Luiza
Dizer que ele podia ter outra me quebrou por inteira, fui forte segurando as lágrimas, não conseguia vê-lo com outro alguém, mas não podia prendê-lo a mim até eu estar pronta para aceitá-lo como marido. Ouvi da sua boca que ele não tem outra me aliviou por segundo pois quando o vi chorar perdi as forças.
Novamente ele veio tocar no assunto daquela noite, me armei novamente dando uma resposta fria que quando fui perceber já tinha declarado, permaneci gélida mas por dentro sofria por seu rosto que sempre teve vida magoado, a barba maior por não fazer, os cabelos grandes, continuou lindo confesso, nunca ia ver Heitor feio, até careca ele seria lindo.
No momento que ele levantou abatido abaixei a cabeça para não ver meu Thor tão cabisbaixo, ele estava mais magro, creio que com essa decisão de morarmos juntos posso cuidar dele de longe. Minhas filhas precisam do pai bem, forte e feliz. Thor é um pai maravilhoso em todos os sentidos, creio que não existe pai tão maravilhoso na face da terra como ele, não quero que elas percam isso de jeito nenhum.
_ Posso te pedir uma coisa?
Por não achar mal nenhum nisso respondi em um estalo.
_ Claro!
Em tempo recorde estava diante de mim, prendi a respiração diante de um Heitor tão próximo, a carne era fraquíssima, ainda mais quando eu olhava seu olhar intenso, decidido, não podia ceder agora.
_ Me dar um abraço?
Perplexa não soube o que responder, queria abraçá-lo, mas fiquei perdida, paralisada.
_ Desculpa...
Afastou abatido, foi em direção a porta novamente, mandei uma força sobrenatural para minhas pernas e levantei em um impulso, abraçando ele por trás, o baque me trouxe refrigério. Fechei os olhos impactada com seu cheiro tão característico, ele se virou me acolhendo nos seus braços, agarrei sua blusa.
_ Nunca se esqueça...
Parou de falar respirando forte nos meus cabelos, passou o nariz na minha pele e eu tive que abrir a boca esperando seu beijo ansiosa, já não pensava muito, só queria sentir o calor da sua boca outra vez, recordar dos momentos bons que ele se fez presente em minha vida. Seus lábios tomaram outra direção quando perpétuo na minha testa, foi um gesto que me quebrou inteira, parei de respirar.
_ Que eu nunca amei ninguém assim, Luiza...
Se afastou me deixando um vazio doloroso no peito, seu dedo ainda mantinha os meus cativos enquanto ele sorria. "Eu sempre vou te amar…" Ele se foi antes que eu pudesse confessar, mas Heitor sabia que eu o amava. Sua distância me causou um calafrio, olhei ao meu redor percebendo as janelas fechadas, me pus a ir atrás dele por sentir essa sensação ruim no peito. Fiquei paralisada no topo da escada não conseguindo dar um passo, foi no segundo degrau que comecei a descer que escutei uma rajada, logo duas, três, quatro, cinco, seis, sete, depois perdi a conta.
Minhas pernas tremeram e eu desci quase caindo, corri para fora, de longe eu vi a camisa branca andando curvada entre os arbustos, quando Heitor cambaleou para o meio da trilha ensanguentado, fui ao chão por não suportar a fraqueza das pernas, ele vinha na minha direção desorientado.
_ PAAAAAAAIIIII!
Gritei com minha alma levantando desesperada, cambaleando... Cheguei até ele suportando seu corpo por ter caído em mim.
_ Eu… te…amo...
Esforçou para falar, deitei seu corpo na trilha com cuidado, empurrei sua blusa para cima visualizando onde ele foi atingido.