Antes e Depois (Hiatus)

Akaza

A primeira vez que o viu, ele não guardou grande deliberações quanto a esse evento. Para ele, Kokushibo era apenas um superior, alguém forte demais para ser superado naquele ponto, o que o impulsionou a melhorar, treinar e nutrir seu próprio poder. Os encontros subsequentes foi mais do mesmo, até que não foi.

Perder para Douma, foi um forte golpe em seu orgulho como combatente. Ele ainda era fraco, precisava de mais poder, para ser o melhor, para nunca mais conhecer a derrota. O sentimento amargo o fez destrutivo, ele não esperava receber um convidado como a Lua Superior Um logo após seu fiasco. Quando o vê, ele pensa ser um jogo, ainda que o outro demônio não fosse dado a piadas, sua mente estava muito tomada para ser mais racional. Só mais tarde, Akaza entenderia que o outro oni podia ser mesquinho, mas zombar deliberadamente, não era uma de suas atividades escolhidas.

Mais surpreendente que sua chegada, foi sua proposta. A desconfiança foi esperada, demônios não se ajudavam, não sem um motivo oculto. Ainda, Akaza quer poder, quer ser mais forte, ele precisa, assim, ele vai até o outro, para ouvir mais sobre sua proposta, para entender o quanto se comprometeria. Naquela época, ele pensou entender, agora, ele não pode abandonar a sensação de que foi usado, de que está sendo usado para algo que sequer entende totalmente, ainda que haja uma leve suspeita, uma que ele tenta não contemplar, pois soa como traição.

Enquanto ele guarda suas suspeitas, ele aprecia seus ganhos. Ter alguém disposto para o combate, forte para resistir aos seus ataques, é revigorante. Mas ser cortado ao meio quase todas as vezes, nem tanto.

Quando o outro oni pede para que ele crie uma distração, Akaza não quer fazer perguntas. A suspeita já está lá há um tempo, isso a faz crescer, mas para que seu acordo continue, Akaza entende que o melhor seria se manter leigo. Kokushibou não era um tolo fraco, fosse o que fosse que este estivesse aprontando, devia ter sido deliberadamente planejado. Ele realmente espera que essa sua decisão não exploda na sua cara depois.

Ter a mão sangrenta do outro oni empurrada em sua boca não muito depois, o fez querer ter o delatado antes. Ser contido assim, impossibilitando de fazer algo para o parar, fez alguns sentimentos desagradáveis se rebelarem em seu íntimo. Ele odiava ser impotente, a fraqueza era o que ele mais desprezava. Isso mexeu com algo em seu mente, ele não entende o que é aqueles imagens borradas, porém, faz os sentimentos crescerem e quando ele se liberta, a furia mascara todo o resto e é nisso que ele foca, é familiar, algo com o que ele sabe lidar.

Ingerir o sangue de outro oni não deveria trazer consequências imprevistas, não era como tomar o de seu mestre. Contudo, talvez por ser a primeira lua, Kokushibo guardasse suas próprias peculiaridades. Ter sua força impulsionada, foi bom, amenizou parte da fúria de ter sido submetido daquela forma. Enfrentando, um pouco mais tarde, ele não pode deixar de fazer uma careta de desgosto, era difícil ignorar uma segunda presença em sua mente, a pressão insistente de um laço que se tornava mais amplo.

Com o tempo, ele se tornou proficiente em empurrar a pretensa fria do outro oni, foi desconcertante o tanto de vezes que o pegou se esgueirando. O que levantava outra questão, o que Kokushibo tanto buscava? Akaza não conseguia pensar em nenhum segredo em particular que pudesse reter tanta atenção.

Incômodos aparte, Akaza estava exultante em poder recuperar seu antigo posto. Apesar das consequências de suas meios, foi algo com que ele lidaira prontamente se isso significasse poder esmagar Douma, aquele desgraçado. Pelos anos seguintes, ele não pode deixar de sorrir largamente cada vez que essa memórias em particular lhe vinha a mente.

O que o traz ao agora, com o segundo posto conquistado, restava superar o primeiro. Ele já lutava conta Kokushibo há séculos, poderia reconhecer suas técnicas precisamente, ainda, ele nunca pode o vencer. Assim, Akaza continua o buscando, certo de que em um ponto, ele poderia ser mais rápido, mais forte, para poder superá-lo, para o desafiar para uma batalha de sangue. Os dois sabem qual é seus planos agora, mas o outro oni não o está negando, mesmo que isso signifique continuar a entregar suas táticas.