𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:77

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Eu estava sentada no sofá quando o Jonathan entrou em casa junto com o Pedro.

— Mamãe! — Pedro disse correndo para me abraçar, e eu o apertei com toda a força que pude.

— Que saudades, meu amor — respondi, dando vários beijos no rosto dele.

— Você conseguiu salvar a gatinha? — Pedro perguntou curioso.

— Consegui, ela está ótima — sorri.

— Você é incrível, mamãe! — Pedro disse orgulhoso.

— Oi, Jonathan — disse, notando que o canto da boca dele estava machucado.

— Oi — ele respondeu, passando a língua pelo machucado.

— O que aconteceu? — perguntei, apontando para o machucado.

— Não foi nada — Jonathan respondeu, tentando minimizar.

— Foi muito irado! O papai e o tio Kauan brigaram no vestiário! — Pedro soltou de repente.

— Pedro! — Jonathan o repreendeu.

— Daí o papai deu um soco no tio Kauan e o tio Kauan acertou o papai de volta. Depois o tio Luciano e os outros separaram — Pedro continuou contando, animado.

— Eu não acredito que você levou nosso filho para ver uma briga dessas! — falei, indignada.

— Foi muito irado! Eu gostei — Pedro riu.

— Vai para o seu quarto, Pedro — disse, mantendo meu tom sério. Ele correu escada acima.

— Estou esperando uma explicação — falei, cruzando os braços.

— Foi só um desentendimento — Jonathan respondeu.

— Só um desentendimento? — questionei, rindo de incredulidade.

— Ele falou umas coisas que eu não gostei, e eu perdi a paciência — Jonathan admitiu.

— Poxa, Jonathan. E justo na frente do Pedro? Eu não quero que ele cresça achando que violência é normal — falei, frustrada.

— Mas ver você beijando outra pessoa, ele pode? — Jonathan retrucou, lançando-me um olhar afiado. Imediatamente, lembrei do dia em que Pedro viu o Kauan me beijando.

— Ele te contou isso? — perguntei, séria.

— Conversamos sobre algumas coisas, já que passamos um tempo juntos — Jonathan disse, mantendo o tom firme.

— Ele falou mais alguma coisa? — perguntei, tentando esconder meu nervosismo.

— Não, nada além disso. Deveria? — ele perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Não, claro que não — revirei os olhos.

— Já deu por hoje. Vou embora — Jonathan disse, se retirando da casa.

Assim que ele saiu, me joguei no sofá, cobrindo o rosto com as mãos. Se ele já ficou assim sabendo que eu havia ficado com o Kauan no passado, imagina se descobrisse que o Kauan me beijou e até me pediu em namoro recentemente.

— Mamãe! Mamãe! — Pedro desceu as escadas correndo.

— Oi, amor? — respondi.

— Esqueci de te contar! O tio Luciano me convidou para brincar com a Maya! — Pedro disse empolgado.

— Quer ir agora? — perguntei.

— Sim! — ele respondeu, animado.

Fomos até a casa do Luciano. Quando eu estava voltando, vi o Kauan estacionando o carro na frente de casa. Por que eu fui falar para o porteiro que ele podia entrar sem avisar?

— Oi — Kauan disse, me dando um beijo na bochecha.

— Oi — respondi, sorrindo.

— Nossa, seu rosto está todo roxo — disse, tocando suavemente a bochecha dele.

— Foi um acidente — ele disse, minimizando.

— Não precisa mentir. O Jonathan já me contou o que aconteceu — falei.

— Contou? — ele perguntou, visivelmente nervoso.

— Sim, só não me disse o motivo — falei, observando-o.

— Ah... — ele suspirou, parecendo aliviado.

Entramos em casa, e eu peguei um pouco de gelo para colocar no rosto dele. Enquanto ele segurava o gelo, começamos a conversar.

— E eles não vão renovar? — perguntei.

— Estão indecisos, já que o contrato está quase no fim — ele respondeu.

— Entendi — disse, enquanto sentia a mão dele tocar a minha.

— E aí, você já pensou no que eu te pedi? — ele perguntou.

— Na verdade, ainda não. Nem tive tempo — disse, rindo.

— Vamos lá, pensa nos benefícios: namorar um cara bonito, jogador, melhor zagueiro do mundo e... bom de cama — ele disse, brincando.

— Cala a boca — falei, rindo e dando um soco no braço dele.

— Não dá para discordar da última parte — ele disse com aquele sorriso de canto que sempre me deixava confusa. Maldito Jonathan, que sempre vinha à minha mente nesses momentos.

— Foi só uma vez, então... — falei, usando o sarcasmo.

— A gente pode tirar a prova de novo — ele disse, e em seguida me beijou.

𝙳𝙴𝚂𝚃𝙸𝙽𝚈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora