Avatrice - A devoradora de mundos

Ava!?

Camilla e Yasmin estavam deitadas nas poltronas com a luz do quarto apagada enquanto tentavam tirar um cochilo para descansar. Foi quando a barriga de Camilla fez um enorme barulho.

Yasmin: parece que você está com fome.

As duas começaram a rir.

Camilla: é, parece que sim.

Yasmin se levantou, olhou para Beatrice, para o monitor ligado a ela e concluiu que estava tudo bem.

Yasmin: a Bea está estável. Já se passaram algumas horas e nada mudou. Acredito que podemos sair para comer algo. O que acha?

Camilla foi até a cama, conferiu tudo novamente e concordou. As duas saíram do quarto em direção ao refeitório do hospital e assim que fecharam a porta, a fenda se abriu dentro do quarto. Era Ava!

Ava: oh droga. Espero não viajar mais por isso ou terei que treinar o pouso. Mas onde será que eu estou.

Ava tinha surgido ali de repente, segundos depois de deixar o mundo de Reya. Não sabia se o portal funcionaria como a fonte e seguiria seu cérebro a levando para onde ela gostaria de estar, mas era o que ela esperava. Ava levantou do chão que tinha caído como se fosse uma jaca madura. Percebeu que a luz estava apagada. Havia pouca iluminação no quarto, advinda das brechas das cortinas e de um monitor no canto da parede.

Ava: Bea!

As lágrimas de Ava rolavam sem controle.

Ava: Beatrice, por favor.

Ava estava emocionada e com medo. Ela sabia que a situação de Beatrice não era boa, que seu corpo estava um pouco quebrado, mas mesmo assim a puxou contra seu peito a abraçando.

Ava: Bea, acorda meu amor, acorda. Eu tô aqui. Eu voltei pra você, por você.

Ava chorava copiosamente ao ver que não havia responsividade por parte de Beatrice.

Ava: vamos, halo, você curou a Madre, cure a Bea, por favor.

Apesar da vontade de Ava de curar Beatrice, o halo nunca foi portado por ela, então Ava entendeu que o Halo só salvou a Madre porque ela já havia sido seu lar.

Ava: eu estou aqui com você. Não vou sair daqui.

Ava devolveu Beatrice a cama, pegou sua mão e permaneceu sentada olhando para ela.

Os batimentos cardíacos de Beatrice aumentaram, mas não o suficiente para causar uma arritmia ou parada cardíaca.

Alguns minutos se passaram, os batimentos normalizaram. Ava ainda se encontrava sentada na cama, segurando a mão de Beatrice, de costas para a porta, até que a porta se abriu.

Madre: Ava!?

Ava se vira, soltando a mão de Beatrice devagar.

Ava: Oi, Madre. Ava abraça a madre Superiora chorando.

Madre: Oh! Meu Deus! Eu não acredito que você está aqui. Você está viva.

Ava: Parece que sim, Madre.

Ava solta um sorrisinho discreto. Sua preocupação com o estado de Beatrice não a permite felicidade.

Vincent: Ava! Posso te dar um abraço?

Vincent está chorando, emocionado e feliz ao ver que Ava está bem e está ali em sua frente. Ava o observa, e então assente.

Ava: Claro!

Os dois se abraçam. Um abraço que parecia um pedido de perdão, enquanto o outro parecia perdoar sem ao menos falarem uma única palavra. O abraço durou cerca de um minuto. Vincent sentia que Ava sabia a verdade. Quando a soltou, segurava suas mãos, seus olhos marejados, sua voz trêmula.