R O B I N
Esse destino não é brincadeira. Como isso é possível? A essa altura do campeonato, quando eu nem tinha mais esperanças o destino me faz uma dessas! É inacreditável. Eles estavam vivos esse tempo todo... Cacete! A felicidade que estou sentindo é inexplicável.
Já era a quinta vez que passava em frente à porta do quarto, checar se ela estava bem. Fui novamente até a cozinha, sentando-me na cadeira. Eu batucava meus dedos incansavelmente sobre a mesa, ansiosa enquanto olhava para a porta do quarto.
– Por que está tão nervosa? - Jim apareceu com um saco de gelo no nariz, abriu a geladeira e pegou uma cerveja.
– Por que será? Faz anos que eu não a via, achava que ela estava morta, e olha ela vivinha da silva naquele quarto, tomando banho. Meu nervosismo é plausível.
– É... é razoável. Jane está bem ansiosa para conhecê-la. Apesar dela ter quase quebrado nossos narizes, também quero conhecer ela, a garota por quem uma cabra se apaixonou.
– Cabra...? Tsc.. velho caduca. - Tentou me acertar um tapa, mas graças ao meu reflexo me esquevei rindo.
– Não estou velho, estou na minha melhor fase. - Fingiu jogar os "cabelos" para o lado com o deboche estampado em seu rosto. Gargalhei, esquivando de outro tapa.
– Aiai... esses velhos de hoje em dia, hein. - Ele me segurou e bagunçou meus cabelos, enquanto me acabava de rir tentando me soltar.
– Respeite os idosos, Robin. - Jane apareceu na porta com os braços cruzados. Jim bufou e rimos juntas.
– Vão para algum lugar? - Indaguei ao ver os dois usando mochilas.
– Iremos atrás de combustível para a viagem. - Jim respondeu - E... bom, você e a quebradora de nariz, precisam de um tempo sozinhas para conversarem, colocar o papo em dia.
– Entendi. Já sabem, certo? Sempre cautelosos e tomem muito cuidado. Não est--
– Claro, claro. - Abanou as mãos totalmente disperso abrindo sua garrafa de cerveja, fazendo-me revirar levemente os olhos - E você, mocinha, juízo hein. Sei que precisam matar a saudade e tals, mas vai com calma porque a garota ainda tá machucada.
Revirei novamente os olhos por saber do que ele estava falando e seu sorrisinho malicioso confirmou o que já suspeitava.
– Não seja idiota, velho. - Fui até a geladeira e peguei uma cerveja também, tentando abri-la - Acabamos de nos reencontrar.
– Conhecendo você, seria milagre se não acabarem na c--
– Jane, dá uma mãozinha aqui porque o velho ficou impossível. - Ele riu, vendo minha dificuldade para abrir aquela garrafa, pegou de minha mão e a abriu. - Valeu.
– Já são... 14:12. Voltaremos no meio da madrugada, ou amanhã de manhã. Dependerá da sorte para encontrarmos gasolina. - Pegou algumas garrafas d'água e vi Jane colocar algumas armas na mochila.
– Tomem cuidado com os saqueadores e--
– Também te amamos, se cuida pirralha. - Me abraçou. Ele sabe que eu iria ficar falando sem parar sobre tomarem cuidado e tudo o que eles já sabem, mas não consigo evitar, mesmo sabendo que sabem se cuidar sozinhos ainda me preocupo muito.
Jane se juntou ao abraço e sorri, abraçando-os fortemente. Acompanhei eles até a porta e acenei quando entraram no carro.
– Tomem cuidado! - Avisei novamente.
– Vocês também. - Fiquei olhando o carro se afastar e suspirei entrando novamente na casa. Dei uma olhadinha para a porta do quarto e caminhei até ela, escutando o barulho do chuveiro.
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Sobreviva Ou Morra_2° Parte. (Ronancy) G!p
De TodoNancy é consumida pela devastação após a "suposta" perda. Uma fração de seu coração, de sua alma, de sua essência, partiu com a loira. Apesar das adversidades persistentes no mundo, ela se esforça para avançar, tentando seguir adiante mesmo carregan...