• QUATORZE •

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CAPÍTULO QUATORZE
casos ilícitos

"𝑫𝒐 𝒇𝒊𝒎 𝒂𝒐 𝒄𝒐𝒎𝒆𝒄̧𝒐, 𝒕𝒖𝒅𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒂́ 𝒏𝒂𝒔 𝒄𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔. 𝑽𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒐́ 𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒔𝒂 𝒂𝒄𝒓𝒆𝒅𝒊𝒕𝒂𝒓."

Estado de choque não era exatamente um termo que Mercury gostava de utilizar, mas de certa forma parecia o mais próximo do que ela estava passando naquele momento

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Estado de choque não era exatamente um termo que Mercury gostava de utilizar, mas de certa forma parecia o mais próximo do que ela estava passando naquele momento. Como naqueles longos segundos de pânico de quando algo aterrorizante acontece e a única coisa em sua cabeça é o vazio, o zunido interminável em seus ouvidos e a visão embaçada como os maiores efeitos colaterais daquela situação. Se ela soubesse realmente como viajar no tempo já estaria há anos dali, sem nem pensar.

Não fosse por Regulus tocar seu braço com as pontas geladas dos dedos, ela poderia simplesmente ter desmaiado ali mesmo, tentando contar a si mesma a mentira de que nada daquilo aconteceu. Aos poucos a voz abafada que continuava a falar foi ficando mais clara e ela percebeu que deixara o garoto em um pânico semelhante ao seu, fazendo sua cabeça voltar a doer. Levou sua mão à testa, massageando as temporadas doloridas e ignorando o olhar fulminante em sua frente.

— Eu não sei de onde você tirou toda essa baboseira de viagem no tempo. — ela mentiu.

Regulus revirou os olhos e afastou-se do contato com ela. Cruzou os braços na frente do peito como se assim não fosse ainda mais intimidante para a garota.

— Pensei que eu e você já tivéssemos superado a discussão desse tópico. — ele reclamou. — Você é uma viajante no tempo.

Calculou em sua cabeça nada matemática algumas maneiras de sair correndo dali, desejando que houvesse uma janela maior e que pudesse ser aberta, talvez naquele momento ela aprendesse a voar e usaria a nova habilidade para fugir dele.

— Eu não...

— Sim, Mercury. Você é uma viajante!

Ela soltou um suspiro cansado e voltou a fechar os olhos, a maneira com que ele falava o nome dela não estava ajudando em nada. Em seu âmago repetiu as mesmas palavras desejando que ele desaparecesse de sua frente, como um estalo. Pensou que se talvez desejasse muito fortemente ao menos algum desejo poderia lhe ser concedido. Era o justo.

— Mercury, você está fazendo nevar... — ele resmungou.

A garota abriu os olhos com rapidez, olhando para acima de sua cabeça onde a neve fria agora parava de cair do vazio. Ela o encarou. Desde muito antes de sua viagem, Mercury esteve assombrada pela presença dele. Naquelas memórias as telas perfeitamente pintadas ainda escondiam a parte de seu rosto que agora lhe queimava a pele.

— Eu vou embora. — ela falou, com firmeza. — Você deveria ir tomar um tônico na enfermaria, sua cabeça não parece estar funcionando.

Ele soltou uma lufada de ar pelo nariz.

OUTSIDER • regulus blackOnde histórias criam vida. Descubra agora