O Remorso Bate Na Porta

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N/A: Achei melhor dividir esse capítulo para não ficar tão extenso - o original era muito grande e a leitura podia ficar cansativa.

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Enquanto corria, mal desviando dos galhos pontudos das árvores secas, Clarke sentiu seu fôlego falhar mas, não ousou diminuir a velocidade

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Enquanto corria, mal desviando dos galhos pontudos das árvores secas, Clarke sentiu seu fôlego falhar mas, não ousou diminuir a velocidade. Não porque acreditava no que estava ouvindo, mas pelo medo de chorar na frente dos outros se continuasse a ouvir o eco ressoando seu nome no interior da floresta.

"Um ano que seu pai morreu e você ainda não pagou por isso, Clarke? Eu esperava mais de você."

— Não, mãe...

A voz era igualzinha ao tom da sua mãe quando estava desapontada com ela.

Em algum ponto no meio da mata, Clarke parou.

Abigail Griffin podia ser ouvida como se estivesse ao lado dela. Sobressalente. Ríspida. Indiscutível. Numa entonação que dispensava argumentos, aqueles monólogos em que ela só escutava enquanto a mãe esbravejava por algo que ela fez - ou não fez.

Mas ela não estava ali de fato.

Nada podia ser visto ou ouvido além do vento levantando as folhas pelos ares, sem direção definida, apenas bagunçando o cabelo dela como um temporal antinatural, no desígnio de afetá-la.

Sabia que a mãe não estava lá desde que desceu do vagão, mas nunca conseguiu desacatá-la, mesmo quando queria muito, especialmente depois que ela parou com as visitas quando foi detida. Clarke desejou muito odiar a mãe, porém era órfã de um pai, ela já não tinha muitas opções de afeto se desistisse da sua última defensora, ainda que supostamente o amor de Abby nunca aparentou ser tão recíproco assim. O pai sempre a amou mais.

" Já aceitou que você fugiu só para não me matar também?"

Os olhos dela arderam em chamas.

Era como uma boneca frágil diante das duras palavras da mãe, sendo ela real ou fruto de sua imaginação.

"Matou seu pai por não confiar em nós, teria me matado também se não fosse julgada por traição?"

— Eu não matei ninguém! - rugiu para o céu, implorando, nem sabia a quem ou porquê já que falava a si mesmo todos os dias que a culpa era dela, e acreditava nisso. Então por que agora era difícil admitir?

"Mas não temos como saber, temos? Por isso você veio a esse lugar, e como não podia matar outra pessoa, resolveu traí-la também, eliminando talvez a única chance dela fazer as pazes consigo. Não é isso que fez com sua amiga? Coagiu sua desistência?"

𝐋𝐈𝐌𝐁𝐎 ¹ | The 100Onde histórias criam vida. Descubra agora