Capítulo 19

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Heitor

Enfurecido dou um bote na sua direção, nervoso volto a segurar seu braço outra vez poupando gentileza e educação.

_ Não me ameace!

Ergue o rosto cheia de afronta.

_ Ou o quê?

Puxo ela para mais perto mostrando o quanto estou enfurecido.

_ Eu não respondo por mim!

Largo outra vez a jogando distante de mim, ela cambaleia mas não perde a pose ao se erguer sorrindo presunçosa.

_ Não tenho medo de você, Heitor!

Agacha pegando a bolsa no chão e alguns pertences que caiu. Observo calado, mandíbula levemente apertada, ela ergue o olhar e o corpo, me olhando cara a cara, tão determinada quanto eu.

_ Mas se eu fosse você teria de mim, não faço esforços para conseguir o que me pertence.

_ E o que te pertence aqui sua mulher endiabrada?

Ela ri se agradando da ofensa.

_ Meu filho tem tanto direitos quanto os seus!

Mato a charada mostrando meu espanto eminente ao abrir a boca pasmo, não conseguindo mostrar reação sequer, uma golpista de mão cheia.

_ Vou precisar fazer outro ultrassom, não vou bancar isso sozinha, Heitor!

_ Não vou te dar porcaria nenhuma garota, vem me colocar no meio das suas roubadas não, não tenho nada haver com isso e você sabe, te quero fora.

Neste momento não media mais meus impulsos, catei ela pelo braço e sai a arrastando de dentro da minha sala. Por mais que ela fosse cruel e nojenta não teria coragem de cogitar levantar a mão para ela, nosso tamanho e estrutura física é desigual, não seria uma atitude de homem da minha parte e sim de um covarde.

_ Você não tem esse direito.

Esperneia saindo do meu contato, me olha furiosa.

_ Pode crê que eu vou fazer um inferno na sua vida, e se é preciso eu usar essa gravidez fique sabendo que vai perder sua mulher antes de descobrir se esse filho é seu ou não!

Fico parado vendo o projeto de mulher lascívia ir embora, encaro o hall preocupado de Cilene minha secretária ter ouvido alguma coisa e por sorte ela não estava. Entrei atordoado na minha sala a procura do meu celular que encontrei dentro da bolsa, mandei uma mensagem para Luiza seguindo em direção ao carro na garagem. [Amor, probleminhas aqui, posso ficar te devendo?] Entro no carro ajeitando no banco totalmente exausto de tudo que aconteceu aqui, pensando como isso pode ser trágico para o meu casamento, Luiza não pode em hipotese alguma saber disso, provavelmente vai acreditar em tudo que a cobra disse, lógico, ainda mais quando o exame marca a data exata da suposta noite que fiquei com ela. [Eita Thor, acabei de me depilar, sério isso?] Dou um fraco sorriso. Como queria estar com ela agora. [Muito sério. Não tenho hora para chegar, conversamos amanhã tá bom?] Espero ela digitar já com a mão na chave do meu carro. [Estou preocupada, mas tudo bem, vou aguardar, beijos.] Não respondo, guardo o celular seguindo meu destino.

Faço um trajeto pouco familiar, não me agrado de passar nestas ruas novamente. Em uma vaga perfeitamente feita para o meu carro estaciono facilmente, tiro a chave da ignição tomando um grande fôlego ao sair do veículo. Ando pela calçada entrando no bar de placa grande vermelha, impulsionado a continuar nessa busca implacável, paro somente quando estou diante do barman cujo a aparência não é familiar.

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