Banho de cachoeira

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Combinei com Geórgia as 9h, ela me avisou que suas amigas viriam, então convidei Victor para vir também, não quero ser o bendito fruto. 

Estamos aqui esperando por elas, quando ouço risos vindo da direção do casarão. Não demora muito elas aparecem. Geórgia com uma cesta de piquenique com garrafas de vinho metade para fora, e com uma parte de cima do biquíni que realça seus seios, o que já me deixa em alerta se Victor vai ficar olhando ao mesmo tempo assanha, e com um shorts na parte de baixo, e suas amigas parecidas com elas.

Logo elas se aproximam da gente, me levanto da pedra que estou sentado e vou cumprimentá-la. Dou um beijo breve.

- Ooi Italianinha. - Digo em pé ao seu lado com as mãos na suas costas.

- Ooi grego. - Ela cumprimenta de volta.

Eu gosto muito quando ela me chama assim, isso meio que virou nossos apelidos carinhosos.

Ela me apresenta suas amigas, noto que a sua secretária está entre uma delas, e me lembro do dia em que estive lá e ela não foi nada gentil e cordial como uma secretária tem que ser. Apresento o Victor à elas, não sei qual o milagre, mas hoje ele chegou no horário.

- Deixe me ajudar você. - Digo pegando a cesta de suas mão, que está pesada.

- Onde vamos sentar? - Ela pergunta virando para as amigas.

- Que tal sentarmos ali perto daquela pedra? - Sua amiga Helena sugere. - Acredito que conforme passar o dia, vai fazer sombra lá. - Ela ponta.

- Verdade né. - Ela concorda com a amiga.

- Bom, já eu quero tostar no sol, ver se pego um bronzeado. - Sua outra amiga Rebeca fala.

Vamos até onde a amiga Helena dela sugeriu, estendemos o lençol que estava na cesta, arrumamos as comidas, de forma que não ficassem expostas, mas também de fácil acesso, Geórgia trouxe frios e vinhos, e eu umas entradas que fiz ontem para hoje.

Distribuímos taças a todos e abrimos uma garrafa de vinho.

- Nossa Geórgia, que vinho maravilhoso. - Rebeca fala assim que bebe o primeiro gole.

Ela dá um sorrisinho de resposta.

- É bom mesmo, qual é o segredo? - Helena pergunta depois que bebe também o primeiro gole.

- Bom, tradição de família. - Ela ri.- O processo é feito de maneira 100% manual, foi assim antes de mim, antes de papá, antes de nono e por aí vai. 

- Então são anos de geração de vinhos? - Rebeca pergunta bebendo mais.

- Séculos. - Ela responde vendo a amiga se espantar.

- Séculos? O vinho que estamos bebendo é do século passado? 

Geórgia ri e responde:

- Não, este não, mas o modo de ser feito sim, este é da safra de 2000. - Ela fala com propriedade. E isso me atrai nela, quando vejo ela tomando uma postura mais séria e centrada.

- Não foi um bom ano, mas ainda sim, o sangiovese de vocês ficaram bons. -Victor fala, atraindo a atenção das meninas.

- É, foi um ano difícil, houve geada e papá quase teve um treco, tivemos uma das maiores perdas já registradas, e foi por isso que essa belezinha se chama guerrieiri, significa guerreiro em italiano. - Geórgia fala nostálgica.

- Bom, vale cada centavo. - Victor fala cheirando o vinho.

- Cada centavo? - Laura pergunta um pouco confusa.

- Sim, uma garrafa dessa, deve estar na média de uns R$ 299,00 reais.- Ele fala enfim bebendo o vinho.

- O que? Tá maluco, eu tô bebendo um vinho de R$ 300,00 reais em um domingo de manhã? Geórgia você trouxe umas 6 garrafas aqui. - Rebeca reage de uma forma engraçada vasculhando a bolsa térmica.

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