A forma de dizer Eu Te Amo

Te Sinto Por Perto.

Final :

Um ano se passou desde o interro, muitas coisas mudaram depois daquilo.
Minha família, com certeza, estava cada vez mais unida e eu era uma outra pessoa.
Já eram oito horas da noite quando saímos rumo a casa da família Rocha, para uma visita.
Por todo o trajeto eu sorria ao lembrar de Stefanni, por um breve instante eu senti o cheiro do seu perfume,era doce e me lembrava o primeiro dia que eu a vi na praia, como se ela estivesse bem ali, ao meu lado. E eu sei que estava.

Ao chegar em frente a casa da família Rocha, percebo uma movimentação em frente ao prédio. Meus pais, Alan e eu descemos e fomos passando pelo porteiro e subindo pelo elevador. Minha cabeça estava tão longe que não havia percebido que meu pai segurava minha mão.
No mesmo instante eu olhei para ele e sorri, como forma de agradecimento. Não sei o que seria de mim sem o apoio e o amor dele.

No andar desejado, fomos rumo a porta número 402, era uma prédio muito sofisticado, com um belo lustre dourado no corredor e várias pinturas espalhadas pelas paredes. Ao abrir a porta, a Sr. Rocha nos atende com um sorriso amigável e um olhar doce e meigo :

- Que bom que chegaram!- Disse ela. - Vamos entrando, o jantar já está saindo.

- Com licença! - Disse meu pai.

- Trouxemos um vinho Italiano, espero que gostem. - Disse minha mãe, com toda a simpatia do mundo.

- Oh minha querida, não precisavam se incomodar. - disse a Sr. Rocha, ao fechar a porta depois da nossa entrada. - Vou coloca-lo na mesa, quanto a vocês, fiquem a vontade!

Todos se acomodaram em seus respectivos lugares à mesa. Quando todos se sentaram, notei que um lugar estava vazio, e logo um aperto tomou conta do meu peito.
Aquele apartamento era grande demais para duas pessoas. Ao notar, a Sr. Rocha chamou a minha atenção.

- Fiquei sabendo que irá se formar esse ano, Pietra. - Disse ela, tentando mudar o foco.

- É.. Sim.. não vejo a hora de me formar. -Respondi sorrindo.

- E depois pretende fazer o que?

- Eu ainda não sei, mas engenharia mecânica pode me dar várias opções. Eu ainda não sei. - Respondi, enquanto bebia um gole de vinho.

- Imagino que você queira um tempo de descanso, não é? Você é jovem, ainda. - Perguntou ela.

- Isso não seria ruim!

Após o jantar, todos estavam conversando entre si, rindo, se divertindo.
Eu estava sentada em uma poltrona, em meio a todas aquelas vozes. Eu não estava prestando atenção em nenhuma palavra sequer.
Me levantei, com uma taça de vinha na mão. E fui procurar um banheiro, ao entrar no corredor, vi a porta do quarto de Stefanni. Não me controlei ao entrar, estava tudo do mesmo jeito.

A roupa de ballet pendurada em um cabide, alguns livros espalhados pela escrivaninha.
Com a mão, eu tocava levemente em alguns retratos que estavam penduras no quarto. Me emocionei ao ver uma foto de Stefanni pequena com um frufru preto :

- Outono de 2001,ela tinha acabado de fazer a sua primeira apresentação de ballet. Me lembro como se fosse hoje! - Disse a Sr. Rocha ao se aproximar de mim. Eu me assustei com sua presença mas me mantive com os olhos na foto, sem desviar minha atenção - Era a apresentação do lago dos cisneis, e ela estava furiosa porque ia interpretar o papel do cisnei mau.

- Eu sinto falta dela! - Afirmei, ainda olhando para a foto.

- Eu também sinto. Todos os dias, aliás. Eu venho aqui e... - Ela tirou um papel do bolso e me entregou. Estava todo amassado e remendado. Ao abri-lo me deparei com minha própria letra.