Retrato

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Capítulo quinze 

- Continuação -

- O quê?! O que houve...?

- Bom, a testemunha falou que... - sua voz começou a ficar chorosa - Falou que havia um rapaz sentado do lado dela. Ele lembra bem, porque ele parecia estar ameaçando ela. Ele disse que o rapaz entrou logo depois dela no ônibus, a abordou, como se a conhecesse, e sentou ao seu lado. Ele disse que, por estar dirigindo o ônibus, não têm muitos detalhes, mas lembra de os dois terem saído juntos antes do ponto que você disse que ela desceria.

- Juntos? Como assim, juntos? - perguntei, com um certo desespero.

- Ele estava atrás dela, parecia estar a instruindo a descer ali. - ela começou a chorar - As câmeras não registraram o rosto dele...

Eu não conseguia dizer nada. Minha boca travou. Eu estava perplexa.

- A polícia disse que pode ter sido um sequestro... - Andrea acrescentou.

Naquele momento, meu coração começou a bater mais forte e uma dor de cabeça grande me atingiu, como se um peso de uma tonelada estivesse sobre ela. Me despedi, desliguei o telefone e desabei em minha cama. Ao mesmo tempo que eu sentia uma raiva imensa, um desespero maior ainda me tomou por inteiro. Dessa vez, não só de Andrea, mas do que realmente havia acontecido. Eu precisava saber quem era aquele homem e o que ele fez com Stef.
Comecei a pensar em algum possível inimigo dela, mas não adiantou de nada. Ela era simpática, carismática, meiga, tinha um bom coração. Ninguém parecia guardar qualquer rancor dela, porque ela fazia de tudo para se desculpar quanto errava com alguém. Essas e outras mil qualidades faziam com que eu fosse completamente apaixonada por ela e a amasse muito. Ela era diferente de qualquer garota que eu já conheci em toda a minha vida.
Continuei pensando nela, perdendo o foco inicial de meus pensamentos, até que adormeci. Eu não dormia há muito tempo, então eu devia estar exausta. Só me lembro de acordar muitas horas depois, na madrugada seguinte. Como sempre, eu havia sonhado com Stefanni.
Acordei às 5h da manhã do dia seguinte. Haviam duas chamadas perdidas no meu celular e algumas mensagens.

"PIETRA
SEI QUE NÃO NOS DAMOS BEM, E NÃO POSSO NEGAR QUE AINDA GUARDO UM SENTIMENTO NEGATIVO DE VOCÊ, MAS VOCÊ TEM ME AJUDADO MUITO NO CASO DA MINHA FILHA.
UMA NOVA TESTEMUNHA FOI ENCONTRADA. PRECISO QUE ME ENCONTRE AMANHÃ, ÀS SETE, NA DELEGACIA.

ANDREA"

"PIETRA
PRECISO DE UMA RESPOSTA. VOCÊ ESTÁ AÍ?"

"POR FAVOR, PRECISO DE SUA AJUDA."

Me impressionei com as mensagens, mas logo respondi.

"ANDREA
TE ENCONTRO LOGO NA DELEGACIA.
PIETRA"

Eu não sabia o que era, mas logo iria descobrir.
Fiquei inquieta até a hora de ir à delegacia. Logo que o momento chegou, saí de casa. Chegando lá, encontrei a mãe de Stefanni e fomos apresentadas à testemunha.

- Essa é a Carolina - disse um policial - e ela tem muito a nos oferecer. Ela veio nos ajudar a fazer um retrado do suspeito, porque viu seu rosto. Ela reconheceu Stefanni das notícias nos jornais.

Nos apresentamos e esperamos, até que o retrato foi feito e um policial veio nos mostrar.
Olhei perplexa pro rosto do suspeito.

- Espera... Eu conheço ele! É o garoto da praia, que estava tentando forçar a Stefanni a ficar com ele, no dia em que nos conhecemos!

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