Capítulo 15

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Esta é uma obra de ficção, feita por fã e sem qualquer relação com a realidade.

Estavam no sofá da sala.

Com uma perna de cada lado, Soraya estava sentada no colo de Simone.

Simone aproveitava a posição cômoda para baixar o zíper nas costas de Soraya.

Sua mão correu lentamente pelas costas brancas; quando alcançou a bunda, puxou Soraya para mais perto de si.

Soraya sorriu. Perceber que desejava tanto as mãos e a boca de Simone deu a ela uma nova perspetiva de si mesma.

Era como se, da última sexta-feira até aquela terça-feira, tivesse se tornado uma nova pessoa.

Gostava dessa pessoa.

Gostava de pensar que tão facilmente seu sorriso tinha voltado ao rosto.

Que aquela mulher à sua frente, por quem sempre nutriu sentimentos ambíguos, não ousando nunca buscar interpretá-los, a tinha nas mãos.

E foi pensando nisso, na mudança, na coragem adquirida, que ela segurou o tecido do decote de seu vestido e revelou a pele que Simone não hesitou em abocanhar.

As unhas de Soraya arranhavam a nuca de Simone.

Simone buscava cada vez mais contato com a pele suave da Soraya.

Foram interrompidas, porém, pela suspeita de Simone de que tinha ouvido algo.

— Não é nada, Simone — dizia a outra num tom manhoso, insistindo para que a amante voltasse ao que estava fazendo.

Mas a suspeita se tornou concreta quando o rumor do lado de fora da casa se tornou mais nítido.

Eram vozes se aproximando.

Elas se afastaram imediatamente, ficando de pé e ajeitando maquiagens borradas e vestidos e cabelos amassados. Dando tempo ainda, por sorte, de Soraya achar um dos seus sapatos, que tinha se extraviado.

— A gente achou que você estava meio down e quis dar uma força. — Ana entrou falando, encontrando as duas mulheres sentadas, cada uma em outra poltrona. — Ai, mãe, desculpa! Não sabia que a senhora tinha visita. A gente não sabia.

— A gente? — perguntou Simone com seu sorriso diplomático. — A gente, quem?

— Eu, a Luiza, a avó e o pai — elencou Ana, fazendo a contagem nos dedos.

Soraya coçou a nuca, olhando discretamente para Simone, que se desculpava com o olhar frustrado.

E de repente, o que era uma noite para duas, virou uma reunião com seis pessoas.

Usaram a desculpa de que estavam falando de trabalho, e aquilo pareceu bastar para todos.

Exceto para Fairte, que, assim que a filha retornou à cidade, tinha sido colocada a par da situação delas.

Era muito pra frentex, como as netas costumavam dizer, então, apesar do choque inicial da informação inesperada, apoiou a filha. Se estar com Soraya era seu desejo, Simone tinha sua total aprovação, ainda que a filha não precisasse dela.

Só não gostava e não apoiava o fato de Soraya ser casada. Não, isso não.

No entanto, Simone já havia exigido da mãe que, caso se encontrasse com Soraya, não tocasse de modo algum no tema divórcio.

Até porque a própria Simone não exigia isso, então não seria a mãe quem o faria.

Quando chegou, junto com a tropa, e deu de cara com Soraya, Fairte teve a certeza de que tinham atrapalhado o andamento de algo.

Certeza que só se confirmou ainda mais ao encontrar um brinco no sofá que se sentara. Olhando bem, era o ausente na orelha esquerda da sua quase nora.

Era divertido vê-las tensas daquele jeito.

Simone disfarçava melhor. Soraya parecia querer cavar um buraco e sumir nele.

E Fairte poderia jurar que a alma de Soraya tinha deixado o corpo no exato momento em que, discretamente, devolveu o brinco perdido a ela.

Ela agradeceu esboçando um sorriso quadrado, então saiu da sala e foi, a passos largos, atrás de Simone na cozinha.

— Eu já estava indo com a sua cidra — disse Simone ao fechar a geladeira e ver Soraya se aproximar.

— Tem alguém aqui? — cochichou.

— Não. As meninas estão na sala de jantar. Algum problema? — Simone cochichou de volta.

— A sua mãe... Eu acho que ela sabe. Ela estava me olhando de um jeito.

Simone segurou o riso e então a tranquilizou:

— Você só está nervosa. Vamos fazer assim: fica perto de mim a partir de agora e não olha para o rosto da minha mãe. Ela é um amor, mas às vezes pode ser bem intimidadora.

Então, assim fizeram.

Voltaram à sala e, como se nada estivesse fora do lugar, se sentaram lado a lado no sofá.

Estavam tão próximas que vez ou outra, agora mais para provocar Soraya que qualquer outra coisa, Simone disfarçadamente tocava sua coxa, seus braços, suas costas.

A frequência constante dos toques foi causando em Soraya um comichão entre as pernas.

Durante o jantar, sentadas novamente lado a lado, Simone não hesitou em, enquanto a família falava sobre algo banal, pôr a mão entre as pernas de Soraya, que se levantou num sobressalto, pedindo licença para ir ao toalete.

Poucos segundos depois, Simone também pediu licença e a seguiu.

Sorriu daquele seu jeito doce ao encontrá-la, agitada, ao pé da escada.

— Você com esse seu sorrisinho amável... — cochichou, num tom recriminatório. — Você é um demônio, sabia?

— Só queria te convencer a passar a noite aqui, apesar do infortúnio.

— Infortúnio está sendo... — Soraya pensou um pouco, evitando assim usar palavras chulas. — isso que você fez comigo. Precisa resolver.

— Agora?

Foi a vez de Simone ficar agitada, olhando para a direção de que vieram e, em seguida, puxando Soraya escada acima.

— Rápido — advertiu Simone assim que fechou a porta do seu quarto.

— Menos de dez minutos, eu prometo — disse, colocando-se contra a porta e trazendo Simone para um beijo desesperado.

Em seguida, mesmo faltando o ar e tentando recuperá-lo, Soraya segurou Simone pelos ombros, fazendo-a se abaixar.

Quando passou tempo suficiente para que a demora do retorno fosse notada, o ex-marido e a mãe de Simone foram atrás delas.

Ele preocupado que tivesse ocorrido algo.

Ela preocupada que ele visse algo.

Ao subirem as escadas e virarem no corredor, deram com elas saindo do quarto de Simone.

Soraya, que ajeitava o cabelo e os viu primeiro, ficou pálida.

Pela Nossa Nação - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora