Capítulo 7

18 4 4
                                    

Luiza

_ Doutor, sua filha!!!

Meu pai olhou depois do vidro.

_ Merda!

Em segundos estava na minha frente, tocando meu rosto, chamando minha atenção para ele.

_ Lu...

Parei de ouvi-lo, ele falava algo, ou me chamava, mas eu não o entendia, totalmente em choque permaneci com meu olhar remoto naquele monitor miserável.

Eu tinha perdido o amor da minha vida e não sabia o que fazer, não era tão forte como minha avó Alice que mesmo depois de tudo tinha uma esperança de encontrá-lo além da vida. Eu não queria encontrá-lo depois da vida, queria encontrá-lo agora, nesse exato momento, vivo, acima de tudo vivo.

_ Lu...i...za...

Fechei meus olhos prevendo um desmaio, alguém me pegou no colo me levando para um lugar que eu não sabia, talvez longe desse inferno, a dor que eu sentia não podia ser medida, era colossal, nem mesmo quando expulsei Pietra de dentro de mim foi tão doloroso, um parto complicado por eu ter pouca passagem, mas mesmo assim não tão mais arrasador do que isso.

_ Olha filha!

Tinha animação na sua voz, o achei um estúpido por querer me fazer ri nesse momento arrasador.

_ Confia...confia...confia...

Cada vez mais sonolenta ouvir o eco da sua voz que não foi o suficiente para me tirar desse choque. A palma da sua mão tocou a minha levando em algo que quando teve um leve contato se aqueceu, rolou meus dedos no lugar áspero pela infinidade de pelos. Afoguei quando ouvir em bom som.

TumTUM!..TumTUM!...TumTUM...

Me sentir um Tomé quando abrir os olhos só crendo mesmo quando vi, o monitor tinha batimento cardíaco, eu tocava seu rosto perto da barba. Procurei outra máquina que fazia monitoramento da frequência cerebral, a palavra óbito ainda permanecia na minha mente. Tinha movimentos cerebrais, batimentos cardíacos, saturação mediana. Tudo isso ligado ao meu Heitor.

Chorei emotiva, meu pai tentou me colocar no chão, mas minhas pernas traidoras tremeram, ele permaneceu ao meu redor me apoiando.

_ Meu amor...

Beijei sua testa deixando as lágrimas caírem na entrada dos seus cabelos, meu Heitor está vivo, apenas adormecido pelo efeito dos anestésico.

_ Eu estou aqui com você, tá bom?

Mesmo entubado parecia um anjo, formoso de pele bronzeada, eu estava elétrica, queria o abraçar e beijar, mas segurei resistindo essa vontade com medo de tocar na sua ferida.

_ Filha?

Não respondi ao chamado, voltei com meus beijos na sua testa, esfregando o nariz nos seus cabelos. Heitor cheirava gel asséptico, eu ri lembrando que nossas meninas tinham esse cheirinho quando bebê e precisavam de cuidados para o cordão.

_ Você está pálida.

Me puxou para ele me tirando da presença do meu amor.

_ Me deixa, pai...

Tentei ir novamente para a maca, meu pai mais rápido me prendeu.

_ Você tem que se alimentar, Luiza!

Inquiriu bravo.

_ Vou comer depois!

Não conformado com minha resposta me sentou contra minha vontade no sofá, olhei sobre seu ombro oferecendo meu olhar e o pequeno sorriso ao meu Heitor.

RefémOnde histórias criam vida. Descubra agora