Luiza
Na madrugada sair apressada rumo ao hospital, Lipe e minha mãe ficaram com as meninas, como toda noite Bea acorda para mamar, quando me viu sair chorou um pouco, minha mãe ficou com ela na sala e Lipe no quarto com as outras, só assim conseguir escapar.
Julia me mandou mensagem preocupada, Heitor queimou em febre, no intervalo do sono chamava por mim incessantemente, quando no quarto entrei presenciei sua crise, ele suava bastante, mexia a cabeça incansavelmente para os lados, não cessava em sussurros.
_ Lu... iza...
Julia chorava preocupada, Caio a abraçava, meu pai explicava que estava ali e nada aconteceria com Heitor.
_ Confia, Julia, ele vai ficar bem, está delirando por causa da febre, mas vou aumentar a sedação, não se preocupe.
Deixou um toque no ombro dela a acalmando, assim que olhou para porta me viu paralisada, me chamou a aproximar, fui emotiva limpando meu rosto, aproximei da cama levando meus dedos na entrada da cabeça masculina, realmente, fervia em febre.
_ Lu...i...za...
Delirava.
_ Eu estou aqui, meu amor.
Deixei um beijo na sua testa me virando para meu pai.
_ O senhor pode aumentar a dosagem? Não aguento vê-lo assim.
_ Claro, meu bem.
Foram cinco minutos após a sedação ser aplicada que ele veio a melhorar, fiquei feliz que seu sofrimento se foi. Meu pai se aproximou manso.
_ Você dormiu?
Resolvi ser sincera.
_ Não conseguir.
_ Vai no dormitório e tenta descansar um pouco.
Abracei ele.
_ Estou bem, pai, quero ficar.
Fiquei na ponta do pé para deixar um beijo no seu rosto.
_ Dorme o senhor um pouco, é um herói!
Ele deixa um beijo casto na minha cabeça para logo em seguida se aproximar dos meus sogros.
_ Júlia, vai descansar vocês dois, vou ficar aqui com ele.
Mostrou teimosia ao negar persistente com a cabeça, Caio com sua paciência infinita explicou que ela não poderia ficar exposta no hospital por muito tempo, que logo logo outro procedimento seria feito para reconstruir a mama, mesmo persistente aceitou, me abraçou.
_ Obrigada, Luiza, você salvou ele, Heitor errou com você muito feio, perdoá-lo foi uma atitude nobre que você fez, pensou nas meninas, pensou nele, sou grata por isso.
Tento esquecer todos os dias essa ferida gigantesca dentro de mim, às vezes é insuportável quando me lembro de algo tão sujo vindo do homem da minha vida.
_ Não sei como te agradecer.
_ Júlia, está tudo bem, eu o amo também.
Ela concorda limpando o rosto.
_ Sei disso.
Vai até a cama do Heitor se despedindo do filho, Caio faz o mesmo, quando eles saem pego uma poltrona levando próxima a ele, sento nela capturando a mão masculina, ainda está um pouco quente.
_ Que susto em!
Afago meu rosto com sua mão, sinto meu corpo arrepiar, a quentura dele me deixa tão aliviada que choro sem parar, a essa hora era para eu está o velando dentro de um caixão, consolando minhas meninas que nunca iria esquecer do pai, mas Deus foi misericordioso comigo, com elas, vou ser sempre grata nas minhas preces.