Capítulo quatro
1 mês depois
Stefanni e eu já estávamos namorando há 29 dias; demoramos quase 3 semanas para começarmos a engatar um relacionamento desde a primeira vez que nos beijamos.
Todos falavam que nosso namoro foi precoce, mas eu não ligo. A cada dia vejo que ela é a pessoa certa para mim, compartilhamos do mesmo gosto, mesmas experiências e até mesmo as mesmas frustrações. Não importa! Ela me faz bem... pelo menos, por enquanto. Stefanni, a cada dia que se passava, me mostrava algo novo. Mesmo que ainda seja tão recente, em quase um mês, ela fez por mim algo que não fizeram há mais tempo. Era algo extraordinário o bem que eu sentia ao seu lado, e eu estava disposta a tudo por ela:
— Aonde você quer ir amanhã? — perguntei para Stefanni, enquanto dava um beijo em seu ombro.
— Na verdade, eu quero te fazer uma surpresa amanhã, amor — ela respondeu.
— Sabe que eu odeio surpresas, não é?!
— Sei, mas você vai ter que confiar em mim pra isso. E, particularmente, acho que você vai adorar a surpresa.
— Tá certo, eu vou confiar em você, senhorita Rocha. Agora venha aqui! — disse, puxando-a para cima da cama e a enchendo de beijos pelo rosto.
Nossa única diferença era esse jeito todo romântico da Stefanni; ela me tratava como uma princesa, e eu... sei lá... tratava ela bem, mas não tão bem quanto achava. Tinha algo nela que estava tentando me mudar, não era minha culpa e também não era culpa dela eu ser tão "ogra" assim. As pessoas do passado me fizeram fria, e esse é meu único jeito de ser. Mesmo eu sentindo que aquilo era errado, pois Stefanni não tinha culpa do meu passado, e esse era o maior fator para que eu tentasse mudar aquilo. Por mim e, principalmente, por ela.
As horas passavam, e o clima entre nós duas foi ficando cada vez mais quente. Stefanni tentava tirar minha roupa, mas eu não deixava. Não queria contar que eu ainda era virgem. É... Isso mesmo! Eu tinha 20 anos e ainda era virgem! O caso é que eu nunca me entreguei para ninguém. Nunca tive essa vontade. Mas isso não quer dizer que eu não tinha experiências sexuais, apenas não tinha deixado ninguém tocar em mim. Eram coisas completamente diferentes:
— Stef... eu... não tô afim — disse, enquanto tirava a mão dela de dentro do meu short.
— Ok, amor, sem pressa! — ela respondeu, com cara de desanimada. Apesar de tudo, ela parecia entender a situação.
— Olha, não é com você... é que...
— Ei... Você não precisa me dar nenhum tipo de satisfação sobre o seu corpo, Pietra. Não tenho pressa pra fazer amor com você. Pra te tocar ou qualquer coisa relacionada a isso. Tudo vai acontecer quando tiver que acontecer.
— Eu sou virgem! — Respondi, com vergonha. — Tá... pode rir...
— Amor... não acho isso uma vergonha. Eu acho lindo — disse ela, sorrindo e com lágrimas nos olhos.
— Lindo? — perguntei, com cara de espanto.
— Isso quer dizer que você se guardou para alguém especial! E eu espero o tempo que for para ser esse alguém.
— Você existe mesmo?! — perguntei, com uma cara de boba. Ela realmente me surpreendia a cada momento.
— Digamos que eu nasci para você! — respondeu ela, me dando um beijo.
E que beijo...
O dia estava lindo, e acordar ao lado da minha namorada era mais lindo ainda. Sem fazer nenhum tipo de barulho, desci até a cozinha, onde estavam meus pais. Eles já estavam tomando o café da manhã, e então pedi para que minha mãe descesse até a floricultura mais próxima para comprar rosas para Stef:
— Pode fazer esse favor para mim, mãe? — Perguntei, com a voz baixa.
— Claro, meu bem. Vocês duas são fofas. — Respondeu minha mãe, me dando um beijo no rosto. Ela desceu então para comprar as flores, enquanto meu pai ainda estava comendo uma fatia de bolo de fubá.
