Capítulo 9

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Luiza

O susto que ela teve a fez dar dois passos para trás quando constatou minha presença, Heitor assustado me pedia calma, mas isso era a última coisa que eu teria nesse momento.

_ Achei que deixei bem claro para você vazar!

_ Eee eu não sabia que estava aqui!

Ofega, dou alguns passos na sua direção controlando a demônia dentro de mim.

_ Agora que sabe pode ir!

Intimido autoritária.

_ Se eu ver você aqui de novo não vou ser tão gentil!

Ando até a porta abrindo-a, ela abaixa a cabeça e sai, de uma forma estranhamente confusa suspiro raivosa.

_ Lu...

Sem olhá-lo sento na cadeira infiltrado meus dedos na entrada da minha cabeça, a onda de choro me invade então eu choro de raiva.

_ Amor, não... Por favor, não chora.

Olhei para ele.

_ Isso é humilhante, e se fosse eu?

Fecha os olhos momentaneamente digerindo como eu essa situação horrorosa.

_ Não sei o que faria, me dói só de pensar na possibilidade de outro te tocar.

Uso meu pulso para limpar meu rosto, levanto decidida.

_ Não quero vê-la me provocando, Heitor, não vou responder por mim se isso acontecer!

Pego minha bolsa no sofá indo até a porta possessa.

_ Lu, amor, fica!

Paro na porta ao escutar sua voz ferida.

_ Sinto dor no meu corpo todo nesse momento, mas minha alma está bem pior por ver você me dando as costas como se quisesse me deixar pra sempre.

Desisto de ir, deixo a minha bolsa deslizar pelo meu ombro, escorregar no meu braço e caindo no chão.

_ Nunca me sentir tão perdida assim.

Confesso sincera, ele me chama até ele pouco dificultoso por tentar ficar sentado, me aproximo antes que ele consiga, sei que sente dor ao tentar.

_ Eu sei, as coisas vão se ajeitar!

Segura firme minhas duas mãos beijando logo em seguida.

_ Somos eu e você Lu, contra o mundo, nada e nem ninguém pode estragar isso!

Espremo sua bochecha agora risonha, concordo com ele aproximando nossas bocas, como sempre ele me recebe de lábios abertos, hálito quente e refrescante por conta da canela do seu chiclete que chupou pouco tempo atrás.

_ Hah...Han!

Escuto uma raspada de garganta que eu conheço muito bem, pois na maioria das repressões era assim que ele chamava minha atenção. Afasto do Heitor limpando meus lábios com o gosto maravilhoso dele antes de encarar meu pai.

_ Heitor não pode ficar mexendo, Luiza!

Aproxima com a prancheta na mão.

_ Tem ponto por todo abdômen, vai sangrar!

Espremo os lábios culposa.

_ Chama por favor a Marta para limpá-lo.

De cabeça baixa saio de fininho, chamo a enfermeira que vem no mesmo instante, na porta meu pai me barra.

RefémOnde histórias criam vida. Descubra agora