𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:16

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Já estava de tarde, e eu continuava deitada na cama. Minha mãe bateu na porta várias vezes, insistente. Depois de um tempo, decidi abrir.

— O que foi? — perguntei, seca.

— Tem um homem querendo falar com você lá na portaria — ela disse, olhando preocupada.

— Não quero falar com ninguém — respondi, tentando fechar a porta, mas ela a segurou.

— Ele disse que é urgente.

— Qual o nome? — perguntei, suspirando.

— O porteiro não me disse, mas acho que é o Yago — ela respondeu.

— Já vou — falei, fechando a porta de vez.

Vesti um moletom, prendi o cabelo num coque bagunçado e me olhei no espelho. Estava péssima: boca pálida, pele desidratada, cabelo seco e olheiras profundas. Passei pelos meus pais sem dizer nada e desci até a portaria. O porteiro abriu a porta, e, para minha surpresa, me deparei com o Calleri. Ele estava com uma calça jeans preta rasgada, tênis branco e um moletom branco.

— Hemmy, amor. Eu estava tão preocupado com você — disse, me puxando para um abraço apertado.

— Por que você não respondeu minhas mensagens? Não retornou minhas ligações? — ele perguntou, ainda me segurando.

— Me solta, por favor — pedi, com a lembrança do professor invadindo minha mente.

— O que aconteceu, princesa? — ele perguntou, preocupado.

— Desculpa, eu não consigo falar agora — respondi, tentando voltar para dentro, mas ele segurou meu braço.

— Hemmy, o que está acontecendo? — ele insistiu, me olhando nos olhos.

— Isso é por causa das nossas brigas? — perguntou.

— Não, não é isso — neguei, balançando a cabeça.

— Então, o que aconteceu? — ele perguntou de novo, insistente.

— Eu... eu me sinto um lixo — disse, começando a chorar.

— Ei, calma — ele me abraçou com ainda mais força.

Tentei resistir, mas aquele abraço era reconfortante demais. Retribuí o mais forte que pude. Era como se o mundo parasse por alguns segundos.

— Você não está bem, está pálida — ele comentou, fazendo carinho na minha cabeça.

Eu ia responder, mas, de repente, tudo ficou escuro. Apaguei no meio do abraço.

— Hemmy, Hemmy! — ouvi sua voz distante, enquanto ele me segurava, impedindo que eu caísse.

• Calleri a pegou no colo e pediu ao porteiro que abrisse a porta. Ele perguntou em qual apartamento Hemmy morava e a levou até lá. Seus pais abriram a porta rapidamente, preocupados. Ele a colocou deitada no sofá da sala.

— Calleri? Tipo, o Calleri está na minha casa? — o pai de Hemmy disse, incrédulo.

— Isso não importa agora! — a mãe dela disse, pressionando um algodão com álcool em seu nariz.

𝙳𝙴𝚂𝚃𝙸𝙽𝚈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora