Capítulo mais curtinho amores, mas espero que gostem do mesmo jeito.
Deixem um favorito e um comentário para alegrar meu coração, ok? Tenham uma boa leitura.
__________________________Coringa grunhiu de dor quando um peso em alta velocidade quase o jogou para fora da cadeira em que estava confortavelmente dormindo, mas, apesar da raiva que queimou em toda sua mente, a bebida ainda deixou sua reação lenta o suficiente para não começar a espancar a pessoa que estava em seu colo, balançando seus ombros enquanto falava em um tom que, para ele, estava abafado.
— Ei palhaço, você disse que me livraria da bronca, agora cumpra sua parte, acorda... Droga de bêbado — O comediante reconheceu a voz infantil enquanto as lembranças mais recentes de onde estava e o que estava fazendo vinham a sua mente muito lentamente.
— Damian, saia de cima dele, e como assim "cumprir sua parte"? — Coringa mordeu o lábio para não gemer de satisfação por ouvir a voz grave de seu amado tão enfurecida — Você agiu como um pirralho mimado porque fez um acordo com o Coringa? Ele é um criminoso.
Quando Batman estava com raiva, ele lhe arrancava sangue socando seu rosto até que não conseguisse mais ter reação nenhuma, por isso e por não estar totalmente consciente ainda, o criminoso não registrou que a fala se direcionava a outra pessoa e automaticamente se encolheu esperando pelo golpe.
— Idiota, acorda ou dá próxima vez que insinuar que me adotou eu corto sua língua — O garoto murmurou apenas para Coringa ouvir e balançou seus ombros mais uma vez.
— Tal pai, tal filho, não é? — O palhaço sorriu enquanto abraçava o garoto em seu colo pelo quadril e mudava sua posição para estar sentado de lado, como um bebê sendo carregado. Damian fez uma expressão ultrajada e enfurecida, mas não se moveu — Você me deixa livre, ele faz um acordo, somos uma grande família feliz.
— Pare de brincar e solte ele, vai voltar pra prisão com as pernas quebradas se machucá-lo.
— E se eu o matasse, me mataria? — O riso veio animado e pesado, bêbado — Não me provoque assim Batys, sabe que me animo. Aliás, é culpa sua que seu filho tenha contato comigo, então não brigue com ele quando você que está errado.
— Eu não–
— Quer receber mais sermões de um assassino? Shiu — O cavaleiro fez uma expressão tão similar a do filho que Coringa gargalhou — Seu pai está bravo, vá para o quarto.
— Não quero, nunca vi ele tão furioso, prefiro acompanhar.
— Não foi um pedido, vá para o quarto ou não terá mais paz dormindo — Damian fez uma expressão entediada para o olhar divertido que o palhaço o lançou enquanto agarrava seu pescoço.
O garoto não achava realmente que pudesse ser morto, principalmente por alguém que mal conseguia se mover de bêbado e com um corte no abdômen, mesmo assim se levantou e foi para o quarto obedientemente, fazendo Bruce olhar surpreso entre o comediante e a porta pela qual seu filho sumira de vista.
— Só pode ser brincadeira, ele obedece mais um lunático homicida que a mim — O cavaleiro retrucou e suspirou pressionando a ponte do nariz com dois dedos — Você deveria estar na caverna, Coringa.
— Se não vai me matar ou me prender, acostume-se a não ser obedecido — O palhaço sorriu enquanto sua voz se arrastava pela bebida — A não ser que você me faça obediente, eu me comportei até agora — Coringa riu enquanto levantava e descaradamente deslizava seus olhos pelo corpo do cavaleiro, seu lindo e forte cavaleiro que ficava muito, muito bem de terno — Talvez pudesse me dar uma recompensa pelo bom comportamento — Ele passou os braços ao redor do pescoço do vigilante, mesmo sentindo o mesmo ficar tenso sob seu toque e vendo seu olhar de desconfiança — Eu amaria ser fodido até não conseguir andar, é um ótimo presente.
— Primeiro você precisa andar direito pelo menos — Bruce retrucou afastando o comediante — Vá para a caverna.
— A sua? — Coringa riu ao passo que voltava a se aproximar e apertava a bunda do cavaleiro por cima da roupa, seus olhos fixos nos do outro enquanto o duplo sentido brincava em sua voz — Eu também adoraria isso.
— Jamais terá isso — O palhaço perdeu o sorriso com a forma brusca que foi afastado e pelo tom quase de nojo do vigilante. Bruce, alheio a tristeza que consumia a mente do outro, apenas suspirou e se virou começando a andar para fora do local — Vamos, preciso trancar você antes de ir dormir, não vou correr o risco de ser morto.
Coringa sabia que não deveria ousar demais no teor sexual, uma coisa era irritar Batman de modo que sabia que o levaria a agredi-lo, outra seria forçar os limites de sua intimidade. Não importa que o vigilante tenha dito que ele poderia negar ou pedir o que quisesse, não importa que tivesse dito que seria gentil ou faria as coisas devagar, não era assim que funcionava entre eles.
O criminoso sabia que era só um jogo, que sempre seria só um jogo, um onde Batman poderia gozar ao dominar totalmente sua mente ao fazê-lo submisso e obediente. Pois seu amado gostava disso, ele sabia que sim, que o outro se regozijava a cada soco que o acertava, que se excitava ao deixá-lo sangrando no chão, e rindo, sempre rindo, pois, se parasse de rir, o vigilante parava de bater. Batman gostava que ele gostasse de ser levado a beira da inconsciência, por isso, se parasse de rir o jogo terminava, então era necessário chamá-lo para que recomeçassem a disputa.
Por via disso, Coringa sabia que não poderia exigir nada, nem a dor, nem a ausência dela, no máximo poderia roubar um beijo, pois isso faria o cavaleiro se sentir instigado a dominar. De resto, se não estivesse tentando matá-lo, ele era o brinquedo de Batman, fazendo tudo o que o outro quisesse até sua mente gritar contra e tentar cortar sua garganta. Ele não podia pedir por encontros, festas, presentes, pois eles jamais seriam um casal, então ele seria obediente para ter o quanto pudesse do vigilante, mesmo que isso significasse cumprir os desejos do seu amado sem restrições próprias.
Além disso, Coringa não se considerava uma pessoa bonita, já que seus ossos eram todos marcados e seu corpo e rosto estavam cheios de cicatrizes. Assim sendo, o palhaço se considerava sortudo por ter um homem como Batman o desejando, ainda que, na verdade, não fosse atração de fato e sim o desejo de dominar e forçar a obediência.
Por conta desses fatores, o comediante apenas se moveu em silêncio, acatando a ordem que o foi imposta como um cão treinado. Entretanto, ele sabia que, no momento que estivesse livre para se mover corretamente, não seria mais tão obediente assim, e, nesse momento, seu amado teria que voltar a se preocupar de verdade com a própria vida.
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Cores da Escuridão
Fiksi PenggemarBatman era leal aos seus princípios, Coringa um insano criminoso irremediável, aquele louco romance era, no fim, uma piada mortal onde eles torciam para que nunca acabasse, e principalmente, para que o fim do outro não fosse por suas mãos. Nas belas...