Ele aparentava estar na casa dos vinte e cinco anos, com olhos verdes, cabelo castanho escuro, e vestindo um casaco grosso, cachecol e luvas.
— Desculpe. Ah, sorry — corrigi-me rapidamente.
— Não se preocupe, também falo português. Ou espanhol, se preferir — ele disse rindo, com um sotaque fortemente carregado para o espanhol.
— Ah, que bom — respondi, aliviada.
— Sou Eduardo — ele se apresentou.
— Hemmy — disse, estendendo a mão.
— Prazer, senhorita — ele disse, depositando um beijo em minha mão.
— Senhora — corrigi, sorrindo.
— Ah, sim — ele respondeu, devolvendo o sorriso.
Nos despedimos e segui meu caminho.
— Dia da Reunião —
Agora estou em uma chamada de vídeo com Jonathan, enquanto me arrumo para a reunião.
— Essa roupa está boa? — perguntei, dando uma voltinha para ele ver.
— Você está linda — ele disse, sorrindo.
— Não está muito vulgar? — perguntei, nervosa.
— Relaxa, amor — ele respondeu, rindo.
— Estou muito nervosa — admiti, pegando meu rímel e usando a câmera do celular para passá-lo.
— Boa sorte, princesa — ele disse com carinho.
— Obrigada, lindo — respondi, agradecida.
— Preciso ir. Manda um beijão pro Pedro e diz que estou morrendo de saudades — pedi.
— Tá bom, te amo — ele disse, mandando um beijo.
— Te amo — disse antes de encerrar a chamada.
Saí do hotel e o carro já me aguardava. Entrei, e Ana já estava lá dentro. Ao chegarmos ao local, ela me tranquilizou, e então entramos.
— Boa tarde, senhores — Ana cumprimentou enquanto nos sentávamos em uma enorme mesa de reunião.
— Só falta o... — começou a dizer um dos homens, mas foi interrompido.
— Estou aqui — disse um homem entrando na sala. Nossos olhares se cruzaram e reconhecemos um ao outro com um leve sorriso. Era o Eduardo.
— Agora podemos começar — disse o mesmo homem que havia falado antes.
Apresentei a proposta da clínica com confiança, e todos me ouviram com atenção. Ao terminar, esperei ansiosa por uma resposta.
— Sua proposta é muito boa, Hemmy. Mas será que podemos confiar, sabendo que nosso dinheiro estará nas mãos de uma mulher? — perguntou um dos homens, me deixando atônita.
— Desculpe, acho que não entendi o problema — disse, tentando manter a compostura.
— Vou ser claro, Hemmy. Você acha que tem capacidade para cuidar desses investimentos? — outro homem insistiu.
— Tenho, sim. Eu sei que tenho — afirmei com segurança.
— Confiamos na Ana pelos anos que trabalhamos juntos. Podemos confiar em você? — questionou mais um deles.
— Sim, eu garanto que sou de confiança — respondi, tentando manter a postura.
— Eu concordo. Acredito que a senhora Flyer tem capacidade para isso — Eduardo interveio em meu favor.
— Precisamos discutir se vale a pena correr o risco de deixar essa grande quantia nas suas mãos — disse um dos homens, e naquele momento senti que meu dia tinha sido completamente arruinado.
— Entendo... — disse, mesmo sem compreender a mentalidade deles.
— Obrigada pela atenção — falei, já juntando minhas coisas.
— Marcaremos outra reunião antes de vocês irem embora — disse um deles.
— Desculpa, mas eu acho que não quero... — comecei a responder, mas fui interrompida.
— Maravilha, minha secretária cuidará de tudo — Ana disse, encerrando a conversa.
Saímos da sala e eu estava tomada por uma mistura de raiva e frustração.
— Eles são patéticos — desabafei.
— Calma, Hemmy — Ana tentou me acalmar.
— Voltamos para a Idade da Pedra e eu não fiquei sabendo? — perguntei, exaltada.
— Porra, eu fiz faculdade, praticamente abri uma empresa, administro metade dela, sou mãe e esposa. Como eles conseguem pensar que eu não sou capaz de cuidar do dinheiro sujo deles? — explodi.
— Bom saber que pensa assim, senhora Flyer — ouvi uma voz atrás de mim. Quando me virei, era Eduardo.
— Me desculpa se te ofendi, estou de saco cheio — disse, sem esconder a irritação.
— Podemos conversar? — ele sugeriu, e eu concordei.
Avisei Ana que ela poderia ir na frente, que eu voltaria de táxi depois. Eduardo e eu fomos até uma cafeteria e fizemos nossos pedidos.
— Desculpa, de verdade — Eduardo disse.
— Às vezes, me envergonho de ser sócio desses caras — ele admitiu, tomando um gole de café.
— Você não precisa se desculpar por eles — respondi.
— Acredite, você tem muito potencial. Eu percebi isso desde que te conheci — ele disse, me encarando.
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𝙳𝙴𝚂𝚃𝙸𝙽𝚈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶
Fanfiction"Um jogador e uma universitária se conhecem em uma situação nada comum, e esse encontro acaba despertando sentimentos confusos." [+16]