Capítulo 17

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3342 palavras... AMO quando o capítulo sai longo. Espero que, para aqueles que ficaram confusos com o que Coringa fez no capítulo anterior e que tipo de relação ele terá com Jason, esse capítulo veio para esclarecer as coisas.

Espero que gostem do resultado, deixem um favorito e comentários. Ah! Também perdoem qualquer erro, eu sempre caço eles e sempre acabo encontrando um novo. Também peço desculpas por não estar respondendo os comentários, a maioria nem aparece a marcação para mim ou não é nem notificada, mas amo ler cada mensagem ❤❤❤❤❤

Fiquem com o capítulo amores.
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Não é que Coringa fosse fraco, mesmo em suas circunstâncias atuais, ele não era, se fosse, teria morrido ainda muito jovem. Entretanto, ter um homem adulto de mais de oitenta quilos deitado em cima de você durante horas era um ótimo modo para acordar com uma falta de ar absurda.

Assim, não é que ele fosse fraco, era só que Jason era malditamente pesado demais. Por isso, quando ele acordou, amaldiçoou baixinho o modo que o mais novo decidiu fazer seu corpo de cama, então, muito gentilmente apesar de si mesmo, ele tentou sair sem acordar o outro, mas falhou miseravelmente.

Olhando Jason dormir, agora com todas as suas memórias corretamente no lugar, passando a mão pela pele machucada de suas costas e sentindo a textura nova, ele suspirou frustrado, porque não queria estar ali quando o outro acordasse, mas pelo jeito era inevitável. Sendo assim, com muito cuidado para estar nos bons termos do mais jovem, Coringa começou a acariciar seus fios com a mão livre, percebendo tardiamente que a outra ainda estava firmemente presa pela a do outro.

— Acorde filhote, me deixe respirar, sim?

— Porra, não foi um sonho — Jason resmungou ainda de olhos fechados, mas moveu o corpo para o lado de Coringa ao invés de continuar em cima dele, ainda que não o tivesse soltado — Que merda você fez comigo?

Coringa não se deu o trabalho de responder, apenas fechou os olhos agora que conseguia respirar e continuou acariciando os cabelos do mais novo, que manteve a cabeça deitada em seu peito, um braço ao redor do seu quadril e uma perna enroscada nas suas.

— Como você sabia que aquilo ajudaria?

O mais novo perguntou abrindo os olhos, mas sem se mover do lugar, olhando um ponto vazio na parede enquanto tentava aceitar que sim, ele estava mais leve do que em todos aqueles anos passados. Livre, na verdade, livre da raiva, sentindo.

— Eu disse, eu já estive aí.

— Então o quê? Você pediu para alguém te chicotear? — Ambos bufaram, o de Jason soando como um som frustrado e o de Coringa como uma risada.

— Não... Aqui — Ele retirou a mão dos cabelos do mais novo para esticá-la na frente de seus olhos sem dizer mais nada.

Não precisou, em um instante Jason reparou as várias cicatrizes em meia lua e longas na palma. Também notou como as mesmas marcas se estendiam por todo o antebraço, somando-se a marcas de corte por lâmina. Não eram marcas de tortura, marcas de tortura não são tão bagunçadas, elas eram perfeitas, alinhadas uma ao lado da outra em vazios ângulos que não matariam, mas causariam dor extrema. Diferente das que estavam ali.

Aquelas eram marcas de automutilação.

— Eu nunca quis morrer, mas eu precisava de algum alívio de todas as merdas, e a dor sempre foi um escape.

Cores da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora