Madrinha

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Cheguei na cachoeira e elas já estavam lá a me esperar, com olhos atentos à mim, como quem quer consolar alguém com o olhar.

Troco a cesta que estou levando de mão, pois não quero que vejam o anel, não que ele não mereça ser exibido, ele merece e muito, simboliza muita coisa, e principalmente o meu amor e de Apolo, quero fazer uma surpresa para elas. As garrafas que estou levando, parecem sinos anunciando a minha chegada.

Assim que chego, Rebeca vem e me abraça, com a mão ocupada, fico impossibilitada de retribuir o abraço.

- Eu sinto muito Geo. - Ela fala com a voz triste.

- Esse é o seu "vou disfarçar"? - Helena pergunta para Laura enquanto ela me solta do seu abraço.

- Ah, eu não consegui, olha a carinha dela. - Ela fala apontando para o meu rosto.

Todas me olham.

- Ooi meninas. - Falo olhando elas de volta.

Elas me cumprimentam de volta.

Começamos a ajeitar as coisas na pedra, me esforço para não deixar o anel a mostra, nos sentamos, Laura distribui as taças e Helena abre a garrafa servindo todas nós.

- E então Geo, como foi a conversa de vocês? - Helena pergunta dando o primeiro gole na sua taça.

- Não precisa contar, se não quiser. - Laura fala com a voz triste.

- Verdade Geo, se não quiser falar, vamos entender. - Rebeca complementa.

- Deixem a Geo falar. - Helena repreende as duas.

Respiro fundo, me lembro da noite anterior e acabo soltando um sorriso bobo.

Pois é esse o efeito do Apolo em mim, me deixa alegre, me faz bem e pensar na gente, deixa o meu corpo totalmente independente de mim mesma.

- Ela tá rindo? Eu vi um sorriso nesse rosto produção? - Laura fala me pegando de surpresa, eu imediatamente desmancho o sorriso.

- Eu também vi um sorriso aí. - Helena fala se aproximando de mim.

- Eu conheço esse sorriso, vocês transaram? Eles transaram! - Rebeca exclama alto bebendo da sua taça, a minha sorte é que estamos sozinhas, longe do casarão, não quero pensar em mamma ouvindo isso, já posso imaginar a cara dela.

- Não, firme no meu voto. - Falo mostrando meu anel do meu voto na mão direita.

- Então, porque do sorriso? - Laura pergunta confusa terminando de engolir o gole que deu.

Dou outro sorriso bobo.

- Geórgia, eu vou ter um treco de curiosidade, se você não contar, a gente não fala sorriseis, vocês falam meninas? - Helena fala um pouco agitada.

- Não. - A duas respondem juntas.

- Eu não consigo contar sem sorrir, é isso, mas vamos lá. - Falo respirando fundo. - Apolo me pediu em casamento. - Despejo de uma vez, e vejo elas mudarem as expressões rapidamente de curiosas para eufóricas.

- Mentira! - Helena dúvida.

- Tá brincando? - Laura pergunta.

- Não. - Balanço a cabeça negando. - É verdade, ontem, ele me pediu em casamento.

- E você? Me fala que aceitou. - Laura fala na expectativa, na verdades, todas estão.

- Sim. - Dou um enorme sorriso bobo.

Nesta horas, elas vem me abraçar em um abraço em grupo, e acabam me derrubando para trás e me molhando com o vinho de suas taças.

- Meninas, calma, alguém me molhou com vinho. - Falo tentando me levantar da montanha que fizerem em cima de mim.

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