A vibe das ondas

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Capítulo sete

No outro dia

Acordei atrasada, como de costume, desci até a cozinha para tomar café e comer alguma coisa, quando escutei meus pais conversarem na sala sobre algo que estava passando na TV:

"O índice de criminalidade só vem aumentando..." — disse uma voz vinda da TV.

— Deus me livre, nós saímos de São Paulo exatamente por causa disso! — exclamou minha mãe em um tom de indignação.

— O crime vai estar em qualquer lugar, senhora Rocha. — disse Alan. — São tempos estranhos demais no mundo.

— Eu não sei nem o que eu faria se acontecesse qualquer coisa com vocês. Acho que me daria um treco. — disse meu pai.

Sentei-me no sofá junto a eles, enquanto comentavam sobre o que estava passando. Dei um gole no café:

— O que aconteceu? — perguntei, curiosa.

— Acharam outra garota morta, no meio do mato. — respondeu meu pai, que não tirava os olhos da TV.

— Que horror! E já tem algum suspeito?

— Já! É um homem aparentemente de uns 50 anos e uma adolescente da sua idade. — respondeu minha mãe.

— Meu Deus! — disse. — Mas por que eles estariam fazendo isso?

— A maldade não tem motivos, minha filha. — Respondeu minha mãe.

— Pietra, tome muito cuidado por aí, você e o Alan. Deus me livre que aconteça algo com vocês dois. — disse meu pai, preocupado.

— Relaxa, eu vou me cuidar! Vou subir para me trocar.

Levantei do sofá, dando um beijo na testa de cada um, deixei a caneca de café em cima do balcão da cozinha e subi para o meu quarto para pegar uma toalha e, em seguida, fui para o banheiro.

Tomei um banho bem gelado para despertar e tirar essa inhaca de preguiça, e após sair do banho, coloquei uma roupa qualquer e fui para a faculdade. O mesmo tráfego, trageto, a mesma paisagem linda e a mesma saudade da Stefanni que bate toda vez que vejo tudo isso.

Para passar o tempo mais rápido, coloquei os fones de ouvido super altos e pus para tocar "Elastic Heart" da Sia. A paisagem de repente ganhou trilha sonora, e as ondas do mar pareciam estar dançando juntas com a batida. Muita vibe para uma única pessoa sentir.

Ao chegar no ponto do ônibus, recebo uma mensagem no celular: "Só para te lembrar o quanto eu te amo, estou com saudades. Sua Stef"

E aquele sorriso de orelha a orelha aparece.

— Hmmm, sorriso bobo do nada, só pode ter algo a ver com uma certa pessoa — diz uma voz meio familiar vindo de trás de mim.

Olho para trás, e era a Hellen segurando seu skate na mão.

— Ah, oi! E aí?

— Tudo certo, Paulista? — pergunta ela.

— Tudo suave, e com você?

— Suave?! — pergunta Hellen, seguida de uma risada meio exagerada. — Você fala engraçado!

— Já me disseram isso! — respondo com um sorriso sem graça.

— Vem, vamos! Vamos entrar — disse Hellen, colocando o braço no meu ombro.

Ao começarmos a andar, reparei que suas mãos eram um pouco grossas e com alguns calos:

— Você trabalha com algo pesado? — perguntei, tentando entender.

— Não, por quê? — Respondeu ela.

Achei um pouco estranho, porém não quis continuar a conversa:

— Não! Por nada, só curiosidade mesmo. Minha sala é essa aqui — disse, apontando para uma sala de aula à nossa direita.

— Ok então, Paulista. Até mais tarde.

— Até! — respondi.

O celular toca

— Bom dia, minha princesa mais linda desse mundo. — disse Stef.

— Amor! Bom dia, linda. Que saudades.

— Já está na aula?

— Na verdade não, amor! Estava conversando com a Hellen. — respondi.

— Entendi! Quer jantar comigo hoje? Meus pais não vão estar em casa — pergunta Stef, seguido de um riso malicioso.

— Claro, meu amor. A que horas?

— Às 19:00, pode ser?

— Pode sim. Até mais tarde, então.

— Eu te amo, Paulista.

— Eu te amo, muito mais — respondo.

Após terminar as aulas, peguei um ônibus e fui para casa dormir um pouco. Ao chegar, joguei todas as minhas coisas em um canto da parede do meu quarto e me espatifei na cama, comecei a ter alguns sonhos aleatórios e logo depois um sono mais pesado veio, e então comecei a sonhar com Stefanni; estávamos na sua casa, dentro de seu quarto, na verdade. Estava meio escuro, e ela estava com uma roupa muito provocativa.

No sonho, ela chegava perto de mim e colocava as mãos nos meus cabelos e me puxava para me dar um beijo, mas não um beijo qualquer, era daqueles que deixam sem fôlego, daqueles mais lentos e demorados, que deixam a boca até vermelha.

Aquele beijo com a mão boba, que acaba desabotoando a calça, sem querer, que uma empurra a outra na parede e encosta o corpo bem perto e beija o pescoço e depois o lábio, também. Enquanto passa a mão por dentro da blusa e arranha o comprimento das costas até descer na bunda, aperto-a com força. Daí, sem querer, a blusa sai, e você passa a mão por trás das costas e acaba tirando o sutiã e logo após desce devagar beijando o corpo todo e...

O barulho do despertador

Abro os olhos, dou um suspiro meio ofegante e penso, "Droga!"

— Ei! Tem café lá embaixo. — me assustei com Alan dizendo isso na beirada da porta. 

— Porra!

— O que foi? 

— Nada.. foi só... um sonho.

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