Thoma

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- Aether! - Thoma me chamou animado. Estou em Ritou, agachado no chão de pedra, acariciando com meu indicador um gatinho que está deitado no chão. Tomando um pouco de sol em uma pedra. 

Encarei o Thoma, sorrindo, acenando alegremente para mim. Me levantei e ele parou na minha frente. Ele tem um gato em mãos, cochilando em seus braços, um gatinho cinza de olhos azuis. É idêntico ao que está no chão. 

- Que bom que o encontrei. - Ele comentou pegando o outro gato do chão, o segurando em seu colo. Os gatos se abraçaram e miaram. - Esses dois filhotes se perderam de sua mãe. Me ofereci para ajudar. 

- Você se ofereceu para um gato para ajudar a achar outros gatos? - Perguntei acariciando a orelha de um deles. 

- Sim. - Thoma arrumou os dois em seus braços, os gatinhos começaram a cochilar. 

É preciso muito para ter a confiança de um gato, principalmente um gato de rua. Conheço algumas pessoas que facilmente conquistariam animais. Razor, Gorou, Yaoyao, Kazuha, posso imaginar Kazuha deitado sobre uma pedra, cochilando com um gato dormindo ao seu lado. 

Thoma riu quando um dos gatinho mordeu o outro, subi meu olhar para os olhos dele. Os olhos do Thoma são verdes, tão claros, tão belos. Eu realmente tenho muita apreciação pelo Thoma, descontraído e amigável, mas extremamente responsável. Já o vi entrando em conversas das quais uma pessoa comum não poderia, ainda mais ser incluído, bem recebido e aceito nelas. Membros importantes da sociedade ou bêbados da madrugada, não há como não cair nos encantos dele...

- Posso tocar? - Perguntei o encarando. 

- Claro que pode. - Thoma respondeu sorrindo. 

Estiquei meu braços e encostei minha mão no topo da cabeça dele, acariciando seu cabelo. É macio e cheiroso. Por algum motivo o Thoma está sempre cheiroso, como um perfume de homem que marca presença. 

- Mas... o gato? - Perguntou, seu rosto começou a corar. 

- Eu não perguntei do gato. - Respondi descendo minha mão pela lateral do rosto dele, o cabelo dele pode estar preso, mas a parte de cima é uma bagunça, assim como o meu. - Vamos devolver? 

Ele fechou os olhos, mordendo levemente seu lábio inferior e concordando com a cabeça. Thoma se virou de costas e seguiu, comentando sobre o dia, os preços e as pessoas. Ele falou sobre tudo que pôde o caminho inteiro, até chegarmos na mãe gata e o assunto se voltar para eles mais uma vez. 

- Me chame sempre que precisar. - Thoma comentou acenando para eles, que seguiram seu caminho para dentro de uma casa. Não eram tão sem casa quanto imaginei. 

Thoma suspirou e se sentou em um banco, puxando sua camisa levemente para frente, a movimentando de forma que o ar entrasse. Está quente, ele deve ter passado algumas horas correndo por aí em busca desses gatinhos. Eu vim para Inazuma especificamente para vê-lo, Thoma está sempre muito ocupado, todos sabemos que ele não tirará férias por vontade própria. 

Eu confio nos irmãos Kamisato para ficarem sozinhos, sem o Thoma, para que o mesmo possa tirar férias e visitar Mondstadt, mas questiono se ele mesmo teria coragem de fazer. Thoma confia nos irmãos, mas sabe quão útil é o seu trabalho. Tenho certeza de que Ayato não acharia um empregado tão útil quanto Thoma para substituí-lo enquanto viaja. 

Andei até perto do Thoma, ele levantou seu olhar para mim, soltando sua camisa. Me ajoelhei no banco, o deixando entre as minhas pernas. Me sentei de frente em seu colo, o encarando diretamente. Estou cansado de ficar em pé. 

E estou curioso para saber como os Kamisato ficariam sem o Thoma, talvez eu peça para darem uma folga para ele. Pelo menos por hoje, pra ele poder passar o dia comigo. Descansar, aproveitar o dia, talvez até tentar ser um pouco irresponsável para variar. 

Aether... haaa (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora