Capítulo 18

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Esta é uma obra de ficção, feita por fã e sem qualquer relação com a realidade.

Tinha se passado tempo suficiente para que elas tivessem parado de marcar o tempo.

Soraya seguia com seu cargo de representante do seu estado e buscava formar alianças, visando assim a reeleição, mesmo que esta parecesse um sonho quase impossível de se realizar, visto que seu eleitorado ainda a via como uma traidora.

Por conta do apoio prestado ao atual presidente, Simone tinha sido nomeada Ministra da Agricultura e, junto ao agronegócio, estava indo muito bem, obrigada.

Os encontros delas se tornavam cada vez mais frequentes, e elas sempre buscavam ajustar seus horários de modo a combinar tais encontros, que ocorriam, no geral, em alguma fazenda de Simone.

Naquela quarta-feira à noite, após terem ficado uma semana apenas trocando beijos esporádicos e escondidos, finalmente puderam se encontrar de modo apropriado.

Na manhã seguinte, deitadas na cama, Soraya retribuía o deleite da noite anterior.

E após fazer uma trilha de beijos ao subir pelo corpo de Simone, ela se aconchegou nele.

Ali, por minutos a fio, apenas recuperando o fôlego e sentindo a presença uma da outra, elas pensaram que não era nada ruim aquela vida.

— Você é a mulher mais gostosa desse país — disse Soraya quando Simone se levantou da cama e pegou uma toalha de banho, enrolando-se nela.

— Ah, é? Quem disse?

— Eu disse! Bom, eu e 90% do Twitter.

— Ainda? Já se passou tanto tempo.

— Aparentemente mulher bonita é algo insuperável. E, te falar, esse negócio de ser bissexual até que é bom.

— Isso é algo que nós diríamos? — perguntou, num tom verdadeiramente confuso, franzindo a testa.

— Não sei. Mas é isso que a gente é, né? — Simone fez um gesto para interrompê-la, mas Soraya não deixou. — Eu sei que você morre de medo dessa palavra, e eu também tenho medo. Se alguém descobre, a gente é excomungada para sempre tanto dos nossos ciclos quanto da política. Estou feliz com o que a gente tem, não precisamos dar nome a nada e tal. Mas é isso que a gente é, Simone, bissexual, mesmo que depois a gente não se relacione com nenhuma outra mulher.

— Eu vou tomar meu banho — desconversou, seguindo para o banheiro.

— Você sempre foge pela tangente quando toco nesse assunto — disse mais alto para que, do banheiro, Simone escutasse.

— Você vai mesmo trabalhar hoje? — perguntou Simone, não querendo de modo algum voltar ao tópico da bissexualidade. — Estava pensando em almoçarmos juntas.

— Hoje é impossível, tem votação. — disse, indo também ao banheiro e se juntando à Simone. — Ainda está brava com aquele assunto?

— Estou, mas me dá um beijinho que passa.

E Soraya deu um, dois, três, vários beijinhos.

Ao saírem, Simone ficou de deixar Soraya no trabalho, já que a tinha buscado em casa no dia anterior e, consequentemente, ela estava sem carro.

— Conseguimos nos ver nesse final de semana? — perguntou Simone, após parar no estacionamento.

— Aniversário do meu marido — explicou. — Semana que vem?

— Vou fazer aquela viagem ao Amazonas, lembra?

E na semana de retorno de Simone, Soraya iria para o Rio resolver algumas pendências de umas das empresas que tinha.

Olharam-se com um semblante consternado.

Simone ia começar a falar que encontrariam uma data boa, mas o raciocínio foi interrompido pela chegada de um colega de partido que, vendo-as no interior do automóvel, que tinha os vidros abaixados, se aproximou e, eufórico, disse:

— Bom dia, senhoras! — Tão pronto elas o responderam, ele já emendou o motivo para sua excitação: — Já estão sabendo? Nossos partidos! Os dois! Estão formando uma aliança para as próximas eleições presidenciais.

Pela Nossa Nação - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora