Sangue. (13)

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No dia seguinte Alex estava indo ao banheiro quando passou ao lado da sala de Nando e viu ele chutando a mesa claramente nervoso, Alex ficou curioso já que aparentemente estava tudo bem e não teria motivos para ele ficar tão transtornado, no mesmo momento Alice, uma moça muito bonita e simpática que cuidava do RH passou, Alex sabia que ela tinha boa relação com todos os funcionários e sabia de muita coisa, então foi atrás dela.

- Tudo bem Alice?

- Bom dia senhor Alex, precisa de alguma coisa? -perguntou sorrindo.

- Na verdade sim, eu passei próximo a sala do Nando e ele não parecia nada bem.

- Senhor Alex quem estaria bem na situação dele. -disse indignada.

- Que situação?

- O senhor e seu irmão deveriam saber que o pai do Nando está muito doente, nem sei como ele está conseguindo vir trabalhar e continuar sendo profissional.

- O que ele tem?

- Leucemia, o pobrezinho está procurando quem possa doar sangue, eu até colei um informativo na sala de descanso. -Alex ficou surpreso de não saber disso.

- Qual tipo sanguíneo ele precisa?

- O+ ou O-.

- Ótimo, já temos duas pessoas para doar.

- Quem?

- Eu e meu irmão, obrigado Alice! -ele saiu correndo.

- Irmão!!! -gritou Alex invadindo a sala de Tony.

- Eu vou demitir a secretária, todo mundo entra na minha sala sem ser anunciado. -reclamou ajeitando os papéis em sua mesa.

- É urgente, temos que ir doar sangue agora!

- Eu sei que o papai e a mamãe sempre falavam para gente fazer essas coisas, mas não pode esperar amanhã?

- Não, o pai do Nando está morrendo, ele precisa de doação e nosso tipo sanguíneo é o que ele precisa, vamos logo! -disse puxando Tony da cadeira.

- Mas e o trabalho?

- Pode esperar, uma pessoa morrendo não.

- Eu vou porque o Nando me ajuda demais aqui, mas não está fazendo isso só para ele gostar de você?

- Não, quero ajudar de verdade.

- Está bem, mas não crie falsas espectativas.

Eles pegaram o endereço do hospital e foram imediatamente para lá, no local após muita espera e questionários, os dois foram encaminhados para doação, alguns minutos depois uma mulher morena, de cabelo longo e baixinha apareceu na sala sorrindo.

- Vocês são os chefes do meu irmão né?! -perguntou se aproximando deles, que ficaram com um ponte de interrogação na cara. - Desculpem, eu sou Anne a irmã mais velha do Nando, quando eu fiquei sabendo que alguém veio doar sangue que pode ser usado no meu pai tive que vir agradecer, não esperava que fossem vocês.

- Olá Anne, prazer em conhecê-la, ficamos sabendo e viemos ajudar. -disse Tony enquanto Alex concordava sorrindo.

- Muito obrigado gente, desde que o Nando começou a trabalhar com vocês nossa vida mudou muito e agora que nosso pai ficou doente conseguimos pagar um ótimo tratamento.

- Não precisa agradecer, o Nando é ótimo e se possível não conte para ele que a gente está aqui. -pediu Alex com medo da reação do homem.

- Tarde demais, mandei mensagem para ele em alguns minutos vai estar aqui, sabe como é irmãos contam tudo um para o outro. -afirmou sem graça.

- Tudo bem, de qualquer forma se precisarem de mais alguma coisa podem falar com a gente.

- Obrigado, vou ficar com meu pai antes que o horário de visita acabe. -ela saiu da sala.

- Como eu estou? -perguntou Alex se arrumando na cadeira.

- Pálido, você mesmo disse que ele tem namorado a gente pode ser tudo de ruim, mas não somos destruidores de lar.

- A esperança é a última que morre no meu coraçãozinho.

Ao terminarem Alex e Tony foram beber água, comeram um lanchinho que as enfermeiras ofereceram e quando estavam saindo Nando apareceu, ele foi na direção dos dois, abraçou Tony e meio que sem pensar abraçou Alex que sentiu seu coração disparar sentindo o corpo agora musculoso do homem.

- Obrigado, isso significa muito para mim.

- Deveria ter me comunicado antes! -disse Tony dando um tapinha no ombro dele.

- Não queria levar meus problemas pessoais para o trabalho, nem imaginei que vocês tinham o tipo sanguíneo que ele precisa. -afirmou meio emocionado, Nando só tinha o pai e a irmã depois que sua mãe morreu, enquanto ele falava Alex ficou apenas encarando com cara de quem cairia duro a qualquer momento.

- Vamos indo, antes que o Alex desmaie.

- Quer que eu leve vocês?

- Não é necessário, melhoras ao seu pai, tchau Nando.

- Tchau obrigado.

- Você poderia ao menos ter falado alguma coisa. -falou Tony baixinho enquanto guiava seu irmão para saída.

- Eu fiquei nervoso, ele me abraçou, foi tão gostosinho, quero mais.

- Quer dizer que o Nando não te odeia mais.

- Espero que não, o próximo abraço eu quero peladinhos!

- Não fala isso auto. -pediu rindo e arrastando ele mais rápido.

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