Já estava de tarde, e eu continuava deitada na cama. Minha mãe bateu na porta várias vezes, insistente. Depois de um tempo, decidi abrir.
— O que foi? — perguntei, seca.
— Tem um homem querendo falar com você lá na portaria — ela disse, olhando preocupada.
— Não quero falar com ninguém — respondi, tentando fechar a porta, mas ela a segurou.
— Ele disse que é urgente.
— Qual o nome? — perguntei, suspirando.
— O porteiro não me disse, mas acho que é o Yago — ela respondeu.
— Já vou — falei, fechando a porta de vez.
Vesti um moletom, prendi o cabelo num coque bagunçado e me olhei no espelho. Estava péssima: boca pálida, pele desidratada, cabelo seco e olheiras profundas. Passei pelos meus pais sem dizer nada e desci até a portaria. O porteiro abriu a porta, e, para minha surpresa, me deparei com o Calleri. Ele estava com uma calça jeans preta rasgada, tênis branco e um moletom branco.
— Hemmy, amor. Eu estava tão preocupado com você — disse, me puxando para um abraço apertado.
— Por que você não respondeu minhas mensagens? Não retornou minhas ligações? — ele perguntou, ainda me segurando.
— Me solta, por favor — pedi, com a lembrança do professor invadindo minha mente.
— O que aconteceu, princesa? — ele perguntou, preocupado.
— Desculpa, eu não consigo falar agora — respondi, tentando voltar para dentro, mas ele segurou meu braço.
— Hemmy, o que está acontecendo? — ele insistiu, me olhando nos olhos.
— Isso é por causa das nossas brigas? — perguntou.
— Não, não é isso — neguei, balançando a cabeça.
— Então, o que aconteceu? — ele perguntou de novo, insistente.
— Eu... eu me sinto um lixo — disse, começando a chorar.
— Ei, calma — ele me abraçou com ainda mais força.
Tentei resistir, mas aquele abraço era reconfortante demais. Retribuí o mais forte que pude. Era como se o mundo parasse por alguns segundos.
— Você não está bem, está pálida — ele comentou, fazendo carinho na minha cabeça.
Eu ia responder, mas, de repente, tudo ficou escuro. Apaguei no meio do abraço.
— Hemmy, Hemmy! — ouvi sua voz distante, enquanto ele me segurava, impedindo que eu caísse.
• Calleri a pegou no colo e pediu ao porteiro que abrisse a porta. Ele perguntou em qual apartamento Hemmy morava e a levou até lá. Seus pais abriram a porta rapidamente, preocupados. Ele a colocou deitada no sofá da sala.
— Calleri? Tipo, o Calleri está na minha casa? — o pai de Hemmy disse, incrédulo.
— Isso não importa agora! — a mãe dela disse, pressionando um algodão com álcool em seu nariz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙳𝙴𝚂𝚃𝙸𝙽𝚈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶
Fanfic"Um jogador e uma universitária se conhecem em uma situação nada comum, e esse encontro acaba despertando sentimentos confusos." [+16]