FORASTEIRA | "o viajante no tempo se entrega a existir sem laços, mas não sem sentido."
Mercúrio é um elemento químico, um planeta e também um deus da mitologia romana... mas há uma única coisa que ninguém sabe sobre MERCURY CLEMENT, ela é uma viaja...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Mercury perdeu a conta de quantas páginas leu em uma só madrugada, primeiro enquanto estava na biblioteca e mais tarde afogada na luz esverdeada de seu quarto, imersa em um mar de livros que pareciam não ter fim e muito menos respostas. Ela sabia do básico que qualquer viajante deveria saber, como entender que para finalizar sua viagem precisava descobrir seu propósito, tentar evitar mudanças no passado e que aquele poder vinha de seu próprio cerne. Poucos viajantes deixavam informações e ela compreendia muito bem os motivos, já que se aquela magia estivesse nas mãos erradas o mundo poderia literalmente explodir como uma estrela qualquer.
Quando acordou no outro dia, sabendo que provavelmente tinha perdido o café da manhã e a primeira aula, apenas deixou levar seu corpo cansado até o chuveiro e arfou quando a água quente massageou suas costas. Esqueceu-se da última vez em que teve um sono relativamente bom, talvez antes mesmo de entrar em Hogwarts, nem quando ainda estava em seu tempo ela tinha tranquilidade. Fosse por Harry e sua vida agitada como grande herói de uma geração, ou então por seus próprios problemas, a garota não era capaz de descansar. Mercury Clement desaprendeu a baixar a guarda.
Já estava vestindo o uniforme quando pegou a bolsa e alargou os passos até o Grande Salão, onde já esperavam o almoço. Ainda praticamente vazio, o suficiente para que sua mente fértil pudesse visualizar o reflexo daquela paisagem há não muito tempo atrás. Quando Dumbledore que ela conheceu ainda estava sentado na cadeira principal, com Snape ao seu lado e quando seus amigos ainda pareciam menos desesperados, antes de tudo dar errado para todos. Não que Mercury odiasse ser uma viajante, ou estivesse reclamando de ser ao menos um pouquinho especial, mas tudo que ela havia almejado para depois que fosse livre estava despedaçado. De repente ela estava sentindo novamente aquela sensação torturante que sentiu quando todos começaram a agir como se soubessem de algum segredo seu e não quiseram lhe contar.
Ela estava presa ao seu propósito e nem sabia qual era.
Respirou profundamente para tentar controlar os milhares de pensamentos rodeando sua mente antes que entrasse em crise como naquele dia. Prendeu os seus cabelos e se sentou na mesa da Sonserina, querendo apenas poder fugir com seu lanche para qualquer árvore que fizesse sombra, mas estava chovendo. E no instante em que os alunos começaram a chegar, foi praticamente impossível segurar seu olhar enquanto ela procurava os amigos recentemente feitos no salão. Mileto chegou com os garotos do quadribol, já uniformizados por causa do treino e ao lhe ver, levantou a mão alto o suficiente para praticamente tocar as velas flutuantes e a cumprimentar. O seu sorriso perfeito a contagiou, fazendo com que ela sorrisse de volta.
Depois, quando Audrey passou por sua mesa rapidamente, não deixou de falar com Mercury e dizer que a veria mais tarde em uma das aulas. De qualquer forma, as matérias eram as últimas preocupações dela, já detestava a maioria delas quando era obrigada a estudar, agora que estava livre delas não desejava nem sequer tocar em um livro estudantil. Viu também quando o tal Regulus Black se aproximou da mesa com os amigos, não a cumprimentou, mas o olhar que ele lhe devolveu foi o suficiente para demonstrar que sabia da presença dela ali.