Primeiras Impressões.

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As oito da manhã do dia 27 de dezembro o dia decidiu ser nublado. Parado à frente da minha janela era possível ver um grande nevoeiro junto do branco da neve dominando todas as ruas. Rebbeca estava em seu quintal, de onde eu estava não era possível que a garota me visse, mas eu conseguia a ver muito bem limpando os degraus de casa com sal.

- Café tá na mesa. - Clara bateu na porta do quarto.

- Já to indo. - Avisei.

Tentei ser o mais breve fazendo minhas necessidades básicas. Minhas roupas estavam postas, nada muito muito chamativo além de um casaco preto e dois moletons bem grossos. Deixei de arrumar o cabelo sabendo que usaria algo para cobri-lo já que hoje seria o dia a minha visita ao professor Joseph.

Rebbeca estava atenta ao seu celular, minhas mensagens eram respondidas rapidamente em quanto eu ainda mastigava parte do meu café da manhã. Minha mãe havia feito panquecas, uma das comidas que eu mais presava no meu cafe da manhã, além que as panquecas da Clara sempre foram as mais fininhas e crocantes, do jeitinho que eu gostava.

Héctor não deixou de me encara em quanto lia seu jornal, certo olhar de desconfiança estava ligado a mim, ele era cauteloso sempre que o pegava me encarando, era como se quisesse disfarça algo que eu já havia pego no ar. Ficamos nesta troca de olhares até deixar minha casa. Clara por si própria decidiu nos levar até a casa de Joseph, ela estava a caminho do hospital e precisava entregar algo ao mesmo professor.

No carro era impossível não ver o bom humor de Rebbeca, seu semblante estava sorridente e parte da sua alegria era contagiante que deixou até minha mãe empolgada, fazendo-a colocar música no carro e uma daquelas bem agitadas.

- Vocês estão bem? - Perguntei tentando entender o porque de tanta alegria. Talvez eu não estivesse naquele clima por tudo que havia passado, mas elas estavam alegres até de mais.

- Estamos Felizes pela sua volta Kat. Sua mãe sentiu muito sua falta. - Becca retrucou me deixando sem graça. Tentei focar na rua tentando mudar o rumo daquela conversa, mas ambas continuaram a cantar.

Chegar na casa de Joseph não era tão difícil, capaz que a pé gastaríamos menos tempo do que de carro, pois parte das ruas eram opostas a da casa dos meus pais. Clara foi a primeira a descer do veículo, deixou comigo uma pasta de prontuário para entregar para Joseph logo que chegamos a porta. Rebbeca ao contrário de minha mãe que estava afobada, estava bem atrás passando seu gloss.

- Venho buscar vocês mais tarde. Joseph disse que vai ser legal ter companhia para Liam, então resolveu ficar com vocês na parte da tarde. Volto daqui duas horas. - Minha mãe voltou para o carro e saiu sem que ao menos pudéssemos discutir ou falar alguma coisa.

- Bem vindo meus adoráveis alunos. - Joseph estava em sua porta. Seus cabelos estavam o mesmo tom grisalho e seu visual ainda continuava o mesmo de um garanhão de sessenta anos. Seus olhos azuis combinavam com sua camisa polo azul royal, para alguém de polo no inverno, talvez o professor não sentisse frio.

- Oi Professor, estava com saudade. - Rebbeca foi a primeira a adentrar a casa do mais velho. Seus olhos pareciam procurar por algo, foi quando notei a frase de minha mãe. Liam morava com Joseph.

- Vai ficar aí fora Katter? Temos tantos para conversar. - Joseph se aproximou puxando para dentro da residência.

O frio havia ido embora.
A Lareira acesa dava certo conforto onde estávamos. Parte da casa de Joseph era toda de Pedra, sua sala dominava grande parte do lugar, era uma casa bem moderna toda feita de pedras frias e que ligava todos os cômodos. A sala era um sala de visita junto com uma sala de jogos, parte da lareira era cercada de sofás de couro marrom e bem ao fundo uma escadaria parecia dar para o andar de cima.

"Meio Campo - Entre o amor e o futebol."Onde histórias criam vida. Descubra agora