— Sabe, filha? — Ele dizia, de boca cheia. — Estou orgulhoso por, finalmente, você estar com alguém que te respeite e que te ame.
— Não sei se ela me ama, pai! Ainda é muito cedo pra isso. — Exclamei. — Estamos fazendo 1 mês de namoro ainda.
— Poderia ser amor... se você abrisse espaço para ela, né. — ele continuou. — Do jeito que ela te olha... Duvido muito que já não ame.
— Você acha mesmo, pai?
— Claro que sim. Mas por que essa dúvida toda, Pietra?
— Tenho que ter certeza, não posso me entregar assim para qualquer uma... Porém, pode ser que ela seja alguém muito especial para mim... e quem sabe, daqui a algum tempo, eu a ame e vice-versa...
— Ela é uma boa garota, não deixe-a escapar! — Aconselhou-me. — Bom, tenho que ir trabalhar... Quando o Alan acordar, diz para ele que estou esperando ele no escritório, para a entrevista de emprego. Tchau, filha, manda um beijo para a Stefanni.
— Mando sim, pai. Bom trabalho para o senhor...
— Ah, e filha... feliz 1 mês de namoro! Estou muito feliz por vocês. — Ele desejou, antes de fechar a porta.
Depois que meu pai saiu, acabei preparando o café da manhã. Coloquei em uma bandeja para levar para o quarto. Tinha feito: pães grelhados com Nutella, aveia com morangos e mel, cappuccino quente com chantilly e nozes... e ao lado ficariam as rosas brancas que minha mãe iria trazer da floricultura. "Vai ficar lindo!" pensei, comigo mesma.
Subi as escadas após minha mãe chegar, e ao empurrar a porta do meu quarto com a perna, vi Stefanni toda enrolada nas cobertas brancas, com estampas de âncora que ganhei da minha avó no meu aniversário passado.
Ela era incrivelmente perfeita! Até mesmo dormindo. Coloquei a bandeja ao lado dela, e então dei alguns beijos em seu rosto na tentativa de acordá-la.
— Bom dia, namorada! — disse, sorrindo ao vê-la despertar.
— Bom dia, meu amor — ela respondeu, abrindo os seus lindos olhos verdes lentamente e se espreguiçando.
— Feliz um mês de namoro! — Exclamei, mostrando a bandeja com o café da manhã e as rosas.
— Uau! Que lindo! Você certamente é tudo o que eu pedi a Deus! — disse ela, mordendo um pedaço do pão com Nutella e cheirando uma das rosas brancas.
— Espero que tenha gostado!
— Eu amei, meu amor. Agora, quero um beijinho de bom dia. — Stefanni e eu nos beijamos muito.
Tomamos o café, e a cada minuto juntas, ela fazia questão de me beijar e dizer o quanto eu era especial para ela. Isso me conquistava um pouquinho mais a cada segundo. Era incrível aquela sensação de querer mais e mais com ela. Algo que eu realmente nunca tinha sentido antes com ninguém.
— Depois do horário de aula, você está disponível para darmos uma volta? — Perguntou Stefanni, com um sorriso de canto.
— Obviamente que sim, amor.
— Que bom, então.
— Ainda vai fazer surpresa? — perguntei, rindo.
— É exatamente sobre isso que estou perguntando. Logo menos você saberá.
— Ficar curiosa não é bem um hobby, sabia? Sorte sua que eu não sou ansiosa.
— Nisso somos diferentes. — Stefanni disse.
— Vocês duas são um nojo, sabiam? — Alan dizia enquanto descia as escadas. — Quase fico diabético com toda essa melação de vocês duas.
— Alguém já mandou você ir à merda hoje? — Perguntei.
— Não, mas ainda é de manhã.
— O que me lembra que você está atrasado. Meu pai pediu pra avisar que está esperando você na empresa.
— Já estou de saída. Até mais, Stefanni. — disse Alan, olhando em direção a minha namorada.
— É sempre um prazer te ver, Alan. — Respondeu ela.
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A forma de dizer Eu Te Amo
Romance(LGBT+) Baseado em fatos reais. A história se passa em terras cariocas, onde a protagonista Pietra, vê a sua vida virando de cabeça para baixo quando ela conhece a bailarina, Stefanni. O amor entre as duas é eminente mas um misterioso desaparecime...