Calmaria. (17)

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- Como?

- A gente sabia que os meninos iam aprontar e resolver beber, então deixamos as câmeras de vigilância ligadas para garantir que não aconteceria nada muito perigoso e nós vimos vocês dois entrando no quarto do Alex se agarrando, na hora até ficamos animados com a possibilidade de você virar nosso genro, mas na manhã seguinte vimos também você saindo arrasado daquele quarto. -Mabel contou tudo bem calma, enquanto Nando ficou imediatamente envergonhado, tanto por não ter dito a verdade, quanto pelo que aconteceu.

- Desculpe não ter contado a verdade, é que o Alex pediu para não contar para ninguém...

- Fica tranquilo, sei que você não teve intenções ruins, mas agora outra coisa me preocupa, Alex é meu filho, mas não posso passar pano para os erros dele, você tem alguma intenção de ficar com ele depois de ter te deixado tão mal?

- Mabel, essa história doeu tanto em mim, eu me apaixonei pelo Alex depois daquele jantar na sua mansão, foi divertido conversar e na festa quando pensei que ele me queria mesmo sendo muito feio na época fiquei tão feliz, tenho medo de me machucar, além disso o Alex acha que meu sobrinho mais velho é meu namorado. -Mabel riu da última afirmação.

- Entendo seu lado querido, se precisar que eu dê umas palmadas no meu filho pode dizer.

- Obrigado, a senhora e seu marido foram ótimos para mim.

- Não foi nada, você fez por merecer tudo de bom que te aconteceu. -Mabel deu abraço de lado nele. - Querido se ainda sente algo por pelo meu bebê, no fundo sei que ele não é mal, só não é muito inteligente, mas acima de qualquer coisa pense no que vai te fazer feliz.

- Pode deixar, vou pensar bem sobre isso.

- Eu vou indo, Daniel não pode ficar muito tempo sozinho.

- Até mais.

  Mabel levantou e saiu, Nando ficou alguns minutos sentado pensando sobre a conversa que teve, então resolveu se vestir para andar na praia que tinha atravessando a rua, antes que pudesse colocar os pés para fora da pousada Alex foi correndo até ele.

- Onde vai? -perguntou se aproximando sorrindo e vestindo roupas coloridas de verão.

- Pensei em andar um pouco pela praia.

- O Tony está meio deprimido trancado no quarto, então posso ir com você?

- Pode, acha bom para saúde mental do seu irmão ver o casamento de alguém que ele claramente ainda tem sentimentos? -eles foram andando até a rua e logo depois seus pés já estavam na areia.

- Não, mas não consegui convencer ele de não vir e agora não consigo convencer a ir embora, só queria que tudo isso acabasse. -afirmou claramente incomodado com a situação.

- Vamos torcer para isso passar logo.

  Os dois começaram a caminhar na areia e falar sobre algumas curiosidades marítimas tentando assim desviar de assuntos sentimentais, já que ambos pareciam perturbados de alguma forma, Alex achou incrível e ao mesmo tempo curioso o fato de Nando saber muito sobre o mar, mesmo ele tendo passado quase a vida toda estudando coisas exatas e não biológicas, quando eles já haviam se afastado muito da pousada pararam encarando o céu e o mar se encontrando, a brisa estava tranquilo trazendo um ar de paz por algum tempo.

- Uma pena seu namorado não ter vindo, essa vista é bem romântica. -disse Alex já mais conformado que Nando poderia no máximo ser seu amigo.

- É... Eu tenho que te contar uma coisa. -Nando respirou fundo e encarou ele. - O rapaz que você acredita ser meu namorado é meu sobrinho, ele sempre passa no trabalho para ir embora comigo porque a escola que estou pagando para ele é bem próxima da empresa. -Alex se virou para continuar olhando o mar.

- Qual a razão de mentir para mim?

- Achei que você esqueceria toda nossa história mais rápido se achasse que tenho um namorado, além disso quando chegou eu fiquei confuso e não queria ter que falar com você, mas sua insistência foi tanta que cá estamos nós.

- Isso foi bem ofensivo. -afirmou tentando não parecer feliz com a notícia de que Nando estava solteiro, mas sim que havia ficado nervoso.

- Entenda que foi antes de eu perceber que você mudou.

- Acha que mudei?

- Sim e eu também mudei... -Alex deu um sorrisinho de canto e Nando o virou de volta para si, olhando diretamente em seus olhos. - Depois desse tempo tendo mais contato com você, não sinto mais raiva do que aconteceu, até porque estamos sozinho em frente ao mar, você não sabe nadar então seria bem fácil te afogar caso eu ainda guardasse algum rancor.

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