Pov. Nancy
É melhor eu dar uma passadinha nessa tal Lydia quando voltar, se não daqui a pouco irei ficar louca. Esses sonhos não param, todas as noites estou acordando assustada, afobada e suando. Não posso nem tirar um simples cochilo de quinze minutos e os sonhos aparecem. Suspiro indo atrás de minhas roupas e caminhando até o banheiro.
Depois de um tempo, saí de casa e fui até a tenda onde Max ficava. Ela havia pedido para deixar a Sophia dormir lá com ela. Sempre digo para ela dormir lá em casa, tem um quarto vago que ela pode ficar conosco, mas ela não quer. Vi elas em frente à tenda, brincando de bola com algumas crianças. Sophia é um pouco tímida com pessoas que não conhece, sempre se esconde atrás da minha perna com vergonha, mas com crianças de sua idade ela é bem extrovertida, fica tão alegre.
Sorrio me aproximando. Assim que ela notou a minha presença, abriu um sorrisão vindo rapidamente até mim, pulando em meu colo.
– Bom dia, princesa. - Peguei ela no colo e suspirei sorrindo ao sentir seus pequenos lábios macios em minha bochecha.
– Bom dia, mamãe. Dormiu bem? - Assenti
– Já vão partir? - Max se aproximou, fazendo carinho nas costas da Sophia - Não quer mesmo que eu vá com vocês..?
– Max. - Suspirou. Eu fiquei com tanto medo quando ela quase morreu naquele dia, não quero que aconteça novamente. Eu sei de suas habilidades, sei que está melhor agora, mas... não quero arriscar. Não iria suportar perder mais uma dos nossos, mais uma da nossa família.
– Ok. - Respirou fundo - Ficarei para proteger minha princesinha. Aliás, ela pode dormir aqui comigo até você voltar?
– Eba! - Sophia comemorou com palminhas.
– Não vejo problema. - A ruiva sorriu. - Sem arrumar confusão, ok?
– Colocarei ela na linha, mamãe. - Disse convicta batendo continência. Soltei uma risada e beijei sua bochecha.
– Prometo não me meter em confusão. Ouviu a pequena chefinha, Soo me colocará na linha.
– Isso. Irei chutar o bumbum de quem ousar encostar na minha tia! - Falou determinada e eu neguei.
– Nada de violência.
– Nada de violência. - Repetiu e vi seus dedinhos cruzados escondidos.
– Sophia. - Olhou para mim com um olhar inocente - O que eu te ensinei sobre mentiras?
– Sem violência. - Levantou as mãos para o alto - Não é titia?
– Claro, claro. Tem a minha palavra.
– Ei, Wheeler. - Olhei para trás, vendo um dos homens que escolhi para ajudar - Já estamos prontos.
– Tudo bem. Partiremos em quinze minutos. - Ele assentiu e se retirou.
– Vão demorar? - Voltei meu olhar para a ruiva.
– Provavelmente. Não pretendo voltar de mãos vazias. - Respiro fundo - Estamos sem suprimentos. Você sabe como demora essas viagens.
– Céus, Nancy. Eu sei que você sabe se cuidar e tudo mais, mas por favor tome muito cuidado. Não importa o que aconteça, não importa quais decisões difíceis que tenha que tomar, mas volte inteira e viva.
– Te dou a minha palavra. - Não pretendo morrer tão cedo.
– Mamãe... - Vi o olhar dela se entristecer. Sophia entendia sobre essas viagens, sabia dos riscos, mesmo eu tentando esconder isso dela. Tento ao máximo esconder o lado sombrio do mundo de hoje em dia, mas eu sei que ela tem consciência sobre o que acontece.
– Eu vou ficar bem. - Sorri, enchendo seu rosto de beijos, vendo um pequeno sorriso pintar seus lábios rosadinhos.
– Mamãe é forte, mas não abuse, ok? Sempre tome cuidado.
– Sempre. - Beijei a ponta de seu nariz e puxei Max para um abraço
– E nós?? - Ouvi uma voz masculina bastante conhecida por mim. Virei para o lado e os vi ali, todos. Eles correram até nós e se juntaram ao abraço
Ficamos mais do que quinze minutos conversando, se abraçando e tudo mais. Era sempre tão bom o carinho que ainda tínhamos uns pelos outros, o apoio, afeto, amizade e o mais importante, família. Estamos mais ligados do que nunca.
– Wheeler. - Respirei fundo.
– Estou indo. - Olhei para eles e abracei fortemente minha pequena, ouvindo sua risada contagiante - Tenho que ir agora.
– Se cuide. - Steve me abraçou novamente, dessa vez com mais firmeza. Logo todos estavam em um abraço coletivo.
– Aqui, mantenha sempre contato, beleza? - Max me entregou um walkie-talkie e eu peguei assentindo.
Me despedi, com beijos e abraços, logo indo para o local combinado, onde estaria o ônibus e as pessoas escolhidas por mim. Conversamos um pouco, olhando para o mapa dos locais onde iríamos percorrer, os caminhos que teríamos que ir para evitar estradas, outros grupos e zumbis.
– Tudo bem por aqui? - Sorri ao ver Tayler se aproximando - Iria ir sem se despedir de mim?
– Sem dramas. - O abracei, ouvindo-o rir e retribuir na mesma hora
– Não preciso falar para tomar cuidado, você sabe se cuidar muito bem. Boa sorte. - Beijou minha testa - Eu amo você.
Fiquei em silêncio. Não estava pronta para dizer essas palavras sem mesmo senti-las verdadeiramente por outra pessoa.
– Enfim... nos vemos daqui alguns dias. - Dei um pequeno sorriso e desfiz o abraço - Volte bem.
– Pretendo. - Acenei e entrei no ônibus rapidamente.
– Prontos? - Marlon, o nosso melhor motorista, perguntou. Concordei com um aceno de cabeça, vendo-o ligar o motor e o portão se abrir.
Um longo caminho...
Vi Sophia e Max virem correndo até o portão e acenar com um sorriso amplo no rosto. Coloquei a mão para fora da janela, acenando para elas e sorrindo.
– Passaremos na cidade mais próxima primeiro, para ver se encontramos alguma coisa, caso contrário, iremos para outras cidades nunca percorridas por nós antes. Lembre-se, não é só zumbis o nosso problema, tem os malfeitores também. - Todos assentiram
Nosso maior problema ultimamente é lidar com malfeitores. São gupos de sobreviventes que roubam os outros sem dó nem piedade, matam para conseguir o que quer, matam para sobreviver. O mundo está assim ultimamente; sobreviva ou morra. Normalmente, sempre topamos com alguns malfeitores armando uma emboscada no meio de alguma estrada, eles usam uma espécie de 'meguelitos' nas estradas para furar o pneu de quem passar, assim roubam tudo.
Se você der sorte, apenas roubam, mas em muitas vezes matam. Por isso, sempre temos que estar preparados para esse tipo de coisa, fora os zumbis. Mas sabemos lidar com os dois, então essa não é minha maior preocupação no momento. Estou preocupada em quantas cidades teremos que percorrer para encontrar alguma coisa, acredito que muitas...
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Sobreviva Ou Morra_2° Parte. (Ronancy) G!p
DiversosNancy é consumida pela devastação após a "suposta" perda. Uma fração de seu coração, de sua alma, de sua essência, partiu com a loira. Apesar das adversidades persistentes no mundo, ela se esforça para avançar, tentando seguir adiante mesmo carregan...