Linhas Tênues

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Jungkook caminhava rapidamente para longe da taverna, os pés afundando na lama do caminho. Ele estava ofegante, mas não pelo esforço físico. As palavras de Taehyung ainda ecoavam em sua mente, uma mistura de desprezo e... algo mais que ele não conseguia nomear.

"Você lutaria por mim?"

Ele fechou os olhos com força, tentando apagar a lembrança da voz firme e doce de Taehyung, mas era inútil. O príncipe humano o desarmava de uma maneira que ninguém jamais havia feito. Apertou os punhos, sentindo a raiva pulsar em suas veias.

- Estou enlouquecendo - murmurou para si mesmo - Eu não posso... Não posso deixar que ele me afete assim. - Algo dentro dele estava sufocando, o deixando ansioso.

E no fundo ele sabia que sua raiva não era apenas por Taehyung ser um humano, ou um líder calculista. Havia algo mais profundo, algo que ele não queria admitir. O modo como o loiro o olhava, como se enxergasse através dele, o deixava desconfortável. E pior, o fazia se sentir vulnerável.

Jungkook parou de caminhar, olhando o céu escuro acima. Ele precisava encontrar clareza, mas tudo dentro de si era caos.

O ódio que sentia por Taehyung estava tão entrelaçado com... desejo? Não, não podia ser. Ele bufou, tentando afastar esses pensamentos insidiosos.

Ao longe, as luzes da taverna ainda brilhavam, e ele podia imaginar Taehyung lá dentro, firme, calculista. Seria ele realmente capaz de liderar os trakais? Ou estaria apenas usando-os como uma peça em seu jogo político? Jungkook não conseguia mais distinguir a verdade, e isso o frustrava.

Mas havia algo que ele sabia com certeza. Precisava confrontá-lo.

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Dentro da taverna, Taehyung estava de volta à sua mesa, o copo novamente em sua mão, mas desta vez, não o girava distraído. Ele estava calmo, frio. A tensão no ambiente havia diminuído, mas a hostilidade ainda era palpável. Alguns trakais o observavam de longe, avaliando suas palavras. Havia uma mistura de desconfiança e curiosidade nos rostos marcados dos guerreiros.

Sunoo, sempre ao lado de Taehyung, inclinou-se ligeiramente para sussurrar:

- O senhor acha que eles confiarão em você? - perguntou, os olhos varrendo o ambiente. - Eles podem te matar antes mesmo de considerarem uma aliança.

Taehyung suspirou, tomando um gole de sua bebida. Seu olhar estava distante, mas seus pensamentos fervilhavam.

- Não tenho outra escolha, Sunoo. Se eu não ganhar a confiança deles, meu reino estará condenado. - Ele sorriu de lado, sem humor. - E sinceramente, tenho certeza que não será aqui que irei morrer.

Sunoo o observou em silêncio, notando o cansaço nas palavras de seu senhor. Embora Taehyung não mostrasse fraqueza para o mundo exterior, Sunoo sabia que o fardo que ele carregava era pesado. Não era apenas sobre política, guerra ou alianças. Era sobre sacrifícios pessoais que ele havia decidido fazer.

- Você falou sobre se casar com alguém que não ama para salvar seu reino. - Sunoo comentou, os olhos apertados. - Mas isso não é suficiente para você, não é?

Taehyung olhou para ele, seus olhos mais frios do que nunca.

- Não. Não é - respondeu. - Eu perdi a liberdade no momento em que me tornei líder. Agora, estou disposto a perder o que restou da minha felicidade, se isso significar salvar meu povo.

Sunoo assentiu, compreendendo, mas antes que pudesse responder, a porta da taverna se abriu abruptamente.

Jungkook entrou com passos largos, seus olhos faiscando de raiva, e foi diretamente até Taehyung. O barulho de suas botas ecoava pela taverna, e o silêncio recaiu novamente sobre o lugar. Os trakais tinham presenciado sua saída após o discurso do loiro.

Então surpresos com sua volta eles observavam atentamente, prontos para agir ao menor sinal de violência.

Taehyung permaneceu calmo, sua expressão impassível. Apenas virou a cabeça ligeiramente, como se estivesse esperando Jungkook.

- Veio lutar comigo ou conversar? - O rei kim provocou, com um meio sorriso.

Jungkook parou ao lado da mesa, as mãos ainda tremendo de raiva. Sua voz saiu dura e entrecortada

- O que você realmente quer, Taehyung? - Os olhos de Jungkook perfuraram os de Taehyung, como se tentasse arrancar a verdade dele à força. - Você não está apenas tentando salvar seu povo. Você está me manipulando. Eu sei disso.

Taehyung o encarou por um longo momento antes de responder, sua voz baixa, mas cheia de significado.

- Manipulando? Talvez - ele admitiu, sem desviar o olhar. - Mas se eu estou tentando te manipular, é porque você já sente algo. Caso contrário, minhas palavras não teriam impacto algum sobre você.

Jungkook congelou. Aquelas palavras o atingiram como uma lâmina afiada. O príncipe trakail tentou retrucar, mas não encontrou palavras. O silêncio entre eles parecia gritar, e por um momento, ele não sabia o que fazer. O desejo de dar um soco no rosto de Taehyung se misturava com a vontade de entendê-lo.

Taehyung se levantou, aproximando-se lentamente de Jungkook, sua presença imponente, mas ao mesmo tempo quase... vulnerável.

- Você quer respostas, Jungkook? - disse Taehyung suavemente, seus olhos agora brilhando com uma intensidade que Jungkook não esperava. - Então lute ao meu lado. Lute por mim. E eu vou te mostrar o que realmente está em jogo.

Por um segundo, Jungkook considerou a proposta. Ele sabia que devia rejeitá-la, devia dizer que odiava Taehyung e tudo o que ele representava. Mas, no fundo, ele sentia que a linha entre ódio e desejo era fina demais para ser ignorada.

Sem dizer uma palavra, Jungkook deu um passo para trás, como se fugir fosse sua única resposta. Mais uma vez, ele deixou a taverna, deixando para trás a presença sufocante de Taehyung.

Taehyung observou a porta se fechar novamente. Um sorriso pequeno e triste surgiu em seus lábios.

- Uma semente foi plantada - ele murmurou para si mesmo.

Sunoo o observou, sem saber se deveria comemorar ou se preocupar.

O Príncipe Trakai eo Rei cruel_taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora