Kaeya

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- Ele não vai falar conosco? - Paimon me perguntou. Estamos sentados na mureta da ponte, observando patos. Kaeya está nos observando do portão, mas não fala conosco. 

- Talvez esteja apenas nos vigiando. - Respondi, olhamos de novo e acenei brevemente, ele começou a se aproximar. 

- Você realmente é preguiçoso. - Ele comentou cruzando os braços. - Três horas apenas sentado aqui. Não tem nada melhor para fazer?

- Olha quem fala. - Paimon disse. - Você ficou três horas nos observando observar patos! Paimon acha Kaeya tão preguiçoso! 

- Estou de serviço. - Ele respondeu me encarando. 

- Qual? - Paimon perguntou. - Um anônimo te pediu para nos vigiar?! 

- Não. - Ele riu por alguns segundos. - É sempre mais interessante ser seu guardião do que tratar assuntos triviais. 

- Não precisamos de um guardião. - Paimon respondeu. - Você só quer uma desculpa para não trabalhar! 

- Eu sou o capitão, se eu quiser uma folga, ninguém poderia me impedir. - Ele se sentou ao meu lado. 

- Você me irrita. - Paimon comentou cruzando os braços. - Seu... arrogante. 

Sorri pra ela, é difícil não cair na conversa dele e a Paimon cai todas as vezes. É como se ele gostasse de importunar as pessoas e mesmo assim elas ainda confiam nele. 

- Já que estaremos juntos o resto do dia, o que pretendem fazer? - Nos perguntou.

- Se queria passar mais tempo comigo, poderia ter pedido. - Respondi o encarando. - Não precisava de nenhuma desculpa. 

- Você é mais astuto do que uma certa alguém. 

- PAIMON ESTÁ BEM AQUI! Eu vou embora! Não vou ficar aqui ouvindo isso. - Ela saiu voando. 

Ficamos aqui alguns minutos, até ele ficar entediado e começar a soltar alguns flocos de gelo. O vento gelado me fez espirrar, ele parou e me encarou confuso. 

- Paciência nunca foi meu ponto forte. - Informou. - Você não consegue aguentar o frio?

- Consigo, só não esperava um vento tão gelado em um dia de sol. E se ainda quer saber, pretendia passar meu dia aqui, pensando um pouco. 

- Imagino que Paimon não tenha tanta paciência assim. - Ele comentou.

- Ela não tem, mas pretendia passar meu dia sozinho. Quero pensar na minha irmã, me lembrar dela, já faz muito tempo desde que a vi.

- Como ela é?

- Perfeita. - Respondi abraçando meus joelhos. - O cabelo curto dela sempre foi perfeito, ela me ajudava a fazer a trança do meu todos os dias e nunca reclamava disso. E o máximo que eu pude fazer pelo dela foi cortar quando já estava incomodando ela. 

- Vocês são parecidos?

- Sim. Loiros, olhos amarelos e nossa altura é parecida. 

- Oh, vocês dois são pequenos. 

- Ela é menor que eu. 

- Como é a personalidade dela? 

O interesse dele na minha irmã me deixa um pouco alerta, mas todos estão sempre tão preocupados com suas próprias vidas que ninguém nunca quer saber dela. Paimon apenas me acompanha por não ter mais nada para fazer.

- Ela e o Mestre Diluc compartilham um pouco de personalidade. Ela parece calma e séria, as vezes se diverte e muitas vezes é grossa com as pessoas, mesmo sem querer. 

Aether... haaa (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora