A dor silênciosa de ji-ah

74 25 1
                                    

Não manhã seguinte o céu estava tingido de cinza. Ji-Ah ajustou o capuz sobre a cabeça e seguiu pela estrada lamacenta em direção à casa de Jungkook.

O frio da manhã não parecia incomodá-la, pois havia algo mais pesado em seus pensamentos. 

Enquanto se aproximava da vila, sentiu a presença de alguém a observando. Seu coração acelerou, mas manteve o rosto neutro, sem virar para procurar a origem do desconforto. De repente, uma sombra surgiu de um beco estreito. Alicent. 

— Bom dia, Ji-Ah. — A voz da jovem era doce, quase musical, mas carregada de uma malícia que fazia o sangue de Ji-Ah gelar. 

— Alicent. — Ji-Ah respondeu com um leve aceno, tentando manter a calma. 

Alicent sorriu, mas havia algo cortante em sua expressão. Antes que Ji-Ah pudesse reagir, Alicent deu um passo à frente e empurrou-a para dentro do beco, prendendo-a contra uma parede. 

— O que está fazendo? — Ji-Ah perguntou, a voz tremendo, mas seus olhos buscando alguma saída. 

— Relaxa. Só quero conversar. — Alicent inclinou a cabeça, analisando Ji-Ah com olhos estreitados. 

—  Isso é um jeito estranho de iniciar uma conversa. 

— Eu ando te observando há algum tempo, Ji-Ah. E sabe o que percebi? Você é fascinante. Toda delicadeza, toda essa máscara de menina obediente e humilde... Mas ela escorrega de vez em quando. Como quando você olha para Taehyung. 

Ji-Ah apertou os lábios, tentando esconder a tensão que crescia em seu corpo. 

— Não sei do que está falando. 

Alicent riu, uma risada que não combinava com a doçura inicial. Ela deu um passo para trás, cruzando os braços, mas seus olhos permaneciam fixos em Ji-Ah, analisando cada expressão. 

— Ah, Ji-Ah... Pode parar de fingir. Eu sei que você está escondendo alguma coisa. Não estou interessada em revelar isso, sabe? Só quero... uma oportunidade. 

Ji-Ah ergueu uma sobrancelha, agora confusa. 

— Que oportunidade? 

— Florenzia. — Alicent sorriu, agora apática, como se estivesse falando sobre algo trivial. — Sei que você vai com Sunoo enquanto Taehyung e Jungkook vão na frente. E eu quero ir com você. 

O rosto de Ji-Ah endureceu por um momento, mas logo uma expressão mais suave tomou conta. 

— E se eu me recusar? 

Alicent deu de ombros. 

— Você pode tentar, mas se eu não conseguir o que quero, talvez eu acabe contando ao Jungkook ou, quem sabe, ao próprio rei sobre essa sua… duplicidade. 

Ji-Ah piscou lentamente, sua expressão de menina frágil dando lugar a algo mais frio e calculado. Ela deu um passo à frente, invadindo o espaço de Alicent. 

— Ouça bem, Alicent. Se você ousar abrir a boca, eu mesma matarei você. E não será rápido. Vou garantir que sinta cada segundo enquanto este vilarejo inteiro queima junto com você. 

Alicent sorriu, satisfeita.  — Não se preocupe, Ji-Ah, minha boca está selada... desde que você cumpra sua parte. 

Ji-Ah estreitou os olhos, mas finalmente assentiu. 

— Certo.

Pouco depois, Ji-Ah chegou à casa de Jungkook. Ela encontrou Taehyung sentado perto da lareira, revisando alguns mapas. Sunoo descansava no sofá, ainda pálido, mas visivelmente melhor. 

O Príncipe Trakai eo Rei cruel_taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora