CAPÍTULO 3

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DAVID CARVALHO

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DAVID CARVALHO

Eu observo a mulher a minha frente, a roupa hospitalar, não esconde muito o que ela tenta cobrir do seu corpo esculpido. Agnes é muito bonita, seus cabelos acobreados e olhos verdes chamativos, que parecem lagoas cheias. Não conhecia a garota que tanto consegui tirar a plenitude do meu marido, e confesso que ela de alguma forma me surpreendeu, porque esperava algo mais aterrorizante que a miúda que olha assustada para as seringas na bandeja.

— Vamos colocar uma divisória, sua mão vai ficar por aqui, assim, não vai ver o procedimento. — A enfermeira avisa, arrumando a área da cirurgia.

Preciso retirar a falange digital da Agnes, porque ela demorou a procurar cuidados médicos. Com sorte, a infecção está controlada, e preciso apenas retirar a parte estragada, para evitar que se espalhe, para outras partes da mão. Como ela conseguiu ignorar a dor? Não faço ideia, mas deve ter sofrido horrores, porque o osso estava bem mais que muito fraturado e a unha completamente comprometida.

— Não precisa desses frufrus todos, não. É a mesma coisa de tirar um dente. — Avisa, já empurrando a arte divisória.

— Mas, é contra as regras. — A enfermeira alega contrariada.

— Pode deixar assim mesmo, dona Alessandra. — Aviso a enfermeira, que assente descontente. — Quero que veja bem o procedimento, assim, talvez crie algum juízo na sua cabeça, e não permita mais que um machucado, chegue a essa situação. — Repreendi a mulher, que parece não se importa muito com isso.

Para conseguir quebrar minhas expectativas, Agnes se mostrou ser um filhote de ogro, assistindo todo o procedimento como se estivesse fazendo a unha, fechando os olhos apenas na hora de aplicar a anestesia. Irônico?! Se precisasse usar armas contra ela, aposto que seria mais eficiente uma seringa, que uma serra elétrica.

A garota não desperta o que sempre imaginei que sentiria ao conhecê-la. Evitei tanto ter contato com a Agnes, para agora sentisse até um tanto bobo e nem um pouco ameaçado ao ver seu sorriso desprendido olhando o curativo em seu dedo. Ela é o oposto de tudo que sempre admirei, a garota não é delicada em seus modos, porém, é suave do seu jeito. Entendo de alguma forma o quanto Agnes desperta sentimentos no Gustavo, e não sei mais o que sinto em relação a isso, todavia, é diferente do que sentia no início da semana, quando soube que ele trabalharia com ela.

— tô ótima, então, já posso ir pra casa?! — olho para a mulher, avaliando se ela está falando sério. — Outra coisa, eu posso tomar bebidas alcoólicas? É que um dos rapazes da construtora vai fazer um churrasco de aniversário, e já tinha marcado presença. — Completou, e vi que era tudo verdade.

— Você vai tomar mais alguns medicamentos via intravenosa, e a tarde um amigo vem entregar sua alta. — Olho para a criatura mais uma vez. — Não pode tomar bebidas alcoólicas, enquanto estiver tomando os medicamentos que irei receitar.

— Então, se eu passar o dia amanhã sem tomar os medicamentos, posso tomar umas cervejas e começo os remédios na segunda?! — indica, e tento achar racionalidade para respondê-la, mesmo que um dos meus olhos esteja tremendo de um jeito muito estranho.

NOSSO CARMA TEM NOME AGNES.Onde histórias criam vida. Descubra agora