Heitor
Meses depois...
A emoção de está outra vez na sala de parto me toma com força, seguro a mão da Lu enquanto calmamente os médicos conversam entre eles a melhor abordagem a se fazer nessa cirurgia.
_ Fica calmo, Toh.
Meu pequeno descontrole é notado, exalo tensão por todo meu corpo, o cheiro de carne queimada quase me dá náusea, eles estão cortando minha mulher em camadas e a fritando como churrasco.
_ É difícil Lu, não quero te submeter a isso mais!
Ela ri sem jeito esticando os dedos da mão que não está sobre minha posse e calmamente toca meu rosto cheia de ternura.
_ Shhh...
Sussurra me tranquilizando, encosto minha testa na sua, aceitando a ternura do momento. Minhas lágrimas chegam a molhar seu rosto, ela igualmente está emocionada, nossa menina vai nascer a qualquer momento para trazer mais alegria aos nossos corações.
Meu mundo é rosa e sem estampa azul, não nego que foi um balde de água fria quando a médica do ultrassom disse ser uma menininha, ficamos extremamente felizes, o menino era um sonho, mas não deixa de ser bem vinda nossa princesinha Sophia, nome que foi escolhido pelas trigêmeas.
Escutamos um choro e logo me ergo da cadeira, Luiza levanta o rosto para ver nosso fruto nas mãos do médico enquanto chora em plenos pulmões, meu coração bate acelerado por essa sensação de novidade, em momento algum solto a mão da minha esposa toda risonha ao escutar também o choro forte da nossa filha.
_ Pronto, já passou pequenino…
Meu semblante empalidece com a fala do doutor que leva o bebê até Luiza, encabulado olho para o rostinho masculino embalado em um pano azul, minha esposa pega o bebê não entendo assim como eu porque o médico chamou nossa filha de pequenino.
_ Um garotão forte.
Relata tocando o ombro da Lu que traz os olhos acinzentado até mim como se eu pudesse explicar, meio bobo e pensando como é possível toco um pouco mais calmo seu rosto masculino, devagarinho abro o pano azul expondo seu minúsculo corpo nu, o pequeno membro no meio das suas pernas me deixa zonzo, é um menino... Um lindo garoto. Confuso sinto a tonteira escurecer minha visão, não demora segundos e sinto meu corpo leve como se fosse cair.
***
_ Ele está voltando..._ Já estava preocupada…
Vozes... Lembranças… Minha cabeça dói um pouco, levo os dedos na parte esquerda massageando levemente, um menino... Um lindo garoto… E minha Sophia? Os pensamentos parecem sobrecarregar com força minha mente, porque dói mais ainda.
_ Amor?
Escuto a voz de Luiza e com custo abro as pálpebras doloridas, forço meus olhos no leito distante de mim, ela amamenta o bebê, ele... Um menino...
_ Quanto tempo fiquei desacordado?
Sussurro lembrando que estávamos na sala de parto, e agora ela está em um quarto limpo amamentando?
_ Muito tempo.
Ela diz sorrindo, eu ainda meio grogue.
_ Amor...
Balanço a cabeça, o médico sentado ao meu lado no sofá fala alguma coisa comigo, levantei meio zonzo tropeçando quando dei o primeiro passo, parei, respirei e dei pequenos passos tortos até Luiza, ela ria divertida do meu descontrole.
_ Parece que um caminhão te atropelou.
Pisco deixando aos poucos a sensação ruim abandonar meu corpo, fico parado meio inerte até está mais tranquilo, no entanto não menos confuso, olho outra vezes para Sophia... Não, é ele! E tento aceitar isso.