu rosto- Apenas observar não é o suficiente, não é mesmo?
- Acho que sim.- dou de ombros e começo a me animar com a ideia- Mas se algo acontecer comigo Feyre irá matá-lo.
- Ah, eu não duvido disso.
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N/a: Olá pessoal.
Esse capítulo era para ter saído antes, porém acabei me enrolando com o enem e tals. Mas agora ele tá ai, aproveitem!
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Corte de viagens entre mundos. Rhysand x Feyre x OC.
FanfictionFeyre Archeron, Grã-Senhora da Corte Noturna, sofreu um acidente e foi parar em outra dimensão. Um mundo em que existiam apenas humanos, e uma tecnologia que deixou a Grã-Senhora embasbacada. Agora, ao lado de uma humana, ela precisa descobrir uma f...