Pela Nossa Nação - Simone e Soraya

Capítulo 33

Esta é uma obra de ficção, feita por fã e sem qualquer relação com a realidade.

— Que cara é essa, senadora? — questionou Camila, cujo sorriso morreu vendo o semblante decepcionado de Soraya.

Por mais que adorasse Camila, foi a contragosto que Soraya convidou-a para entrar. Queria um final de semana regado a Tebet, apenas.

— Sábado à noite e você enfiada nesse apartamento curtindo deprê. Sem contar que a última vez que você atualizou o Twitter e o Instagram foi sexta-feira de manhã, fiquei preocupada.

— Que gracinha — debochou. — Vocês falam como se eu fosse viciada.

— Você é! Tanto que estranhei não ter respondido minhas mensagens.

— Eu estava tra-ba-lhan-do. Precisava ficar sozinha.

Para Camila aquele tópico se encerraria ali, não fosse pelo barulho vindo de um dos cômodos.

Olhou desconfiada para Soraya e viu as bochechas dela ficarem rubras.

— Trabalhando, senadora? — falou baixando o tom. — Sei bem no que está trabalhando.

— Camila! — exasperou-se. — Não sou nenhuma puritana, mas também calma lá, né?

A assessora riu de sua reação e perguntou num tom ainda mais baixo quem era o cara. Na ausência de uma resposta imediata, ainda que uma negativa, sua testa se franziu.

— Soraya...

— Querida — Ambas olharam na direção do chamado. Soraya arregalando os olhos. —, eu estava pensando que nós poderíamos... Oh, sinto muito — disse Tebet, fingindo surpresa ao ver Camila. — Imaginei que a visita já tivesse ido embora. — Seu tom, porém, indicava justamente o contrário. Aproximando-se, estendeu ao braço direito. — Camile, não é?

— Camila — corrigiu-a enquanto apertavam as mãos; mesmo momento em que seus olhos inevitavelmente notaram manchas e arranhões no pescoço e no colo de Tebet, que, usando um roupão, não fazia questão de esconder marca alguma.

Olhou para Soraya, que travou no lugar, desviando o olhar para Tebet e querendo matá-la por estar ali.

— Vim convidar a Soraya para jantar — explicou-se Camila, com a surpresa estampada em sua cara, ainda que tentasse disfarçar. —, já que ela não estava atendendo o celular.

— A mantive ocupada.

— Simone! — Soraya resmungou entredentes, com uma expressão de desespero. — Será que você pode nos dar licença? — implorou, juntando as sobrancelhas.

— Claro, minha querida — disse em dissimulada concordância, sorrindo para ambas. — Camila, foi um prazer revê-la.

Enquanto Simone avançava pelo corredor, Thronicke, sem coragem de volver o olhar para Camila, sentia sua pele inteira queimar. Era uma sensação estranha ver Tebet deixar o ciúme, sentimento que ela mal parecia conhecer, falar mais alto a ponto de assim, de repente, revelar a outra pessoa que elas estavam juntas. Tal ato aumentava consideravelmente as chances de serem expostas, ainda que confiasse na amiga, no entanto Thronicke não pôde negar que a atitude de Tebet era deliciosamente excitante, como se ela a estivesse reivindicando como sua propriedade.

— Uau. — Foi a única coisa que Camila conseguiu dizer, ainda surpreendida com a aparição inesperada da ministra.

— Que vergonha... — Cobriu as maçãs vermelhas e apertou os lábios enquanto olhava para a amiga.

— Então vocês duas...

— Depois dessa ceninha da Miss Agro, não tenho nem como negar — disse ela, tentando parecer brava. No entanto, por mais que tentasse, o sorriso que brincava em seus lábios a entregava. — O que você acha?