Capítulo Três
Acordei tarde, pois também havia ido dormir tarde. Quando me levantei da cama, logo fui para o banheiro tomar banho e arrumar o cabelo. Meus olhos estavam verdes claros, e isso quer dizer que eu estava de bom humor! Não demorei muito para me trocar, então logo desci para a cozinha. Para minha surpresa e meu desprazer, acabei presenciando o Alan se esfregando com a Bruna no sofá. Não era nem 10:00 da manhã. Que nojo!
— Bom dia, flor do dia — disse Alan, olhando para mim com um sorriso de canto.
— Bom dia, para os dois — respondi, indo para a cozinha e pegando uma tigela com cereal.
— Sabe Pietra... Alguém falou de você a noite inteira — disse Bruna, com um sorrisinho no rosto.
— É? Quem?
— A Anna! Ela está amarradona em você.
— Sério? A garota me viu uma única vez na vida dela, por que ela falaria de mim a noite inteira? — perguntei.
— E o que isso tem a ver? Independente do tempo, as pessoas podem gostar uma das outras. — Bruna arqueou a sobrancelha para mim, me questionando. Será que ela tinha uma certa razão?
Fiquei meio sem graça e não consegui responder nada, minha reação foi levantar da mesa e pegar o resto do meu café da manhã para sair dali. Segui subindo para o quarto e antes de chegar no topo da escada, virei e falei:
— Sabe, Bruna... O Alan também falou de você a noite inteira. Ele está "amarradão" em você. Tenham um bom dia.
Quando olhei para trás, ela já estava em cima do Alan, quase engolindo ele e eu ria.
O que era muito engraçado pois, se Bruna tivesse apenas um pouco de massa cinzenta na cabeça, saberia que aquilo que eu disse era uma total mentira. Não teria como Alan ter falado dela a noite toda sendo que ela estava com ele a noite toda. Enfim. Fui rindo desse fato até chegar ao meu quarto.
Sentei em frente ao meu notebook, e a cada colherada no meu cereal, eu entrava em minhas redes sociais. No Facebook, tinha uma solicitação de amizade de uma garota chamada Steffani Rocha. Ela tinha um amigo em comum, que era Anna, então resolvi aceitar. Logo fui fuçando para ver as fotos dela e NOSSA... ela era linda! Morena de cabelos castanhos, compridos e lisos. Meio alta... e seu sorriso era encantador. O tipo de garota que eu gostava e que me atraía fácil! Uau!
Eu estava tão focada na beleza daquela garota que mal percebi que minha mãe estava batendo na porta:
— Filhinha? — perguntou minha mãe, abrindo a porta, devagar. E eu seguia sem dizer nada. — Pietra? — ela falou um pouco mais alto.
— Oi mãe, entra! — disse, fechando o notebook.
— Está tudo bem?
— Claro, está sim mãe. Você precisa de alguma coisa?
— Pensei em darmos uma volta hoje, só nós duas!
— Claro, vou sim! Preciso fazer umas compras também, porque vou a uma festa na praia, hoje à noite!
— Uau, e você vai com uma garota? — perguntou ela, rindo. Meus pais me aceitavam muito bem. Nunca tive problemas em me assumir para os dois. Tanto minha mãe quanto meu pai eram mente aberta. E isso me ajudou muito.
— Não, só vou para socializar! — respondi, dando um tapinha no braço dela.
— Sei, sei! Bom, vai se trocando, partiremos em 5 minutos.
— Tudo bem! Já estou descendo.
— A propósito, acho ótimo que você esteja socializando na nova cidade. — Minha mãe disse, com um sorriso singelo no rosto, antes de fechar a porta do meu quarto.
...
Minha mãe e eu entramos no carro e fomos para o shopping mais próximo. Ela era a minha melhor companhia e minha melhor confidente (depois do Alan). Me ouvia e me entendia mais do que ninguém:
— Posso te fazer uma pergunta?
— Desde que não seja sobre de onde vêm os bebês... — respondeu ela, rindo. Piadista, como sempre. — Pode sim.
— É sério... Você já sentiu como se você nunca fosse ser feliz com alguém? — perguntei. Logo, esse questionamento me fez sentir algo estranho, como um tipo de angústia ou algo assim. Desviei meu olhar para a janela em direção ao céu para que não ficasse tão em evidência o meu sentimento naquele momento.
— Que besteira! Você só não conheceu a pessoa certa, ainda.
— Mas você não respondeu a minha pergunta, mãe. — Ela suspirou ao me olhar.
— Antes de conhecer o seu pai, eu achava que não era o suficiente para ninguém. Eu não conseguia manter um relacionamento com nenhum garoto que eu me interessava. Todos diziam coisas que ficavam muito tempo na minha cabeça. Principalmente sobre o meu corpo. Mas filha, tudo mudou quando eu conheci o seu pai. Ele me fez enxergar o que era um amor de verdade. Ele me amou pelo que eu era. Nunca brigou comigo por ciúmes. Nunca me fez querer ser outra pessoa. Seu pai é a pessoa certa, e eu sei que você vai encontrar a sua.
— E se eu já tivesse encontrado a pessoa certa e aí deixei escapar porque fui uma idiota?
— Filha... Quando o amor chegar... bom, digamos que você vai saber. O amor te muda em tantos aspectos que não dá para reconhecer quem somos. Algo se transforma dentro de nós mesmos. É mágico.
— Você se sente assim com o papai? — perguntei, empolgada.
— Sim... Foi exatamente assim com o seu pai. Eu costumava ser uma garota fechada, sem querer nada da vida. Até eu conhecer seu pai, e daí ele me mudou. Me transformou. Eu estava tão feliz que me senti capaz de fazer qualquer coisa.
— Nossa...
Eu não consegui dizer mais nada. Só fiquei imaginando como poderia ser bom mudar um pouco, cansei de mim mesma.
— Um dia, Pietra, você vai encontrar alguém que qualquer tempo que você passe com ela, vai ser insuficiente. Dizer "eu te amo" vai ser pouco. E quando você encontrar, nunca vai querer deixá-la ir.
— Eu nunca tive a visão do amor assim, mãe. Mas eu não vejo a hora de senti-lo.
Realizei as correções gramaticais solicitadas e adicionei travessões nas falas, mantendo a fluidez e a clareza do texto. Se precisar de mais alguma coisa, estou à disposição!
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A forma de dizer Eu Te Amo
Romance(LGBT+) Baseado em fatos reais. A história se passa em terras cariocas, onde a protagonista Pietra, vê a sua vida virando de cabeça para baixo quando ela conhece a bailarina, Stefanni. O amor entre as duas é eminente mas um misterioso desaparecime...