sussurros e a despedida

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Taehyung sentou-se à janela do seu quarto, seus olhos perdidos no horizonte escuro enquanto sua mente fervilhava com possibilidades e estratégias.

Ele sabia que conquistar a confiança dos líderes dos outros reinos exigia mais do que palavras persuasivas. Precisava calcular cada movimento, prever cada reação. "Poderíamos começar pelo mais vulnerável, buscando alianças discretas e, depois, negociar um pacto com aqueles mais céticos," murmurava para si, dedilhando o peitoril da janela enquanto pensava em todos os líderes que já conhecera e em como explorar suas fraquezas.

O mesmo ficou ali rabiscando e murmurando ideias, buscando formas de começar aquilo, já se passaram exatas 4 semanas dês que chegou, o tempo médio que ele ficaria por aqui até sua ida para casa, não havia mais nada que ele poderia fazer, ele tentou tudo oque podia, em dois dias ele estaria de volta ao seu lar e família.

Quando o céu começou a clarear, ele se afastou da janela e passou a organizar a papelada espalhada sobre a mesa. Relatórios, mapas e notas que antes representavam dias de dedicação e planejamento agora eram cuidadosamente empilhados, como se ele soubesse que talvez nunca mais precisasse vê-los. Calmamente, arrumou suas coisas.

Horas depois de tirar um cochilo taehyung foi ao galpão onde tratava dos enfermos. A cada passo, ele mantinha o rosto sereno e os gestos cuidadosos, oferecendo palavras de alento aos pacientes, mesmo que seu tom permanecesse neutro. Para muitos ali, ele era mais do que um curador; era um salvador.

Observando os olhos agradecidos de alguns, ele se inclinou para trocar palavras com um velho que segurava sua mão com firmeza.

Taehyung observou o velho paciente, um homem de olhos cansados e pele marcada pela idade, que segurava sua mão com força, os olhos marejados de um respeito profundo. - Você salvou minha vida, senhor - sussurrou o velho, a voz embargada. - Não tenho mais o que oferecer além do que resta do meu sangue e da minha linhagem. Este é meu neto, Kael. Ele lutará ao seu lado quando o chamado chegar.-

Ao lado do velho, Kael permaneceu imóvel, os braços cruzados e uma expressão impassível, como se a gratidão do avô não o afetasse. Taehyung ergueu o olhar, encontrando-se com os olhos de Kael.

Olhos de um castanho profundo, tão intensos que pareciam prender a atenção por mais tempo que o necessário. A pele morena de Kael contrastava com o ambiente escuro do galpão, e seus ombros largos revelavam a força de um guerreiro que já enfrentara batalhas. Ondas de cabelos negros caíam soltas ao redor do rosto marcado, o qual exibia uma mistura de serenidade e firmeza, um equilíbrio perfeito entre controle e força bruta.

Kael finalmente se moveu, descendo ao joelho diante de Taehyung. A apatia que antes dominava seu rosto foi quebrada por uma expressão de reverência e uma lealdade inabalável. - Senhor Taehyung - disse ele, a voz grave e controlada, - pode não parecer que sou grato, mas o senhor trouxe alívio e vida ao meu avô. Em troca, prometo a minha obediência. Não hesitarei, não questionarei. Lutarei ao seu lado até o fim.-

Taehyung manteve o rosto neutro, apenas observando o jovem à sua frente. No entanto, por um breve instante, o canto de sua boca quase esboçou um sorriso, não de contentamento, mas de leve aprovação. Ao final da promessa, Kael ergueu-se, a postura forte e imponente, o olhar firme e inquebrável.

- Kael - ele disse, o tom autoritário, mas firme. - Sou amigo de infância de Jungkook- completou, como se essa informação fosse suficiente para Taehyung entender que, mesmo que a lealdade fosse agora a ele prometida, havia uma história entre ele e seu aliado.

Taehyung registrou a informação, ciente de que a presença de Kael ao seu lado poderia despertar algo em Jungkook, seja uma rivalidade, seja uma nova força em sua causa. E com isso, deu-lhe uma breve inclinação de cabeça, aceitando a promessa silenciosa que ecoava na atmosfera do galpão.

O Príncipe Trakai eo Rei cruel_taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora