Entre a Honra e o Orgulho

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  Kim sorriu para seu criado - Você me conhece bem - Disse taehyung após Sunoo o convidar para conhecer uma taverna no centro da aldeia

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Kim sorriu para seu criado - Você me conhece bem - Disse taehyung após Sunoo o convidar para conhecer uma taverna no centro da aldeia.

O loiro entrou na taverna com Sunno a seu lado. O ambiente era sombrio, com a luz fraca das tochas iluminando os rostos hostis que o cercavam. Ele sentiu os olhares perfurarem sua pele, como se cada pessoa naquele lugar desejasse vê-lo morto. Mas Taehyung não se importava. O fardo que carregava o deixava frio a essa altura.

— Uma bebida — ele pediu, sentado na bancada, de olhos fixos na parede à sua frente. Precisava de clareza, e o álcool costumava ser seu aliado nesses momentos de dúvida. Sunno, sempre atento, sugeriu com um meio sorriso:

— O senhor deveria seduzir o príncipe. Quando ele não está querendo te matar, parece que quer te levar para a cama, meu senhor.

Taehyung riu baixinho daquelas palavras sem sentindo proferida pelo mais novo. — Jungkook? — Ele girou o copo com a mão. — Bárbaros como ele não caem facilmente na sedução, ainda mais por um homem.  — Ele olhou de soslaio para Sunno. — Mas talvez você tenha razão. O ódio é uma linha tênue.

Enquanto falava, a tensão no ar aumentava. Murmúrios começaram a circular pela taverna, o clima estava ficando insuportável. Os trakais não disfarçavam sua hostilidade, e Taehyung sabia que, a qualquer momento, poderia ser atacado. Foi então que um homem enorme, o dobro do tamanho de Taehyung, se aproximou, seu cheiro repulsivo de suor e álcool enchia o ar.

— Ouvi dizer que você está ajudando os exilados. O que vai pedir em troca, forasteiro? — O homem rosnou, aproximando o rosto do de Taehyung.

O loiro manteve a calma, mas dentro de si uma faísca de medo começou a crescer. Ainda assim, ele sorriu, como se a provocação do homem fosse nada.

— Estou ajudando porque posso, mas não sou tolo a ponto de não pedir nada em troca — disse Taehyung, sua voz soando fria e firme. Todos os olhares da taverna se voltaram para ele. Sunno observava seu temendo o que viria a seguir. — O que eu quero é simples: a confiança de vocês.

A palavra ecoou no ar, criando um silêncio desconfortável.

— Confiança? — O homem riu alto, dando um passo ameaçador em direção a Taehyung. — Humanos como você não sabem o que é isso. O que realmente quer de nós?

Antes que Taehyung pudesse responder, o homem agarrou sua gola e o puxou da cadeira. A violência do movimento fez o copo cair da mão de Taehyung, estilhaçando-se no chão. A taverna inteira prendeu a respiração, esperando pelo pior.

Sunno deu um passo à frente, mas Taehyung levantou a mão, sinalizando para ele parar.

— Pare já com isso — disse Taehyung, encarando o brutamontes diretamente nos olhos, sua voz mortalmente calma. — Sou mais valioso que essa seu pau de merda. - Ele se soltou das mãos que o segurava e olhou ao redor

Taehyung manteve-se firme, apesar dos olhares carregados de ódio ao seu redor. Cada palavra era um risco, cada movimento, um passo em falso que poderia ser fatal. Mas ele sabia que aquele era o momento. O peso do ambiente sobre ele era esmagador.

O homem à sua frente, um brutamontes malcheiroso, havia jogado a provocação, e as vozes dos outros trakais sussurravam como serpentes. Mas Taehyung, com o olhar impenetrável, ergueu a cabeça, recusando-se a ser intimidado.

