Uma família de posses. (1)

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- Alex, dois minutos a mais e a mamãe vai cortar sua cabeça. -disse o rapaz rindo sentado na beirada da cama.

- Que horas são? -perguntou o outro saindo de baixo das cobertas com o cabelo todo bagunçado e cara inchada, os dois eram bem parecidos ambos loiros, de olhos castanho claro, pálidos e magros.

- Já se passa das 09.

- Meu Deus Tony, porque não me acordou antes!!!

   Alex levantou correndo enquanto seu irmão ria, ele era o caçula da família, na época com dezessete anos, um rapaz bonito, falante, tinha um estilo despojado, deixava o cabelo um pouco grande e todo bagunçado, seu irmão Tony já era um pouco mais cuidadoso, três anos mais velho, estava sempre com seu cabelo penteado para trás, normalmente de roupas sócias e estudava quase o dia inteiro, além dos dois eles tinham um irmão mais velho, André que era casado, tinha uma pousada enorme onde vivia com seus dois filhos e esposa. Alguns minutos após entrar correndo no banheiro Alex gritou com raiva.

- Tony!!! -ele voltou correndo mostrando a tela do celular. - São 08 horas ainda, porque me acordou tão cedo?!!!

- Desculpa maninho, se eu não acordasse você agora iria passar três horas se arrumando e descer atrasado, então de nada. -disse indo em direção a porta com um sorrisinho de deboche, Alex o agarrou pelo pescoço gritando.

- Eu vou te matar!!!

- Vai estragar minha gravata. -Tony o empurrou com facilidade já que era um pouco mais forte e auto. - Você não é de nada baixinho, me encontre lá em baixo.

- Bicha velha feia, vou me vingar!

  Afirmou esfregando as mãos e rindo, aquele era um dia levemente atípico, os pais deles eram donos de uma empresa que produzia motores elétricos para alguns países, eles tinham muito dinheiro e viviam em uma mansão luxuosa de dois andares, doze quartos, três salas de estar, uma biblioteca, uma sala de jantar, piscina, a cozinha era do tamanho de um restaurante, um lago na parte de trás, cinema, área de churrasco, academia e um lindo jardim na entrada, era muito fácil se perder no local.

  A mãe Mabel estava animada no dia em questão pois haviam contratado um rapaz muito pobre mas considerado um prodígio por seus professores, aos quinze anos ele terminou o ensino médio, ganhou duas bolsas de estudos com excelência, de tarde estudava administração e a noite contabilidade, Mabel o descobriu pois a diretora da escola era amiga pessoal dela e comentou sobre o quão notável o jovem era, quando ele completou dezenove terminou seus cursos e Mabel já o procurou com um contrato, desde então ele se mostrou muito útil na empresa, agradando também o marido da mulher Daniel que o convidou para tomar café na casa deles naquele dia, por isso pediram para seus filhos estarem apresentáveis no dia para causar uma boa impressão e aos poucos transformar o rapaz em alguém de confiança.

  Tony não ligava muito para a visita do rapaz, só se sentia um pouco mal por se matar de estudar e seu pai não ter chamado ele para trabalhar na empresa, já que sempre se empenhou para ser útil ao patrimônio de seus pais e poder assumir a liderança. Após acordar seu irmão mais novo Tony desceu até o lago para tomar um ar como fazia de costume, ao chegar no local ele foi surpreendido com um abraço por trás.

- Você é tão previsível, sempre vem aqui essa hora tomar ar. -disse a voz grossa do homem atrás dele.

- Me solta Diego, meus pais podem aparecer! -pediu se virando, todo arrepiado com o abraço. - Já te falei, estou namorando, não quero mais nada com você.

- Tony, vai mesmo me deixar para ficar com um qualquer da faculdade? -perguntou colocando a mão na cabeça, o homem em questão era um moreno alto, musculoso, de olhos preto, cabelo liso um pouco grande, lábios carnudos e com um jeitinho sensual que deixava Tony arrepiado.

- Já te falei, a gente é muito diferente, nunca ficamos com outras pessoas, sem falar que seu pai é amigo do meu.

- Isso é ótimo, vamos juntar as famílias! -afirmou sorrindo e tentando beijar Tony que se afastou.

- Você sabe que meu pai nem sonha que sou gay, eu não sei como ele vai reagir.

- Eu estou cagando para isso, a gente é adulto, qualquer coisa não me importo de ir morar com você, só quero que olhe na minha cara e diga que realmente não sente nada por mim, se me garantir isso eu nunca mais venho atrás de você.

- Não sinto, adeus!

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