FORASTEIRA | "o viajante no tempo se entrega a existir sem laços, mas não sem sentido."
Mercúrio é um elemento químico, um planeta e também um deus da mitologia romana... mas há uma única coisa que ninguém sabe sobre MERCURY CLEMENT, ela é uma viaja...
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A neve brilhante cobria os terrenos de Hogwarts como um cobertor gelado depois da nevasca na noite anterior, Mercury não teve a oportunidade de observar quando os flocos começaram a cair e lentamente formando aquela imagem imaculada, mas imaginou que deveria ter sido poético. As carruagens pequenas esperavam os alunos no lado de fora, felizmente cobertas e aquecidas por dentro, já que o clima estava ficando cada vez mais frio.
Se despediu de Helio no dia anterior, quando ele decidiu escapar das viagens longas de trem e viajou para casa pela lareira com Pó-de-Flú. Antes de partir, ele repetiu por muitas vezes que deveriam se comunicar durante o distanciamento, mas que a garota precisaria ter cuidado para não chamar atenção do restante da família Clement. Afinal de contas, nenhum de seus familiares, além do garotinho, sabiam que uma garota de olhos violeta e que carregava seu sobrenome estava viajando por aí, mais especificamente nos anos setenta. Seria arriscado se tivesse contato com seu pai por conta das questões temporais, mas... em suas fantasias tristonhas ela gostava de imaginar que ele a reconheceria no exato momento em que seus olhos se encontrassem.
Audrey preferiu permanecer em Hogwarts, alegando que uma viagem para a Índia era muito distante e cansativa, que ela iria visitar os pais quando o ano letivo acabasse com a formatura e ficaria isolada lá por tempo mais do que suficiente para matar a saudade. Mercury desconfiou que o plano dela não era nada mais do que uma desculpa para ter encontros escondidos com a tal pessoa misteriosa que tomava todo seu tempo, seria um bom presente de Natal. E Mileto, ao contrário dos outros, também faria sua volta com uma viagem mais demorada até sua casa vazia.
Mercury o viu, à certa distância e caminhou até ele antes que fosse embora, enquanto Regulus ainda organizava com magia as malas dentro de sua carruagem. Ele a recebeu com um sorriso tímido, diferente dos que ele costumava distribuir para os outros alunos e lhe deu um abraço apertado de despedida.
— Minha proposta ainda está de pé, você pode passar as festividades comigo. — ele perguntou. — Tem certeza que vai visitar a casa dele?
Ela respirou fundo, deveras cansada de responder aquela pergunta tantas vezes.
— Sim, tenho certeza. Sinto muito por deixar você sozinho. — sorriu de volta.
— Fique tranquila quanto à isso, minha tia vai passar alguns dias comigo. Não vou estar sozinho. — Mileto informou. — Quem deveria estar preocupada é você, por favor, tome cuidado enquanto estiver lá.
— Posso me cuidar sozinha, não se esqueça que fui eu quem separei uma briga sua com magia, Karatê Kid. Sei alguns truques. — ela brincou. — Mas agradeço a preocupação.
