Festa Greco - Italiana

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- Você está a coisa mais linda que já vi. - Apolo fala virado para mim dentro da limusine.

- Estou parecendo uma bola de neve. - Falo brincando e tentando tirar o véu.

- Deixa que eu te ajudo. - Ele fala me ajudando com o véu como se fosse me abraçar, mas suas mãos vão para o véu, ele está bem perto, sinto teu perfume, e sussurra em meu ouvido: - Eu te amo. - E beija a minha orelha, que automaticamente me arrepia toda.

Ele se afasta, olha em meus olhos e fala:

- Linda.

A festa vai ser em meio às nossas parreiras, próximo ao lugar que nós conhecemos, o carro para, dou uma olhada para imensidão de pessoas do lado de fora e bufo.

- É... - Ele fala também a olhar pela janela.

- Temos mesmo que ir? - Falo com um pouco de desânimo, pois sei que vai ser uma noite para lá de animada, e eu quero só ir para casa, agora, com o meu marido.

- Agora é tarde para fugir. - Ele fala deixando de olhar a janela e se virar para mim. - Vamos descer. - Ele me chama.

- Está bem. - Digo abrindo o espelhinho do carro e vendo como está a minha maquiagem.

Ele me espera, abre a porta do carro, saí e me estende a sua mão.

***

Estamos sentados na ponta da enorme mesa, nossos parentes vem nos dar bons votos, e cumprimentamos eles alegremente. Eu amei a decoração com velas em garrafas vazias de vinhos, a banda toca músicas leves. O pai de Apolo, Eustáquio, se levanta, vem até ao lado de Apolo, bate em sua taça com o cabo da faca e todos ficam em silêncio, ele irá fazer o discurso:

- Bem vindos à família Capeletti e Adrastéia, eu estava pensando ontem à noite, a noite anterior a este casamento, como estas terras acolheram à mim e a minha família, me lembrei de meu amigo Giuseppe e de minha esposa Cora, que por força do destino, não compartilham conosco este momento tão importante na vida de nossos filhos, mas posso dizer, que onde estiverem, estarão felizes, por verem a felicidade nos olhos de nossos filhos, eu estava começando a achar que meu Apolo não se casaria. - Todos os gregos começam a falar. - Pessoal, pessoal. - Ele pede batendo novamente na taça. - Em nossa última conversa sobre se casar, ele foi honesto e abriu o coração para mim, e um homem que é honesto e abre o seu coração não merece que seu destino seja regido por outra pessoa, eu dei a ele o passe livre, mas é claro, com uma oferta irrecusável de netinhos correndo por estas terras. - Ele fala cutucando Apolo com o cotovelo.

- Não se preocupe Eustáquio, eles serão feitos está noite! - Uma voz grita no meio da mesa, não consigo encontrar o dono da voz, isso faz com que todos dão risadas e me deixa um pouco envergonhada.

Eu sei que é algo que está subentendido de acontecer, e que todos nesta mesa, exceto as crianças tem ciência disso, mas o fato de ser dito, me deixa envergonhada e ansiosa, e desperta a minha insegurança, Apolo percebe a ruga que surgiu em minha testa de preocupação.

- Está tudo bem? - Ele sussurra em meu ouvido.

- Está sim. - Respondo pegando a minha taça de vinho e bebendo.

- Eu e Geovanna, queremos dar à vocês, um presente. - Eustáquio continua, mamma levanta do seu lugar e vem até nós, que também levantamos.

Eles nos entregam um envelope.

Abrimos e vimos que é uma escritura, uma escritura da terra que cerca o nosso lar, por ele ficar na divisa das terras, eles fizeram dela, uma terra só. Ficamos surpresos com o presente e abraçamos eles, mamma, segura em meu rosto com as mãos e me fala:

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