A festa

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Já eram 20:00 da noite, e eu já estava toda arrumada, esperando o Alan para irmos à festa na praia. Combinei com Anna e Bruna de estarem nos esperando lá embaixo às 20:20, e certamente vamos descer atrasados!

Minha primeira festa em uma cidade nova, claro que o nervosismo estava tomando conta de mim, e o fato de estar querendo me encontrar com a tal garota que eu vi nas fotos estava piorando tudo ainda mais.

— Por que parece que você está ansiosa? — perguntou meu pai, sentando ao meu lado no sofá.

— Não estou ansiosa, só estou pressentindo algo de bom hoje à noite. — Respondi, envergonhada.

— Não te vejo assim tem um tempo, Pietra.

— Pois é, pai. Para falar a verdade, nem eu me vejo assim faz um tempo.

— E esse "algo de bom" tem nome? — perguntou minha mãe, vindo da cozinha com um copo de suco.

— Tem... E um sorriso lindo, também! Pelo menos por foto... — Respondi, olhando para o celular.

— Hmm, agora entendi o porquê da roupa nova! — disse minha mãe, rindo.

— Parem com isso, já estou começando a ficar desconfortável. — disse, rindo dos meus pais.

— Não está mais aqui quem falou! — disse minha mãe. Já o meu pai continuou rindo da situação.

— Nós só queremos que você seja feliz, ué. Todo pai quer isso para sua filha, não é?

— Ah é, senhor Gusmão? Se você quer me ver feliz, me dê logo um carro. — disse.

— Ok, nem tão feliz assim. — respondeu ele.

Os minutos passavam, e eu ficava mais ansiosa ainda. Até que, finalmente, Alan desceu pronto para irmos. Levantei e me despedi dos meus pais, dando um beijo em cada um, e desci até o portão onde as meninas já estavam nos esperando.

Após cumprimentarmos cada uma delas, seguimos direto para a praia. A noite estava linda, e o céu estava estrelado. De longe, dava para ouvir a música tocando, pessoas conversando e uma fogueira enorme no meio da praia. O barulho do mar e a brisa do vento... era tudo maravilhosamente perfeito.

Ao chegarmos, vimos o Gabriel, que estava ao lado de uma garota chamada Vitória. Ele nos apresentou a uma galera nova, e eu logo peguei uma bebida e sentei em um quiosque. A cada gole, eu ficava procurando a tal garota em todos os lugares, até que Anna se aproximou de mim:

— E aí, paulista, não quer vir dançar?

— Até que eu quero...

— O que foi? — Ela perguntou.

— Eu estava esperando achar uma pessoa, mas acho que ela não veio...

— Então vem! — disse ela, me puxando pela mão e me levando perto de várias pessoas que estavam dançando também.

A música era "BABY BABY" do Tropkillaz, era muito envolvente, e por alguns segundos, esqueci da tal garota e comecei a dançar com Anna, que se esfregava em mim, levantando minha blusa e passando a mão na minha barriga. Sei lá por que, mas deixei ela fazer isso.

Quando a música acabou, eu disse para Anna que iria pegar mais um pouco de bebida, e então fui perto da mesa onde estavam as vodkas. Foi quando olhei para o lado e vi um garoto tentando agarrar uma menina. Automaticamente, meu instinto me fez ir até lá tentar ajudá-la ou pelo menos saber o que estava acontecendo.

— Você é uma gracinha, sabia? E eu tô louco pra te dar um beijo. — dizia o menino, puxando a garota. Logo notei que não era algo com consentimento. O tal garoto tentava forçá-la a beijá-lo.

— Me solta, eu já disse que não!

— Só um beijo, nada demais. — E o garoto forçava o seu rosto contra o da garota, cada vez mais.

Cheguei mais perto para ajudar e então pude perceber que era a garota das fotos que eu tanto procurava.

— Ela já disse que não quer! — eu disse, chegando mais perto dos dois.

— E quem é você? — Perguntou o garoto, soltando os braços dela e me olhando com fúria.

— Ah... não importa quem eu sou, apenas saia de perto dela, agora. Ela já disse que não quer nada com você. Saiba escutar um não.

— Ele está te incomodando, Pietra?! — perguntou Gabriel, que estava atrás de mim.

— Na verdade... ele está sim — respondi, encarando o garoto. — Esse babaca está tentando fazer a garota beijá-lo à força. E ela já disse que não quer.

— Já estou indo embora, brother. — Disse ele, olhando para o Gabriel. — Deu sorte, gatinha! Da próxima, seu amiguinho não vai estar aqui para te proteger — disse o garoto, agora me encarando.

— Será um grande desprazer te ver de novo, pode ter certeza disso. — Debochei.

O tal idiota saiu andando, olhando para trás. E logo após, Gabriel foi atrás para garantir que ele não voltasse. Depois, que me recuperei, fui até a garota que parecia um tanto desconfortável:

— Você está bem? Sinto muito por ter passado por isso.

— Estou sim, obrigada por ter me ajudado...

— Tudo bem, não precisa agradecer.

— Ei, espera só um minuto — Stefanni olhava bem para o meu rosto. —... você é a garota de São Paulo, não é?

— Sou sim, muito prazer! E você é a Stefanni, certo?

— Sou sim, e o prazer é todo meu! — ela respondeu. — Você quer sair daqui? Dar uma volta, sei lá! Depois dessa coisa tão desconfortável, acho que merecemos.

— Quero sim.

— Tomem cuidado. — Disse Gabriel, escutando a nossa conversa. — Qualquer coisa, gritem a gente. Estaremos aqui.

— Tá legal. — Respondi.

Ficamos passeando pela praia bem longe de onde estava acontecendo a festa. Stefanni havia dito que conhecia um lugar onde queria me mostrar, então a segui até um lugar onde tinha várias pedras, algumas palmeiras lindas, e um banco de madeira onde nos sentamos e começamos a conversar sobre tudo.

Quanto mais a conversa fluía, mais eu percebia que ela e eu éramos muito parecidas em questão de tudo: música, livros, filmes, futuro e até jeitos e manias. Ela era perfeita para mim, e o pouco tempo que estávamos conversando já me mostrava isso.

— Posso te confessar uma coisa?! — perguntei.

— Claro, Pietra, você pode falar o que quiser.

— Eu só vim aqui para te conhecer.

— Como é?

— Eu sei que parece tudo rápido demais, mas você me chamou muito a atenção quando eu te vi pelas fotos. Precisava te conhecer, entende?

— Uau! — ela disse enquanto colocava as mãos nas minhas. — Eu também vim aqui só pra ver você. Te stalkeei o dia inteiro. Espero que você não ache que eu sou do tipo louca e surtada.

— Não, claro que não. — respondi, rindo e olhando para os olhos dela.

Por alguns segundos, houve aquele silêncio gritante, e nossos olhos não se desviaram por nenhum segundo, até que ela delicadamente colocou a mão em minha nuca e me puxou até que minha boca tocasse a dela.

— Meu Deus, me desculpe. — Stefanni disse depois de me beijar. Ela parecia um tanto envergonhada.

— Está me pedindo desculpas por ter me dado um beijo?

— É que eu senti um clima, mas não sei se você também estava afim do beijo. Só não quis parecer audaciosa. Sei lá.

— Você beija muito bem, sabia?

— É?

— Mas eu preciso te beijar de novo para ter certeza. — disse. Agora, quem a puxou para o beijo tinha sido eu.

— Eu ficaria a noite inteira te beijando, Pietra.

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