— Estou ajudando quem precisa da minha ajuda — sua voz saiu baixa, mas firme, perfurando o silêncio que agora dominava o espaço. Olhou ao redor, fitando cada um dos que o observavam com desconfiança, seu coração acelerando com o medo de que aquela fosse sua última oportunidade. Ele precisava ser honesto. — E sim, pedi algo em troca.

Houve um movimento na taverna, como se uma onda de tensão tivesse varrido o lugar. Os trakais se agitaram, mas ele continuou, engolindo a saliva e contendo o medo que apertava seu peito.

— Eu quero a confiança de vocês! — Ele ergueu a voz, sua expressão determinada. — Sei que isso parece impossível agora. Sei que para vocês, sou apenas mais um humano. — Seus olhos brilharam, desafiando o desprezo nos rostos ao seu redor. — Mas eu também sou um líder, como vocês. Meu reino está à beira do colapso. Meu povo está morrendo de fome, e a guerra bate às nossas portas.

Os murmúrios se intensificaram, mas Taehyung não vacilou. O peso de suas palavras parecia alcançar o coração daqueles que o ouviam.

— Vou me casar com alguém que não amo para salvar meu reino da escassez. — Sua voz tremeu por um breve momento, mas ele rapidamente se recompôs. — Estou disposto a sacrificar minha liberdade, minha felicidade, para que meu povo tenha uma chance de sobreviver.

Ele parou por um segundo, respirando fundo, sentindo o olhar penetrante de Jungkook que acabara de entrar na taverna. Sem saber que o príncipe o observava, Taehyung falou com mais força:

— Mas isso não será suficiente. Não basta dar comida ao meu povo. Eu preciso de guerreiros. Preciso de aliados, de soldados. Preciso de vocês! — Ele fez uma pausa dramática, permitindo que o impacto de suas palavras caísse sobre os ouvintes. — Assim como estou lutando por aqueles no galpão abandonado, eu preciso que lutem por mim.

O silêncio caiu sobre a taverna. A tensão no ar era palpável. O orgulho de Taehyung estava ali, mas também sua vulnerabilidade. Ele não estava apenas falando como um príncipe, mas como alguém que entendia a dor e o desespero.

Jungkook cruzou os braços, seus olhos cravados no humano à sua frente. Pela primeira vez, ele viu algo mais profundo em Taehyung. Viu além do rosto frio e arrogante. Viu um homem à beira do abismo, lutando para não cair. E por um breve momento, ele quase sentiu compaixão.

Taehyung ergueu a cabeça, seus olhos se encontrando com os de Jungkook, como se fosse impossível ignorá-lo. Ele deu um passo à frente, sua voz agora mais baixa, mas carregada de emoção.

— Não estou pedindo por pena. Não estou implorando pela sua ajuda. Mas se escolherem lutar ao meu lado, não seremos derrotados. Vamos vencer. Vamos sobreviver. — Suas palavras, agora carregadas de uma doçura inesperada, ecoaram pela taverna. — ..... você lutaria por mim?

O tempo pareceu parar. O silêncio era absoluto, e jeon parecia incapaz de desviar o olhar de Taehyung. Ele sentiu algo dentro de si se mexer, algo que ele nunca permitiria que surgisse:  e por um segundo, apenas um segundo, Jungkook sentiu a resposta escapar por entre seus lábios. Mas a confusão dominou sua mente, e ele instintivamente levou a mão à boca, como se pudesse conter a resposta.

"Eu só posso estar enlouquecendo", pensou Jungkook. O medo e a raiva o tomaram, e sem uma palavra, ele virou as costas, fugindo da taverna com passos largos, o coração batendo descompassado. Alicent o seguiu, sem entender o que havia acabado de acontecer.

Taehyung ficou parado, com os olhos ainda fixos na porta. Por dentro, ele sabia que havia plantado uma semente. Mas só o tempo diria se ela germinaria.

E agora, só restava esperar....

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Fim

O Príncipe Trakai eo Rei cruel_taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora