Capítulo 31

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Esta é uma obra de ficção, feita por fã e sem qualquer relação com a realidade.

Quando acordou e, ainda de olhos fechados, tateou o lado esquerdo da cama, Simone sentiu o peito se comprimir, pensando ter ilusionado a noite anterior. Mas bastou respirar fundo para sentir o cheiro familiar de Soraya invadir suas narinas. Tinha sido real.

Mas ainda assim, não tê-la ao seu lado ao acordar não era o que ela esperava.

Espreguiçando-se, embora seu corpo cansado da noite anterior implorasse para continuar na cama, Simone decidiu procurar por Soraya. Após tantos meses distantes, achava inconcebível que, estando ambas sob o mesmo teto, não estivessem juntas, matando a saudade.

Por estar nua e sem peças leves que pudesse usar no momento, Simone apenas enrolou-se em um lençol branco e foi descalça à procura de Soraya.

Pelos pequenos ruídos do apartamento e pela Bethânia que tocava baixinho, encaminhou-se diretamente à cozinha, encontrando Thronicke lá.

Em completo silêncio, apoiada ao batente da porta, Simone observava Soraya, que se movia pelo cômodo enquanto preparava uma bandeja caprichada e cantarolava "Âmbar" suavemente. Usando um robe de cetim verde esmeralda, que realçava sua pele bronzeada e os cabelos úmidos descoloridos, Soraya emanava um frescor de fruta madura. Estava leve. Leve como sempre ocorria quando estava na presença íntima de Tebet.

Um suspiro escapou dos lábios de Simone. Soraya inteira era uma imagem bonita demais para não ser contemplada todas as manhã, para não ser a última a admirada à noite.

O suspiro chamou a atenção Thronicke, que olhou para trás, franzindo os lábios em uma expressão de descontentamento, e reclamou de forma afetuosa:

— Ah, não, Simone! Eu ia te levar o café da manhã na cama. Volta pro quarto, vai. Eu estou quase terminando aqui.

Mas fazendo justamente o contrário do que era pedido, aproximou-se e envolveu a cintura de Soraya, que desarmou a carranca ao ver o sorriso que Tebet lhe lançava, seguido por beijos longos e carinhosos em seus lábios.

— Eu estava com saudade disso — confessou, colocando os braços sobre os ombros de Simone. — De acordar com você aqui em casa. Ou na sua casa. Ainda que não acontecesse muito.

— Deveríamos ter dado um jeito para que tivesse acontecido mais vezes — lamentou.

— Não estou reclamando, Simone — disse com a voz manhosa, aconchegando-se no corpo quente de Tebet. — Além do mais, é bom que você não tenha me acostumado mal, já que quando for presidente vai ter ainda menos tempo pra mim.

— Menos tempo... Eu não vou aguentar ficar longe de você de novo. — Seu tom de voz era mais baixo, quase temeroso.

Soraya deu um sorriso pequeno, compreendendo a que ela se referia.

— Vamos ter essa conversa. Mas depois do café da manhã. Estou morrendo de fome e aposto que você também está. — Alcançando a bandeja, pegou um morango e levou-o aos lábios de Tebet, que o mordeu. Com a outra metade da fruta em sua própria boca, Soraya deu um rápido selinho em Simone.

— Volta pro quarto e me dá cinco minutinhos — pediu ao ficar novamente de costas para Tebet, que aproveitou para deixar um beijo demorado em seu pescoço.

Quando ela se foi, Soraya ainda sentia os efeitos do toque em todo o seu corpo.

E enquanto Thronicke terminava de aprontar a bandeja, Simone aproveitou para tomar um refrescante banho gelado, já que o clima árido de Brasília naquela época do ano não era nada gentil com sua pele sensível.

Pela Nossa Nação - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora