FORASTEIRA | "o viajante no tempo se entrega a existir sem laços, mas não sem sentido."
Mercúrio é um elemento químico, um planeta e também um deus da mitologia romana... mas há uma única coisa que ninguém sabe sobre MERCURY CLEMENT, ela é uma viaja...
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Mercury não estava nem por um segundo sequer blefando quando olhou no fundo dos olhos de Regulus Black e o ofereceu ajuda, e não apenas por ter encontrado seu propósito. Batendo no peito dele um coração feito de pedra ou de sangue, ele merecia continuar vivo e não seria ela quem o assistiria definhar sem mover um dedo sequer.
— Você mesmo disse quando propôs o nosso namoro de mentira, nós podemos nos ajudar. — pontuou. — E eu tenho a convicção de que posso fazer isso por você.
— Eu agradeço a oferta, mas você não entende o quão complicado tudo isso é.
Deixou sua caneca vazia de lado e guiou suas mãos aquecidas até a mão de Regulus, a segurando feito uma escultura de cristal. O toque gentil não foi tímido igual nas outras vezes, mais pareceu um convite, uma confirmação de que tudo que ela falava era uma verdade que ele poderia acreditar de olhos fechados.
— Mercury, estou condenado, não há uma maneira de evitar as coisas que vão acontecer.
— Mas e se houver? — ela retrucou. — E se houver uma maneira, Regulus? Eu e você sabemos muito bem do que o tempo é capaz. Se houvesse, você estaria disposto?
Ele permaneceu em silêncio.
— Talvez... se alguém que você conhece possuísse um dom especial que a fez viajar no tempo. E se, porventura, essa pessoa compartilhasse informações do futuro que lhe ajudariam a mudar o destino...
— Você não pode mudar o passado, essa não é a sua regra mais importante? — Regulus relembrou.
— E se for a coisa certa a se fazer? Eu não consigo achar justo não poder te ajudar por causa de uma regra idiota que eu nem sei quem inventou.
E soava estranho para ela falar tais palavras, já que não era de seu costume se envolver assim tão rapidamente a ponto de quebrar uma regra tão dura quanto aquela... mas, naquele momento, Mercury faria qualquer coisa para cumprir o seu propósito.
— Estou disposta a dar o meu melhor pra te ajudar, mesmo se significar que estou quebrando uma regra. Mas eu não posso fazer isso sozinha...
— Por que você faria isso por mim? É algum tipo de ato de misericórdia dos viajantes no tempo?
Ela bufou, querendo gritar seus pulmões para fora que seu maior motivo era mantê-lo vivo.
— Não, é claro que não. Digamos que eu não sou do time que compactua com o pensamento de que os viajantes devem ajudar a humanidade. — Mercury ironizou, lembrando do que seu tio havia comentado tempos antes.
